Dia do Trabalhador é marcado por manifestações no Brasil, discurso contundente de Lula e aceno do Bolsonaro a simpatizantes
O brasileiro não aderiu ao apelo do presidente Jair Bolsonaro e poucas pessoas foram as ruas se manifestar a favor de pautas anticonstitucionais, como ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e anistia ao Deputado Daniel Silveira, que se ataque a a todo momento as decisões da corte, em especial ao Ministro Alexandre de Moraes.
O receio que Bolsonaro reeditasse a sua participação no feriado de 7 de Setembro do ano passado, quando ele fez na Avenida Paulista um discurso inflamado com ameaças golpistas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também não se confirmou.
Em Belo Horizonte, os dois grupos opositores se encontraram e trocaram farpas. Uma faixa foi estendida na praça pedindo ‘Intervenção Militar’. Eles também levantavam cartazes defendendo “a família e a liberdade”. Algumas pessoas rasgaram a Constituição.
Em São Paulo houve carreata e críticas as medidas restritivas para combate à Covid-19 do governador e possível presidenciável João Dória. No Rio de Janeiro, os manifestantes se reuniram na orla de Copacabana. Em Brasília teve carreata e o presidente fez um aceno para algumas pessoas que estavam próximas ao famoso “cercadinho”, agradecendo o apoio.
Luís Inácio Lula da Silva
Como faz todos os anos, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva fez discursos para uma multidão de trabalhadores em São Paulo, criticou as decisões de Bolsonaro e pediu desculpas aos policiais por ter afirmado que Bolsonaro não gostava de gente, só da polícia. Aproveitou para dizer que até agora aguarda também desculpas pelas decisões parciais e injustas do ex-Ministro da Justiça Sergio Moro, que o perseguiu e o condenou aa prisão.
O candidato pelo PT e líder nas intenções de votos em todas as pesquisas eleitorais, comemorou a decisão emitida pela ONU (Organizações das Nações Unidas), divulgadas na última quarta, 27, pelo Comitê de Direitos Humanos, que concluiu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima de parcialidade e teve violados seus direitos políticos, civis e à privacidade. De acordo com o órgão, o ex0juiz foi parcial no julgamento dos processos no âmbito da Operação Lava Jato. Foram seis anos de análise em Genebra para chegar à recomendação, que deve ser seguida pelo governo Brasileiro por conta de acordos internacionais assumidos.
O Ato Maio pela Vida, Democracia, emprego, Vacina para toso e Auxílio Emergencial de R$ 600,00 foi realizado em frente ao Estádio de Futebol Pacaembu e organizado pelas centrais sindicais com diversas lideranças sociais e políticas e artistas.
“Este é um 1º de maio triste para os trabalhadores e as trabalhadoras do nosso país. Um dia de luto”, disse o ex-mandatário no início seu discurso. “[Luto] pelas 400 mil vidas perdidas por conta docovid-19, muitas delas porque o governo Bolsonaro se recusou a comprar as vacinas que lhe foram oferecidas; pelos 14 milhões de desempregados, vítimas de uma política econômica que enriquece os milionários e empobrece os trabalhadores e a classe média; pelos 19 milhões de brasileiros que estão hoje passando fome, abandonados à própria sorte por esse desgoverno”, completou.
Apesar de reconhecer que o “país está sendo devastado pelo governo do ódio e da incompetência”, Lula pregou a esperança em dias melhores. “Minha indignação diante de tanta injustiça é muito grande. Mas ainda maior que a indignação é a minha confiança no povo brasileiro. Ele é maior do que essa gente que está destruindo nosso país. O Brasil vai dar a volta por cima. Não podemos perder a esperança”, declarou.
Lula disse que sabe o tamanho do desafio, mas que “sabemos também a nossa força”. “A primeira coisa que nossos inimigos tentam matar em nós é a esperança. E um povo sem esperança está condenado a aceitar migalhas, a ser tratado como gado a caminho do matadouro, como se não houvesse outro jeito”, afirmou.
“É preciso acreditar que o Brasil pode voltar a ser um país de todos”, disse, em referência ao lema do seu governo. “Com geração de empregos, salários dignos e direitos reconquistados. Com saúde e educação públicas de qualidade. Um país de livros em vez de armas, de respeito ao meio ambiente e às minorias, do amor em vez do ódio. Nós já construímos uma vez esse Brasil. E juntos vamos construir de novo. Trabalhadores: lutar sempre, desistir jamais”, finalizou.
No geral, os atos não atraíram grandes multidões, indicando que a população em geral ainda não está engajada para participar de mobilizações presenciais em torno dos dois principais nomes da disputa.
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