Comando Vermelho e PCC levaram golpe de ‘Engomadinho do Bitcoin

Comando Vermelho e PCC levaram golpe de ‘Engomadinho do Bitcoin

As duas maiores facções criminosas do País teriam sido enganadas por Gustavo de Macedo Diniz, de 27 anos, conhecido como “Engomadinho do Bitcoin”, segundo reportagem exclusiva da coluna ‘Na Mira’, do Portal Metrópoles. Gustavo é o principal executivo da plataforma financeira Bybot, que controlava milhares de criptoativos de centenas de investidores do Brasil, Estados Unidos e Europa. No entanto, os gestores da plataforma financeira desapareceram com todo o dinheiro dos clientes.

Por causa do suposto golpe, a carioca Comando Vermelho (CV) ofereceu R$ 15 mil de recompensa pelo trader golpista. Já a facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) ameaçou o CEO da empresa, que está jurado de morte.

Segundo a reportagem, Gustavo deletou todas as redes sociais, apagou os canais de comunicação e fechou a plataforma para saques. Desde o dia 25 de agosto, nenhum dos investidores está conseguindo sacar a quantia que tinha depositada nas carteiras. Antes disso, ele era bastante ativo em seus perfis e costumava gravar lives. A suspeita é que ele tenha fugido em direção à Ásia.

Após ele sumir, o Comando Vermelho passou a pedir sua cabeça. Desde então, começaram a circular em grupos de WhatsApp imagens de dois operadores da Bybot que tratavam sobre os investimentos diretamente com a carteira de clientes antes da plataforma ser desativada.

Com as imagens, o suposto recado dado pelo Comando Vermelho, que teria investido na compra de moedas virtuais com a intenção de lavar dinheiro do tráfico de drogas, é que serão pagos R$ 15 mil por qualquer informação que leve ao paradeiro dos membros da equipe. Em uma das mensagens, a facção afirma que não é para matar o funcionário da empresa: “Não matem”.

“Vai ter sangue”, ameça PCC

Em outras mensagens também obtidas pela coluna ‘Na Mira’, um suposto integrante do PCC afirmou que havia R$ 30 milhões em bitcoins provenientes do caixa do PCC investidos na Bybot. O homem ainda afirmou que a facção já tem endereços de pessoas ligadas ao executivo.

“Já põe aí que, a partir de segunda-feira, se esse pau no c* do Diniz não aparecer, a irmandade vai visitar cada um da família dele. (…) Ele já tá no juramento e não tem volta. Ce não tá entendendo o meu preju. Já tem o endereço de cada um, tá tudo vigiado. Vai ter sangue, já tá avisado. Segunda-feira e não tem conversa [sic]”, afirma a mensagem.

Quem é o Engomadinho do Biticoin?

O autodeclarado empreendedor Gustavo Diniz, que se dizia CEO da empresa Bybot, está sendo acusado de sumir com R$ 70 milhões em ativos de criptomoedas de seus clientes. Ele ficou conhecido como o “Engomadinho do bitcoin”.

A Bybot afirmava comprar e vender propriedades em bitcoin e outros criptoativos, e, através dos lucros das vendas, remuneraria entre 1% e 2% do valor investidor “por dia” – segundo um vídeo do próprio Gustavo Diniz.

Diversos investidores que colocaram seu dinheiro na empreitada agora sofrem com o sumiço de parte de seu patrimônio, investido na empresa do “Engomadinho”.

Segundo suspeitas, Gustavo, que ostentava um estilo de vida luxuoso nas redes sociais, teria roubado as criptomoedas de suas vítimas e se destinado para algum local fora do Brasil para não responder pelos crimes.

A empresa funcionou até um determinado período, quando afirmou estar passando por uma “manutenção”. “Não sabemos, de fato, o que aconteceu. Estávamos todos aguardando a suposta manutenção e, repentinamente, o Gustavo derrubou o site, apagou o perfil no Instagram e sumiu do Telegram”, disse um empresário que investiu 15 mil dólares na situação ao site Metrópoles.

Como se proteger de golpes de bitcoin

O caso é similar a diversos outros casos de pirâmide financeira envolvendo bitcoins. AirBitClub, G.A.S, FTX: os casos são incontáveis e o nome das empresas sempre pouco memoráveis, mas a ideia é sempre a mesma: invista em algo que você não conhece e ganhe muito dinheiro, muito rápido, sem esforço.

Após as promessas de lucro milionário, a empresa devolve uma parte do dinheiro para os investidores em forma de lucro e some com o dinheiro do cliente.

Os golpes de bitcoin funcionam quase sempre assim. Além disso, uma minoria usa bitcoins de verdade e a maioria não compra e vende as criptomoedas.

Você chama as pessoas para um clube de investimentos. Remunera os primeiros investidores com a chegada dos segundos, estes com a dos terceiros, quartos, e assim sucessivamente, até o sistema cair. Quando o sistema cai, você foge.

Mas como identificar se a empresa é golpe ou não é golpe? É difícil, mas podemos te ajudar a identificar alguns sinais::

  • A empresa não tem referências positivas e  já foi acusada de pirâmide
  • Seus líderes não possuem certificação especificada para operar no mercado financeiro
  • As lideranças promovem retornos muito mais altos do que a taxa de juros (mais do que 1% ao mês)
  • As lideranças usam linguagem tecnicamente incompreensível ou extremamente vaga para descrever a operação

Além desses sinais, é importante dizer:s e você não entende nada de bitcoin, não invista em bitcoins. Estude sobre o tema com profundidade, entenda como funciona a blockchain antes de colocar seu dinheirinho suado em uma operadora séria. Mesmo assim, por se tratar de um bem não-regulamentado, criptos são sempre investimento com algum risco de perda maior do que aquele famoso CDB do banco ou do que o conhecido mercado de ações.

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