Construir um Brasil para as mulheres também é construir um Brasil para as empreendedoras
Em 2023, o governo sancionou a Lei 14.667 que estabelece a celebração da Semana do Empreendedorismo Feminino durante o mês de novembro. O objetivo da iniciativa é ampliar a conscientização em relação aos desafios enfrentados pelas mulheres empreendedoras no país. Não à toa, há um aumento crescente da participação feminina no empreendedorismo brasileiro e, segundo levantamento do Sebrae, elas representam uma em cada três donos de negócios e estão à frente de 9,9 milhões de empresas.
Bianca Junqueira, co-CEO da Portão 3, fintech líder em gestão de pagamentos corporativos para empresas da América Latina, destaca que acompanhar o aumento significativo de mulheres ocupando posições de CEO no Brasil é algo que sempre esperou presenciar. “Recentemente, no Índice de Igualdade de Gênero de 2023 da Bloomberg, vi que apenas 8% das mulheres ocupam cargos de liderança. Esse dado revela a necessidade de discutirmos e promovermos a equidade salarial e a diversidade de gênero nas empresas. No entanto, vejo essa mudança como uma conquista feminina, fruto de nosso esforço para participar de discussões e nos posicionar nas mesas de decisão. Além disso, percebo que estamos explorando áreas financeiras, nos desafiando e nos unindo cada vez mais. Acredito que a tecnologia pode ser uma ferramenta inclusiva que nos aproxima e possibilita o surgimento de projetos e negócios com o propósito de resolver desafios socio econômicos importantes”, diz.
Ser uma pessoa “multitarefas”, uma atuação muito atribuída à elas, está entre os traços que incentivam elas a abrir seus próprios negócios, conciliando tudo com as atividades do cotidiano, como cuidar da casa e dos filhos. E não podemos deixar de lado o fato que a constituição familiar brasileira, que envolve em sua grande maioria mães solo, e a possibilidade de trabalhar diretamente do conforto de suas casas estão entre os atrativos que levam as mulheres, seja por necessidade ou interesse nato, a empreender.
Para Ilana Nasser, co-fundadora da Vendah, uma plataforma de venda direta cuja proposta é complementar a renda de mulheres, difundir o empreendedorismo feminino passa pela valorização das competências, comportamentos e habilidades das mulheres. “O empreendedorismo feminino no Brasil é uma força crescente e transformadora. As empreendedoras não apenas estão superando desafios tradicionais, mas também trazendo uma abordagem inovadora para o mundo dos negócios. Ao longo dos anos, testemunhamos um aumento significativo no número de mulheres que lideram suas próprias empresas, promovendo a diversidade e a inovação em diversos setores. Isso vai muito além de uma busca por igualdade de oportunidades: é uma expressão de resiliência, criatividade e determinação. Mulheres que empreendem têm um papel vital na economia do país, contribuem com novas ideias e impulsionam o desenvolvimento econômico, enquanto inspiram futuras gerações a seguirem seus passos”, explica.
Porém, ainda que o número de empreendedoras tenha crescido no Brasil, elas ainda enfrentam diversas dificuldades para serem donas dos próprios negócios. Gabriela Schirmer, sócia fundadora do Perroni, Sanvicente & Schirmer Advogados (PS&S), um escritório de advocacia que integra o Direito a uma visão de negócios para atender clientes da Nova Economia, acredita que o mais cruel dos inúmeros desafios que uma mulher precisa estar disposta a enfrentar se pretende estar em uma posição de liderança, é a descaracterização do masculino como sinônimo de poder.
“Hoje, quando se pensa em poder, principalmente dentro de grandes corporações, a imagem criada é muito provavelmente terno e gravata. Esse simbolismo simples diz muito. Ainda hoje uma mulher em posição de liderança tem que estar a todo tempo se descaracterizando de seu feminino para que seja respeitada pelas seus liderados e stakeholders, o que fere diretamente a sua individualidade como ser humano. Esse desafio tem mais de uma forma de ser enfrentado. Há quem prefira entrar no jogo e deixar de lado várias de suas características para se mimetizar naquilo que é socialmente entendido como poder. Há aquelas que preferem manter-se inteiras, independentemente de, com isso, ter o dobro de obstáculos a percorrer até chegar no mesmo objetivo final. Pela minha visão não há certo ou errado, pois cada mulher tem que entender como deseja alcançar seus objetivos. Condenar aquelas que preferem dançar conforme a música é, mais uma vez, punir as mulheres dentro de um sistema que é, por natureza, misógino”, finaliza.
Sobre Portão 3:
Criada no início de 2020, a Portão 3 desenvolveu uma tecnologia em nuvem capaz de reduzir em mais de 33% o tempo gasto com os processos de gestão de pagamentos e despesas corporativas, tornando mais rápido e fácil para as empresas controlar os gastos de seus colaboradores com viagens e mobilidade e dando mais autonomia para os funcionários quando estão em trânsito. Com a solução desenvolvida pela fintech, é possível fazer desde a reserva de viagens até a captura automática de notas fiscais e a emissão de relatórios em tempo real, simplificando o controle das despesas e cupons fiscais. Em 2023, recebeu o certificado de Most Loved Workplace®.
Fundada em 2021, a Vendah é um app de revenda que transforma qualquer pessoa em um revendedor no Brasil sem nenhum investimento. Ao oferecer produtos novos, materiais promocionais, soluções de pagamento e logística, a empresa torna muito fácil para as pessoas venderem e ganharem dinheiro extra. Em 2023 foram acelerados pela Y Combinator, a maior aceleradora do mundo, e em 2022, foram selecionados para participar do Scale-Up Endeavor 2022, o programa de aceleração das empresas que mais crescem no Brasil.
Perroni Sanvicente & Schirmer Advogados (PS&S)
Escritório de advocacia fundado em 2020, PS&S tem como missão atuar com integridade, qualidade e inovação. Atualmente, está rankeado no TTR entre os escritórios do Brasil com maior número de operações em Venture Capital (VC) no país. Centrado nos temas do Direito Empresarial, com foco em direito societário, fusões e aquisições e direito contratual, o PS&S tem experiência vasta expertise na estruturação quanto na reestruturação de empresas. O principal objetivo é entregar aos clientes soluções jurídicas eficazes e adaptadas às reais necessidades de cada um e que agreguem valor ao negócio e contribuam para uma sociedade melhor.
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