Filme Casa de Antiguidades tenta vaga no Oscar 2021

Filme Casa de Antiguidades tenta vaga no Oscar 2021

CASA DE ANTIGUIDADES, de João Paulo Miranda Maria, tentará uma vaga, como representante do Brasil, no Oscar 2021. O filme, protagonizado por Antonio Pitanga, foi o único latino a receber o selo do Festival de Cannes desse ano, depois teve sua primeira exibição mundial no Festival de Toronto, e hoje, dia 25 de setembro, estreia no Festival de San Sebastian, na mostra “Novos Diretores”. Ainda nessa semana, a Variety, que inaugurou suas apostas para o Oscar, colocou o filme entre os cinco cotados para melhor filme internacional no Oscar 2021. 

Porém, para tornar-se elegível para essa tão disputada vaga, CASA DE ANTIGUIDADES precisa ser exibido no Brasil ainda esse ano, e por conta disso, a distribuidora Pandora Filmes lançará o filme no dia 19 de novembro, data próxima ao feriado da consciência negra, por uma semana e com exclusividade, no Petra Belas Artes em São Paulo.

Sobre o Filme:

Em CASA DE ANTIGUIDADES, Antonio Pitanga dá vida a Cristovam, um homem simples do interior, que precisa mudar de cidade em busca de melhores condições de vida e trabalho. Porém, ele se depara com uma realidade que desperta, dentro dele, algo que antes não estava escancarado, sofrendo com a solidão e o preconceito dos moradores locais. 

Em seu primeiro longa, João Paulo Miranda Maria, invoca os demônios invisíveis dos oprimidos através de um olhar, cheio de nuances, sobre o racismo sistêmico no Brasil moderno. O que acontece quando após décadas de abusos destroem a humanidade de Cristovam?

 

“O filme é inspirado na minha historia no interior paulista, sobre como uma comunidade conservadora oprime os supostos “outros”. E toda minha sensação de ser um “peixe fora d’água” naquele lugar. Uma busca pessoal da minha própria origem, querendo mergulhar através da câmera num lugar do qual me identifico. Este mundo que me identifico é dos “caipiras”, fora de uma moda ou bom gosto, um mundo rústico e de fortes vivencias. Assim é Cristovam meu protagonista; procurando se encontrar.”, diz o diretor João Paulo Miranda Maria.

Um dos maiores atores do Brasil, Antônio Pitanga, diz que o papel de Cristovam “é um grande presente”. O ator que completou 80 anos recentemente, já esteve em Cannes em 1962, quando o Brasil levou a Palma de Ouro, pela primeira e única vez, com “O Pagador de Promessas”de Ancelmo Duarte, mas CASA DE ANTIGUIDADES deu a ele a oportunidade de ter outro filme em Cannes, agora como protagonista: “Cristovam é um homem do Brasil, um autentico trabalhador brasileiro e ter sido convidado por João Paulo Miranda Maria para interpreta-lo, me deu uma alegria imensurável, no auto dos meus oitenta anos, eu não poderia estar mais feliz”.

CASA DE ANTIGUIDADES é composto por cenas ricamente fotografadas por Benjamín Echazarreta, o mesmo de “Uma Mulher Fantástica”, longa vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, a montagem é de Benjamin Mirguet de “Batalla En El Cielo” e a composição sonora musical é de Nicolas Becker, o mesmo de “Gravidade”. Com diálogos mínimos, a história de Cristovam, um homem negro indígena do norte rural do Brasil, foi construída de modo que o público tenha também uma experiência sensorial.  “Quero que o público sinta o filme, percebendo junto à Cristovam elementos não visíveis, vindos de seu passado e espiritualidade, num processo de ritual e transe”, diz o diretor.

CASA DE ANTIGUIDADES tem ainda no elenco o belga Sam Louwyck (“Cargo”), Ana Flávia Cavalcanti (“Corpo Elétrico”), Aline Marta Maia (“Serial Kelly”) e Gilda Nomacce (“Ausência”). Foi produzido pela brasileira BeBossa e pela francesa Maneki Films, e é coproduzido pelo Canal Brasil. O roteiro, foi desenvolvido pelo próprio João Paulo Miranda Maria na Residence de Cannes – Cinéfondation, com a supervisão de Miguel Machalski (“Los Perros”, “O Verão dos Peixes Voadores”) e a colaboração de Felipe Sholl (Fala Comigo).

O filme conta com o apoio e patrocínio do FSA (Fundo Setorial do Áudiovisual), CNC (Centre Nacional du Cinema – FR), Projeto Paradiso, Cinéfondation – La Résidence,  Next Step – Semaine de La Critique – Cannes, Aide Aux Cinémas Du Monde, , Institut Français, Arrive Media, European Work In Progress – Cologne, CC – Cinema en Construction Toulouse Donostia – San Sebastián, Hubert Bals Fund + Europe, SPCINE, Cidade de São Paulo – Cultura, BRDE, Ancine.

SINOPSE

Cristovam é um “caipira” do interior do Brasil que busca no sul melhores condições de trabalho. Mas, o contraste cultural e étnico da nova morada em relação à sua terra natal provoca no vaqueiro um processo de solidão e perda de identidade. O ambiente tradicionalista, conservador e violento o distancia da própria realidade. Sem saída, num processo espiritual, ele renasce para enfrentar o presente.

FICHA TÉCNICA

Direção: João Paulo Miranda Maria

Roteiro: João Paulo Miranda Maria

Produção:  Be Bossa Entreteniment e Maneki Films

Coprodução Canal Brasil e Cinema Caipira

Produzido por: Denise Gomes, Paula Cosenza e Didar Domehri

Elenco: Antonio Pitanga, Ana Flávia Cavalcanti, Sam Louwyck, Aline Marta Maia, Gilda Nomacce, 

Direção de fotografia: Benjamín Echazarreta

Montagem: Benjamin Mirguet

Trilha Original: Nicolas Becker

Distribuição: Pandora Filmes

Ano: 2020

Duração: 87 min.

Classificação: a definir

 

SOBRE O DIRETOR

 

Diretor e professor acadêmico, João Paulo Miranda nasceu no interior do estado de SP/Brasil em 1982. Fez Cinema no Rio de Janeiro e Mestrado em Multimeios na UNICAMP, apresentando uma dissertação sobre o cineasta Jean Luc Godard e o Grupo Dziga Vertov. Influenciado por sua pesquisa, João Paulo retorna ao interior de SP e funda o grupo de pesquisa e prática cinematográfica Kino-olho. Observando a realidade, ele buscou no cotidiano de sua cidade a inspiração para seu estilo, que chamou de “Cinema Caipira”, uma linguagem a partir da observação da realidade crua e bruta, da qual ele tenta transmitir sua essência.

 

Em dezembro de 2015 participou de um Lab organizado pela Semana da Crítica – Festival de Cannes em parceria com o Torino Lab, em Moulin D’andé – Céci (Centro dos escritores cinematográficos), onde passou por consultoria sobre seu roteiro com grandes especialistas. Em 2017, João Paulo participou de uma residência artística oferecida pelo Festival de Cannes.

Dentre seus trabalhos estão os curtas-metragens:

“Meninas Formicida” – Competicao Oficial de Veneza 2017; “A Moça que dançou com o Diabo” (2016) – Festival de Cannes, Competição Oficinal, Prêmio especial do Júri ; 54º New York Film Festival; 60º BFI London film Festival; Festival Internacional Vila do Conde, Portugal; 27º Festival de Curta-metragem de São Paulo – Kinoforum; 5º Olhar de Cinema de Curitiba, Prêmio do Público.

“Command Action” (2015) – Festival de Cannes, Mostra competitiva “Semaine de la critique”; Festival Internacional Vila do Conde, Portugal; 59º BFI London Film Festival; 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; V Janela Internacional de Cinema do Recife; 3ª Mostra de Cinema de Gostoso, RN

“A girl and a Gun” (2009) – Selecionado e premiado no Concurso “The Screening Room Mobile Phone Movie competition” – CNN

 

SOBRE A BEBOSSA – Denise Gomes e Paula Cosenza

 

Com vários longas-metragens e documentários no currículo e com centenas de horas produzidas para canais de televisão de todo o mundo, seus filmes foram exibidos e premiados em Cannes, Berlinale, Telluride e Sundance. Entre os trabalhos cinematográficos, destacam-se “Arana” (2019) de Andres Wood; Além do Homem (2018), de Willy Biondani; Uma Espécie de Família (2018), de Diego Lerman – Melhor Filme nos festivais internacionais de Chicago e Miami e Melhor Roteiro no Festival de San Sebastian; Olhar Instigado (2016), de Chico Gomes; De Onde Eu Te Vejo (2016), coprodução com Globo Filmes e Warner Bros.; Ausência (2014), de Chico Teixeira – vencedor de quatro Kikitos no 43º Festival de Gramado, incluindo o prêmio de Melhor Filme Brasileiro, além dos prêmios Especial do Júri e Melhor Ator no Festival do Rio; Rio Eu Te Amo (2014); São Silvestre (2013), de Lina Chamie; Tropicália (2012), de Marcelo Machado – premiado no Jecheon Intl Music & Film Festival; Cara ou Coroa (2012), de Ugo Giorgetti; Violeta foi Para o Céu (2011), de Andrés Wood – premiado no Sundance Film Festival; O Samba que Mora em Mim (2010), de Geórgia Guerra-Peixe – ganhador do prêmio Especial do Júri da 34ª Mostra Internacional de São Paulo, do prêmio de Melhor Documentário no Vancouver Latin-America Film Festival e do prêmio Especial do Júri no InEdit-Barcelona.

 

SOBRE O CANAL BRASIL

 

Canal Brasil O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com 322 longas-metragens coproduzidos só nos últimos 10 anos. No ar há duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.

 

SOBRE A PANDORA FILMES

A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho.

  
Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida.

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