Dono de ferro-velho, onde dois funcionários desapareceram tem prisão preventiva decretada

Dono de ferro-velho, onde dois funcionários desapareceram tem prisão preventiva decretada

Após desaparecimento de dois funcionários, a Polícia Civil da Bahia (PC) pediu a prisão preventiva do empresário Marcelo Batista Silva, dono do ferro-velho onde trabalhavam Paulo Daniel Pereira, 24 anos, e Matuzalém Silva, 25. Marcelo, que foi acusado por familiares dos dois ao longo da última semana como responsável pelo desaparecimento, é considerado suspeito de homicídio qualificado e pode ser preso a qualquer momento.

 

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A família e amigos de Paulo Daniel e Matuzalém fizeram protestos em frente à empresa de Marcelo. No entanto, só na sexta-feira,8, a PC entrou no ferro-velho para iniciar buscas por evidências que pudessem levar ao motivo do desaparecimento. Antes mesmo da Justiça expedir o mandado de busca e apreensão, na quinta-feira, 8, à noite, a defesa do empresário pediu um habeas corpus preventivo para evitar a prisão dele no decorrer das investigações.

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A defesa estaria, inclusive, se antecipando a uma acusação de crime de homicídio, de acordo com o documento. “Trata-se de Habeas Corpus Preventivo em que se objetiva a obtenção de salvo conduto, por figurar o paciente como suposto autor de crime de homicídio”, escreve o juiz que recebeu o caso na Vara Criminal, mas o repassou para as Varas do Tribunal do Júri.

 

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Dono do ferro velho já foi denunciado por tortura em 2017

Acusado por familiares de Paulo Daniel Pereira, 24 anos, e Matuzalém Silva, 25, que estão desaparecidos há uma semana em Pirajá, o dono do local, Marcelo Silva, já foi processado pelo crime de tortura contra pessoas que empregou. Em 2018, o Ministério Público Estadual (MPE), denunciou o empresário após um inquérito policial apontar a prática criminosa por ele cometida no ano de 2017.

 

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Marcelo Batista Silva, dono do ferro velho

 

“No dia 25 de setembro de 2017, por volta das 13h30min, no interior da empresa de reciclagens Pró Metais, no Km 9, bairro Pirajá, nesta capital, o denunciado constrangeu as duas vítimas mediante emprego de violência e grave ameça, com a finalidade de obter informações acerca da autoria da prática de suposto crime de furto na sua empresa”, descreveu o MPE na denúncia submetida contra ele.

No documento, foram apresentados os laudos médicos que comprovaram as lesões dos funcionários que prestaram queixa contra Marcelo. No dia do crime, de acordo com o inquérito, o empresário teria prendido as duas vítimas no ferro-velho, acusando de pegar materias do local. Com os dois rendidos, as agressões e a tortura foram iniciadas.

“Marcelo trancou um dos funcionários nos galpões da empresa, algemando-o. Após confinar a vítima, o denunciado começou a agredi-la proferindo ameaças e retendo seus documentos pessoais. Registra-se que, durante a ação, o autor empreendeu violência física e psicológica, torturando-a para obter informações acerca do sumiço de barras de cobre de propriedade da empresa”, diz a promotoria do MPE em denúncia.

Ainda no documento, a acusação descreveu as violências praticadas contra a segunda vítima do caso. “O outro funcionário da referida empresa foi igualmente algemado, agredido e torturado por não ter avisado ao acusado que a primeira vitima, supostamente cometera os furtos das barras de cobre”, completa a acusação.

O processo corrobora com a acusação feita pela mãe de Paulo Daniel, que prefere se identificar apenas como Mari em entrevista ao CORREIO. “*Segundo os depoimentos que foram prestados em rede nacional e que a gente recebeu, os funcionários disseram que ele botava a mão dos funcionários na prensa, que ele batia de pau. Foram informações que ex-funcionários passaram”, conta ela.

Ação Penal contra Marcelo

Em meio às buscas por Paulo Daniel e Matuzalém, a defesa de Marcelo entrou com um pedido de habeas-corpus preventivo para o empresário. A ação, acessada pela reportagem no sistema do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) foi protocolada na noite de quinta-feira (7). No texto, a solicitação da defesa era de um salvo conduto ‘por figurar o paciente como suposto autor de crime de homicídio’.

Ciente do pedido, a mãe de Paulo Daniel fez apelo para que o habeas-corpus não seja concedido. “Eu pergunto à justiça, vocês vão liberar o habeas-corpus para se assassino diante de tantas provas que vocês estão tendo aí? A justiça vai liberar? Porque, se a Justiça liberar, vai mostrar que não está do meu lado, não está do lado dos pobres, não está do lado das duas famílias que estão sofrendo”, falou Mari.

Na quinta-feira, 7, buscas foram realizadas nas imediações do ferro-velho, mas nada foi encontrado. Não há ainda liberação para buscas da polícia no interior da empresa.

Apesar das acusações dos familiares, a Polícia Civil não trata oficialmente o empresário como suspeito pelo desaparecimento dos dois trabalhadores até o momento.

 

 

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