Empoderamento feminino: Programa +Elas completa um ano e impacta positivamente a vida pessoal e a carreira profissional das mulheres
Catarina Serafim (direita), mentora no +Elas, com uma das participantes do programa (Foto: Caroline Magalhães – FNO)
Vidas e carreiras transformadas positivamente. Este é o resultado de diversos encontros e de uma jornada de autoconhecimento e de empoderamento que 18 mulheres, de forma voluntária, experimentaram durante o programa de mentoria +Elas. A iniciativa, que reuniu nove integrantes da OR, braço imobiliário do Grupo Novonor, e nove monitoras das ONGs parceiras da Fundação Norberto Odebrecht (FNO), estimulou estas lideranças de diferentes ambientes, da cidade e do campo, a se reconhecerem nos desafios do sexo feminino e a exercitarem o papel que elas já desempenham de inspirar mulheres e meninas no trabalho e na vida pessoal.
A etapa de imersão deste projeto na região do Baixo Sul da Bahia está completando um ano e os resultados são significativos para as participantes da OR, da Fundação e das instituições que fazem parte do PDCIS, o Programa Social coordenado pela FNO, uma tecnologia social de impactos comprovados, que fortalece a agricultura familiar, respeitando a vocação das comunidades beneficiadas para alavancar crescimento econômico com inclusão, em harmonia com o meio ambiente.
Comprometida com a valorização das mulheres na construção civil, área historicamente marcada pela predominância masculina, a OR vem avançando em promover o protagonismo com a equidade de gênero ao desenvolver programas como o +Elas. Essa é a avaliação de Bruna Fonseca Augusto, diretora de Pessoas e Planejamento da OR, que mostra que as mulheres em cargos de liderança já representam 39% na companhia e 52% se considerada a área de Gestão e Administração. “Ao olharmos para programas que envolvem o Jovem Aprendiz, estagiário e trainee, a representatividade feminina é de 58%, mostrando que o futuro da empresa será cada vez mais equilibrado e alinhado aos desafios da diversidade”, explica.
A mentoria +Elas teve início em março de 2023, com sessões preparatórias e alinhamentos online. As primeiras interações presenciais ocorreram em junho, na região atendida pela FNO, onde cada mentora da OR conheceu sua mentorada na zona rural, com a dinâmica de encontros virtuais se estendendo até setembro. Os relatórios recentemente finalizados mostram que as nove duplas compartilharam anseios, dificuldades e histórias de vida, fortaleceram as parcerias e debateram temas como autoconhecimento, empatia, vulnerabilidade, e a importância da sororidade. “Para as participantes, a meta de desenvolver o senso de confiança para conquistar os objetivos pessoais, fortalecer essas lideranças e impulsionar a carreira foi plenamente alcançada”, comemora Daniel Sampaio, superintendente da OR na Bahia.
Um espaço para discutir as questões de gênero
A psicóloga Cristiane Nascimento, responsável por ESG, Pessoas e Comunicação na Fundação Norberto Odebrecht (FNO), afirma que o programa +Elas fez um recorte de gênero alinhado com os ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), um conjunto de 17 metas globais, estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas. A ação envolveu as monitoras das ONGs parceiras da FNO, que educam jovens estudantes do Ensino Médio que estão vivendo os desafios da agricultura familiar e enfrentam, em alguns casos, o preconceito em seu próprio seio familiar, cujos parentes veem o aprendizado nas áreas de agronegócio e de agropecuária como atividades muito masculinas.
Segundo ela, as monitoras já demonstravam experiência em lidar com o machismo e o preconceito e possuíam conhecimento para serem multiplicadoras e fortalecer as questões de gênero: “Foi um trabalho complexo e abordado de forma sutil para equilibrar temas sensíveis e não trazer à tona feridas pessoais, pois a mentoria não tinha o objetivo de ser uma terapia, mas um processo de autoconhecimento e de troca de experiências num clima de confiança com as porta-vozes de suas alunas”.
Para Cristiane Nascimento, o projeto atingiu a expectativa de criar um espaço para discutir e refletir sobre os desafios da questão de gênero, levando conforto às participantes. Ao colocar o tema em relevância, surgiram caminhos e iniciativas para fortalecer essa luta, despertando o sentimento de que mulheres que se ajudam também podem ensinar umas às outras com mais colaboração, compaixão e consciência, e estabelecer a sororidade como forma de vencer a antiga competição vista no passado.
Mais que uma mentoria, um aprendizado de mão dupla
A engenheira civil Catarina Serafim, do setor de engenharia da OR, em Salvador, atuou como mentora do +Elas e avaliou que as participantes saíram fortalecidas e mais unidas em prol de seus propósitos pessoais e profissionais, motivadas a fazer a empresa alcançar melhores resultados e a transformar a vida de mais pessoas. “Fui para esta vivência imaginando a possibilidade de acolher e levar conhecimentos, mas ao receber tanta afetividade de quem pouco conhecia, percebi a imensa força que as pessoas têm e conseguem transmitir. Quando voltei à obra, eu estava mudada, e havia obtido a consciência de até onde meu braço poderia chegar e o momento de pedir ajuda quando necessário. Essa mudança de mentalidade foi fruto da convivência com minha mentorada, a partir de uma escuta ativa. Foi neste momento que percebi que eu, até então como mentora, passei a ser a aconselhada”, destaca a engenheira.
Catarina Serafim relata que aumentou sua autoconfiança após a vivência no +Elas, que o diálogo com sua equipe se tornou mais aberto e respeitoso e que hoje percebe que há maior cuidado no tom da abordagem masculina. “O programa me fez ver bloqueios e afetividades semelhantes quanto a desejos e expectativas pessoais e profissionais, e que há felicidade em outros mundos e realidades. O processo me fez valorizar ainda mais o feminino, a união, a sororidade e a importância de engajar os homens neste processo”, sinaliza a profissional.
Yalle Lobo (direita), também mentora no +Elas, junto à participante do programa (Foto Caroline Magalhães – FNO)
Preocupação genuína com a diversidade, equidade e inclusão
A diretora de Pessoas e Planejamento da OR, Bruna Fonseca, destaca que os resultados estratégicos foram muito positivos entre as participantes e provaram que a diversidade carrega um valor que não pode ser medido ou avaliado em razão de sua ordem de grandeza ou de sua importância. “Toda essa vivência de se conectar com o outro e a oportunidade de se desenvolver também ampliaram a conexão com a companhia. A mentoria +Elas foi muito mais que um simples coach técnico, mas uma experiência que revelou desafios e oportunidades pessoais e profissionais e gerou mais equilíbrio e empatia a partir deste intercâmbio”, analisa Bruna Fonseca. A diretora de Pessoas e Planejamento da OR avalia que mais do que relações de mentoria, no qual se pressupõe que uma pessoa ensina e a outra aprende, foi criada uma forte rede de apoio e de troca de conhecimentos.
“O respeito à diversidade e à equidade é uma preocupação genuína na OR e vem de longa data, através de outras iniciativas, que visam incluir e fortalecer públicos que geralmente não são valorizados por questões de gênero, raça e etnia, PCDs e LGBTQIAP+. Para que esses grupos sejam efetivamente representados e tenham voz, é preciso mostrar autenticidade nas falas e ações de impactos positivos para todos os integrantes da companhia. É aí que se percebe a maturidade do negócio, os avanços e aprimoramentos a serem feitos e as devidas formas de implantação”, destaca a diretora de Pessoas e Planejamento da OR, Bruna Fonseca Augusto.
Todo esse processo pôde ser visto durante a etapa de imersão no +Elas, no qual as participantes da OR visitaram a Serra da Papuã, situada em Ibirapitanga (BA), uma área de preservação ambiental onde fica a sede da Organização de Conservação da Terra (OCT), uma das ONGs executoras do PDCIS. Ali, puderam se conhecer melhor, praticar yoga, exercitar escuta ativa, plantar árvores, e compartilhar suas histórias de vida e de outras mulheres inspiradoras, como Malala Yousafzai, Viola Davis, Maria Bonita e Djamila Ribeiro. As lideranças ainda puderam visitar Igrapiúna (BA), onde funciona a Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), uma escola-internato que faz parte do PDCIS, e dialogaram com jovens estudantes da escola.
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