Compradora da mansão de Clodovil desiste da compra e o imóvel segue em degradação
Compradora da mansão de Clodovil desiste da compra do imóvel, arrematado por apenas 750 mil no ano passado. Parece que a novela da famosa casa do estilista, não chegará ao fim tão cedo. A mulher de Campinas, interior de São Paulo, não teve seu nome divulgado. Seu advogado José Araújo informou à imprensa que só se manifestará após decisão da justiça. Enquanto isso, a casa, que foi construída com esmero e extravagância, peculiar do Clô, como era carinhosamente chamado segue em estado de degradação.
Conheça a história
Em entrevistas à imprensa, Clodovil Hernandes, costumava dizer que a gente dá um passo ali na frente e morre, a vida não é nada, e o corpo não nos pertence, nada nos pertence, a não ser o nosso caráter, a nossa alma, que isto é inquestionável, é a essência”. Mesmo com esse pensamento, ele gostava de se dar prazeres materiais, e gozou, durante grande parte de sua vida de conforto material, acumulando imóveis, obras de arte e gestos excêntricos. O destaque de todos os bens de Clodovil foi, sem dúvida, a Mansão de Ubatuba, de 4,375 mil metros quadrados, construída na Praia do Léo
Clodovil Hernandes foi um dos mais famosos estilistas, apresentador de tv (Manchete, Bandeirantes, CNT, Gazeta, Globo, Rede Tv, TV JB), e por último Deputado Federal, terceiro mais votado do país, com 493.951 votos), no período de 2006 a 2010. Mas, mesmo tendo ganhado muito dinheiro, tanto como estilista e como apresentador de tv, enfrentou sérios problemas financeiros. Nos últimos anos de vida, já não conseguia cuidar daquela que foi a casa de seus sonhos.
Segundo declarou à imprensa em 18 de março de 2009, sua advogada Maria Hebe Pereira de Queiroz e atual inventariante dos bens deixados por ele após a morte, em vida, Clodovil gastava mais do que ganhava. Segundo Hebe, nos últimos anos o estilista passava por dificuldades financeiras. A advogada contou também que, do salário como Deputado Federal de R$ 16,5 mil, Clodovil recebia R$ 7 mil líquidos em decorrência de um empréstimo consignado que era descontado em folha de pagamento. Clodovil morreu no dia 7 março de 2009, em Brasília, após sofrer um acidente vascular cerebral e uma parada cardíaca. Sua morte causou comoção nacional.
Sonho não realizado – Fundação Isabel e Casas Clô
Clodovil tinha um sonho. Queria que a casa em que viveu com seis empregados: um mordomo, uma arrumadeira, dois jardineiros, um segurança e uma pessoa que cuidava dos catorze cachorros da raça pug, virasse um lar para meninas carentes. As Casas Clô, da Fundação Isabel, nome de sua mãe adotiva, abrigariam meninas órfãs. Mas, esse sonho não foi e parece não será realizado, a mansão está abandonada e vem sofrendo a ação do tempo, segundo relato de amigos e moradores do litoral paulista. O imóvel está para ser vendido desde 2018, foi colocado em leilão, mas a pessoa que arrematou em 2018, desistiu da compra. O que se sabe é que não há interessados em comprar, nem em alugar. A casa está construída em local isolado, com acesso limitado, o que dificulta as visitas de potenciais compradores, explica em corretor da região. O preço do imóvel, estimado inicialmente em R$ 1,5 milhão, chegou a cair 40%.
Reformas
Ao longo dos anos, o próprio Clodovil projetou, sem requerer serviços de arquitetos e engenheiros, um complexo de casas interligadas por passeios ajardinados, todas minuciosamente decoradas com seu gosto pessoal e, como tido por muitos, excêntrico. A mansão de Clodovil com terreno total de 4,375 mil metros quadrados, tem nove suítes, piscina, sauna, capela e até um lago. Uma das curiosidades é um vaso sanitário ao ar livre, bem no meio de um jardim. A vista é maravilhosa e despertou no passado a curiosidades de todos, por ser recheada de obras de artes, objetos de decoração, em meio a uma paisagem natural deslumbrante.
Excentricidades e segurança
Clodovil tinha receio de ficar sozinho na casa dele, que é isolada, no meio da Mata Atlântica. Por isso ele tomou algumas precauções. No banheiro da suíte dele, há um banco, que é mais do que um banco. Levantando o colchão, depois uma tampa pesada de madeira, aparece uma outra tampa, que aberta revela uma passagem secreta, que Clodovil poderia usar se quisesse escapar rapidamente. No quarto dele, outra surpresa. Embaixo da cama é possível abrir uma porta, que leva a uma saída que vai dar no andar de baixo da casa. O Clodovil sempre foi ameaçado, ele recebia umas ligações estranhas, conta Maria Hebe. Nos últimos anos, as pessoas mais próximas de Clodovil foram sua advogada e quatro assessores parlamentares.
Desabamento em 2005
Em janeiro de 2005, parte de uma das casas de Clodovil desabou após um deslizamento de terra, de modo que o imóvel acabou parcialmente interditado por técnicos da Defesa Civil de Ubatuba. À medida que ampliava irregularmente seus aposentos na propriedade, Clodovil recebeu muitas denúncias por degradação ambiental. São mais 20 cômodos, mas sofre com o descaso do tempo e está tomada por infiltrações e mofo, e o imóvel pode acabar sendo demolido. Colocada à venda em leilão pela segunda vez em 2019, com lances iniciais a partir de R$ 900 mil, a mansão segue sem compradores e, para tristeza de amigos próximos de Clodovil, a exemplo do também estilista José Gayegos, deteriorando.
Leilão de objetos de Clodovil
Em 2014 foi realizado em uma casa especializada nos Jardins, região nobre de São Paulo, um leilão, que lotou o local, mais parecia a inauguração de uma badalada casa noturna – tamanha era a quantidade de pessoas. Todos os cerca de 100 assentos foram rapidamente ocupados – e dezenas de outras pessoas se espremeram no pequeno salão para tentar acompanhar os lances. O objetivo do leilão foi acabar com dívidas do espólio de Clodovil – entre elas, uma indenização de R$ 200 mil a ser paga para a senadora Marta Suplicy. Em 2004, ela processou o estilista por ofensas ditas em seu antigo programa de televisão.Como não teve herdeiros, todo o valor arrecadado vai ser usado para pagamento de dívidas – muitas delas com ex-funcionários -, que passam de R$ 300 mil, segundo sua advogada.
Já no início, quando o sétimo lote iria ser vendido, um homem levantou os braços no meio da multidão e gritou que a transação não poderia ser feita. “Não pode ser vendido. Tenho um documento que prova isso”, disse o presidente da Fundação Clodovil Hernandes, Mauricio Petiz.
As peças a que ele se referia eram a escultura de uma cobra em bronze, que era usada como base de uma mesa, e dois sofás desenhados pelo estilista, com o brasão da República, que adornavam seu gabinete em Brasília. “São peças de exposição pública, para preservar sua memória”, justificou. A administração da casa decidiu, então, deixar essas peças fora do catálogo e, após o tumulto, seguiu com o leilão de outras peças.
O item mais cobiçado de todos foi uma gravata borboleta feita em ouro branco, cravejada com 1.097 diamantes. Diversos lances foram feitos, mas quem conseguiu o objeto foi o empresário e arquiteto Luis Pedro Scalise, de 44 anos. “Eu gostava muito do Clodovil e em uma conversa que tivemos nós comentamos sobre a gravata”, afirmou. “E eu adoro joias”, acrescentou, mostrando em um de seus dedos um anel de brilhantes.
Para levar para casa a peça, ele teve de desembolsar R$ 46 mil. “Para mim, comprar isso não é gastar, é ganhar dinheiro”, disse. Ele jura que irá usar a gravata já nos próximos meses.
Além da gravata, outros objetos se destacaram, como um relógio da marca Cartier dado de presente a Clodovil pelo apresentador Faustão – arrematado por R$ 6 mil -, um baú da marca Louis Vuitton cujo novo dono gastou R$ 23 mil para tê-lo e um piano de R$ 30,5 mil. A peça mais barata foi uma maca de massagem – arrematada por R$ 150.
Sobre Clodovil Hernandes
Filho adotivo, Clodovil nasceu em 1937, na cidade de Elisário, interior de São Paulo. Aos 20 anos, se mudou para a capital paulista e logo se firmou como costureiro das celebridades, entre elas Elis Regina, Cacilda Becker e as famílias Diniz e Matarazzo. Na década de 1990, passou a se dedicar somente à televisão, comandando programas como o “TV Mulher”, na Rede Globo, junto com Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra do Turismo. Clodovil passou também pelas redes Manchete, Gazeta e RedeTV.
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