Espetáculo infantojuvenil “À Beira do Sol” estreia em 26 de janeiro no CCBB Rio de Janeiro
A peça infantojuvenil “À Beira do Sol” cria uma linguagem poética, voltada para todas as idades, para brincar com a fronteira entre realidade e imaginação,loucura e sanidade. Com direção e dramaturgia de Naira Carneiro (Cia Os Buriti) e Duda Rios (Cia Barca dos Corações Partidos), o espetáculo musical chega ao Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro no dia 26 de janeiro.
Idealizadora da peça, Naira Carneiro está sozinha em cena para interpretar Arian, a Vigia do Sol, personagem que transita entre dois mundos: o palpável e o da imaginação. Arian recebe um aviso: no momento em que o Sol se puser, ele não retornará e nunca mais nascerá uma manhã. E com o recadovem uma missão: a de vigiar o Sol para que ele não se ponha. Como nas cidades o Sol se esconde entre os prédios altos, Arian pega uma jangada e adentra o mar com a ideia de remar sempre em direção ao astro – no vasto oceano, o Sol não tem onde se esconder. A nuvem Caralâmpia, sua fiel escudeira, a acompanha nesta jornada.
Criado por Marcelo Larrea e Ianara Elisa, o cenário é composto por um grande tecido branco que ocupa todo o chão do palco e é puxado por cordas. Durante a peça, os panos vão assumindo inúmeras formas – jangada, mar revolto, prédios, céu estrelado – permitindo que a atriz tenha uma interação com o cenário, semelhante a uma dança.
Embalada por muita música, a peça conta com direção musical de Beto Lemos. Ele também é o autor da trilha original, sendo parte dela composta em parceria com Duda Rios. O espetáculo tem váriascanções inéditas cantadas pela atriz. A personagem dança sobre as ondas e canta para o Sol e para as nuvens, para se acalmar e reunir forças para seguir com a sua missão.
O processo de criação do espetáculo começou em 2020, quando Naira convidou Duda Rios para transformar em texto uma história que ela havia imaginado. A ideia era abordar o tema da loucura de forma lúdica e poética numa montagem que contemplasse um público de todas as faixas etárias. Para criar a peça, a dupla se inspirou em personalidades como Arthur Bispo do Rosário e o Profeta Gentileza, além de relatos da psiquiatra Nise da Silveira.
A montagem transita por temas como o medo da escuridão e da solidão, além da vontade de estar sempre desperto e são, trazendo questionamentos sobre o que é real e o que é imaginado. “Sempre gostei de ver as coisas por ângulos diferentes. Imaginar ou entrar em contato com realidades que não fazem parte da lógica comum é algo que me atrai. Gosto do avesso. E Arian é literalmente Naira ao avesso. Na nossa história, estamos brincando de criar realidades. A fantasia está presente em todas as culturas do mundo e traz equilíbrio para o nosso ser”, diz Naira.
“Criamos uma personagem que é o Dom Quixote e o Sancho Pança de si mesma. O seu delírio é repleto de sanidade; e a sua sanidade, cheia de delírio. Acho que todos somos assim, damos formas a vários ‘eus’. E acredito que transitar entre os ‘eus’ é uma experiência de liberdade, tão infinita quanto o mar em que Arian navega”, acrescenta Duda Rios.
Desde a sua criação em 1995 por Eliana Carneiro, a Cia. Os Buriti, fundada em Brasília, se dedica a montar espetáculos fundindo diferentes linguagens artísticas, para todas as faixas etárias. E assim foi com “À Beira do Sol”, uma peça pensada para toda a família. O espetáculo estreou no CCBB Brasília, em 2022. Em 2023, fez uma temporada no Sesc Belenzinho, em São Paulo.
Sobre a Cia Os Buriti – Teatro de Dança
Criada em 1995, a companhia se dedica a montar espetáculos para todas as idades fundindo diferentes linguagens artísticas. Fundada por Eliana Carneiro, a companhia é composta por seus filhos Naira Carneiroe Guian Larrea, Camila Guerra, Renata Rezende e pelos músicos Jorge Brasil, André Togni, Daniel Pitanga, Marília Carvalho, Diogo Vanelli e Carlos Frazão. O grupo já se apresentou por diversas cidades brasileiras e também no exterior (Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, França, Áustria, Grécia, Paraguai, Romênia e Índia), participando de festivais e encontros de teatro, dança e música.
A Cia Os Buriti já montou 15 espetáculos autorais: “À Beira do Sol” (2022), de Naira Carneiro, em parceria com Duda Rios (Cia Barca dos Corações Partidos – RJ), “Depois do Silêncio” (2021), “Lampião no Céu” (2017), “KALO – Filhos do Vento” (2016), “Aurora” (2016), “Os Buriti Contam Histórias” (2013), “Cantos de Encontro” (2012), “Blima – Imagens do Sagrado” (2012), “Varal de Histórias” (2010), “Lia de Manaká” (2010), “Trilogia de Gênios da Música” (2007), “Cordas e Contos” (2006), “O Marajá Sonhador e Outras Histórias” (2004), “A Menina que Veio do Céu” (2001), “Inana A Grande Mãe” (1997) e “Os Buriti Dançam Bamboo” (1995).
Sobre o CCBB RJ
Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o CCBB está instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Marco da revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural mantém uma programação plural, regular e acessível, nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e pensamento. Em 34 anos de atuação, foram mais de 2.500 projetos oferecidos aos mais de 50 milhões de visitantes. Desde 2011, o CCBB incluiu o Brasil no ranking anual do jornal britânico “The Art Newspaper”, projetando o Rio de Janeiro entre as cidades com as mostras de arte mais visitadas do mundo. O prédio dispõe de 3 teatros, 2 salas de cinema, cerca de 2 mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e biblioteca com mais de 200 mil exemplares. Os visitantes contam ainda com restaurantes, cafeterias e loja, serviços com descontos exclusivos para clientes Banco do Brasil.
O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro funciona de quarta a segunda, das 9h às 20h, e fecha às terças-feiras. Aos domingos, das 8h às 9h, o prédio e as exposições abrem em horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes.
Ficha técnica
Um solo de Naira Carneiro
Direção e Dramaturgia: Naira Carneiro e Eduardo Rios
Textos: Eduardo Rios
Direção Musical e Trilha Sonora Original: Beto Lemos
Canções originais: Beto Lemos e Duda Rios
Cenografia: Marcelo Larrea e Ianara Elisa
Cenotécnico: Guian Larrea
Manipulação da Cenografia: Yasmim Lira
Figurinos: Eliana Carneiro
Desenho e Operação de Luz: Felipe Medeiros
Desenho e Operação de Som: João Gabriel Mattos
Preparador Vocal: Marcelo Rodolfo
Consultoria sobre saúde mental: Nicola Worcman
Programação Visual: Gabriel Guirá e Nara Oliveira
Fotos: Diego Bresani e Mauro Kury
Costureira: Nice Tramontin
Direção de Produção e Produção Artística:Naira Carneiro
Produtora Assistente: Rebeca Queiroz
Apoio: Grupo Teatral Moitará
Realização: Os Buriti Produções Artísticas
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