Ex-esposa de Arthur Lira o acusa de estupro
A ex-esposa do presidente da Câmara, Arthur Lira ( PP-Alagoas) o acusou de violência sexual em entrevista à Agência Pública. Segundo a reportagem, Julyenne Lins relata ter sido estuprada pelo deputado em 5 de novembro de 2016, noite em que, segundo ela, Lira também a agrediu física e verbalmente e a ameaçou de morte, em uma crise de ciúmes.
Julyenne já havia dito que foi agredida pelo ex-marido, mas é a primeira vez que ela fala publicamente em violência sexual. Ela chegou a registrar um boletim de ocorrência na polícia, e o caso tramitou na Justiça até que o Supremo Tribunal Federal (STF) inocentou Lira em 2015.
O relato de Julyenne à Agência Pública foi em 6 de junho deste ano. Na entrevista, ela estava acompanhada de sua advogada.
Se conheceram em 1996
Julyenne e Arthur Lira se conheceram em 1996, em Maceió (AL), quando ele era vereador, e passaram a morar juntos no mesmo ano. Segundo ela, o político se mostrava “ciumento e possessivo”, mas não cometeu agressões durante o relacionamento. Os dois se separaram em abril de 2006, segundo ela, mas decidiram manter um casamento de fachada até as eleições daquele ano, quando Lira concorria a um terceiro mandato na Assembleia Legislativa de Alagoas. A entrevistada relata ainda que só começou a frequentar lugares públicos seis meses depois da separação, depois que as eleições haviam sido realizadas.
Noite de 5 de novembro de 2016
A ex-esposa de Lira já havia relatado as agressões físicas e verbais em depoimento à Delegacia Especial de Defesa dos Direitos da Mulher em 2007, segundo a Agência Pública. A acusação de agressão sexual, no entanto, não havia sido citada até agora – por vergonha da família e medo do deputado, segundo Julyenne disse na entrevista. “Minha família vai saber exatamente o que aconteceu. Eu não quero mais viver com isso, carregar isso na minha história”, declarou em depoimento à repórter Alice Maciel.
Além do exame de corpo de delito, quatro testemunhos do que teria acontecido naquela noite deram embasamento ao inquérito policial que indiciou Arthur Lira pelas supostas violências físicas, em 16 de agosto de 2007. “O exame de corpo de delito foi a prova material robusta, técnica, isenta de qualquer julgamento. Eu tinha prova material, era inequívoca, as testemunhas falavam de forma coerente, contavam a narrativa, os depoimentos eram verossímeis com o fato”, afirmou à Pública a delegada que presidiu o inquérito, Fabiana Leão Ferreira.
Com base nas provas colhidas no inquérito policial, o procurador-geral da República Roberto Gurgel ofereceu denúncia contra Lira em 9 de março de 2012. Ao longo da investigação, a polícia ouviu duas mulheres que trabalhavam na casa, a mãe e o irmão de Jullyene. À época, todos eles confirmaram as agressões. Jullyene e algumas testemunhas, no entanto, voltaram atrás em seus depoimentos, o que resultou na extinção do processo contra o presidente da Câmara. Ela alega hoje que recuou após ter sido ameaçada pelo ex-marido.
A ex-esposa de Lira já havia relatado as agressões físicas e verbais em depoimento à Delegacia Especial de Defesa dos Direitos da Mulher em 2007, segundo a Agência Pública. A acusação de agressão sexual, no entanto, não havia sido citada até agora – por vergonha da família e medo do deputado, segundo Julyenne disse na entrevista. “Minha família vai saber exatamente o que aconteceu. Eu não quero mais viver com isso, carregar isso na minha história”, declarou em depoimento à repórter Alice Maciel.
Além do exame de corpo de delito, quatro testemunhos do que teria acontecido naquela noite deram embasamento ao inquérito policial que indiciou Arthur Lira pelas supostas violências físicas, em 16 de agosto de 2007. “O exame de corpo de delito foi a prova material robusta, técnica, isenta de qualquer julgamento. Eu tinha prova material, era inequívoca, as testemunhas falavam de forma coerente, contavam a narrativa, os depoimentos eram verossímeis com o fato”, afirmou à Pública a delegada que presidiu o inquérito, Fabiana Leão Ferreira.
Recuo após ameaça de Arthur Lira
Com base nas provas colhidas no inquérito policial, o procurador-geral da República Roberto Gurgel ofereceu denúncia contra Lira em 9 de março de 2012. Ao longo da investigação, a polícia ouviu duas mulheres que trabalhavam na casa, a mãe e o irmão de Jullyene. À época, todos eles confirmaram as agressões. Jullyene e algumas testemunhas, no entanto, voltaram atrás em seus depoimentos, o que resultou na extinção do processo contra o presidente da Câmara. Ela alega hoje que recuou após ter sido ameaçada pelo ex-marido.
Filhos querem tomar apartamento
Dois filhos do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tornaram-se personagens centrais no novo capítulo da disputa travada entre o político alagoano e sua ex-esposa, Jullyene Lins. Um deles é Arthur Lira Filho, de 23 anos, e o outro, um adolescente de 17 anos.
Arthur Filho e o irmão acionaram a Justiça para retirar da mãe, Julyenne Lins, o direito do usufruto vitalício do apartamento que lhe foi cedido como parte da divisão de bens após o divórcio do deputado.
O motivo da ação foi a cobrança de uma dívida de R$ 179,2 mil referente a taxas de condomínio. O prédio cobrou de Julyenne o pagamento do débito em 2021 e, sem sucesso, pediu à Justiça que incluísse seus filhos, para que eles, como proprietários, paguem o valor devido.
O condomínio incluiu na ação, em maio deste ano, um pedido de bloqueio das contas de um dos filhos e da do próprio Arthur Lira — já que o outro herdeiro é menor de idade.
A ex-mulher de Lira não mora no imóvel desde dezembro de 2020, quando passou a alugar o apartamento. Ela diz que deixou a cidade por medo das intimidações e influência do deputado e atual presidente da Câmara.
Filhos e enteada de Arthur Lira ficaram contra a mãe durante divórcio
Em 2019, Ana Clara (enteada do presudente da Câmara) e Arthur Filho chegaram a classificar a mãe como mentirosa, em relação às acusações feitas por ela contra o deputado. Os irmãos disseram à Veja que as acusações de Julyenne são “infundadas”, além de acusarem a mãe de tentar “extorquir” o ex-marido.
Enteada tem emprego conseguido por Lira
Ana Clara Lins Rocha conseguiu em dezembro de 2019 um cargo na CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), estatal que tem forte influência de Arthur Lira e que já rendeu ao deputado a acusação do recebimento de propina de R$ 106 mil, mas o caso foi arquivado.?