Campeã de atletismo Agnes Tirop é encontrada morta e marido é principal suspeito
Uma cena trágica e a perda de uma das heroínas do atletismo africano., marcou a quarta-feira, no Quênia. De acordo com a imprensa local, a corredora Agnes Tirop foi encontrada já sem vida pelos vizinhos, que relataram ter escutado uma discussão na noite anterior. O principal suspeito seria o próprio marido da atleta, um policial, que segue desaparecido. A prisão dos responsáveis foi classificada como prioridade pelo presidente do Quênia, que cumpre visita oficial nos Estados Unidos nesta semana.
Agnes Jebet Tirop é a atleta do Quênia recordista mundial dos 10 mil metros. Segundo anunciou a federação de atletismo do país nesta quarta-feira,13, o corpo da atleta foi encontrada com muitas perfurações de faça. Ela estava no ápice de sua carreira.
A corredora de longa distância tinha apenas 25 anos e já acumulava duas medalhas de bronze em mundiais, também nos 10 mil metros, além de ter ficado em quarto lugar nos 5 mil metros nas Olimpíadas de Tóquio.
Tirop quebrou o recorde mundial em setembro, em uma competição na Alemanha, com o tempo de 30 minutos e 1 segundo. Ela bateu por 28 segundos o recorde anterior, da marroquina Asmae Leghzaoui, que durava desde 2002.
Suas medalhas de bronze foram conquistadas nos mundiais de 2017 e 2019.
“Tirop foi encontrada morta em sua casa em Iten depois de ter sido supostamente esfaqueada por seu marido”, anunciou a federação em um comunicado. “Ainda estamos trabalhando para descobrir mais detalhes sobre sua morte”.
“O Quênia perdeu uma joia, que era uma das gigantes do atletismo em ascensão mais rápida no cenário internacional”, afirmou a entidade. “Oramos para que Deus conceda força à família e aos amigos neste momento difícil”.
– É perturbador, totalmente lamentável e muito triste termos perdido uma jovem e promissora atleta que, com uma idade de 25 anos, trouxe ao nosso país tanta glória com suas façanhas no cenário global do atletismo, inclusive neste ano, nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, onde ela fez parte da equipe queniana no Japão – declarou o presidente ,Uhuru Kenyatta.
Feminicídio não África
Milhares de mulheres morrem a cada ano no mundo pelo simples fato de serem mulheres. Em 2017, o número de vítimas alcançou 90.000. É uma praga que afeta sem distinção países ricos e pobres, em guerra, ou em paz.
Várias nações adotaram leis para combater o flagelo, como diversos países da América Latina, berço das primeiras legislações sobre feminicídios. Outros, como a França, começam a tomar consciências sobre o problema.
No planeta, a Ásia lidera a triste lista de mulheres assassinadas (20.000) por seus parceiros, ou familiares, em 2017, seguida pelo continente africano (19.000), América do Norte, Central e do Sul (8.000), Europa (3.000) e Oceania (300), de acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Mas é na África (África do Sul, Senegal, República Democrática do Congo, entre outros) que as mulheres “correm mais risco de assassinato por seu companheiro ou um integrante de sua família” (69%), de acordo com a ONU.
Em 2017, El Salvador registrou uma das piores situações no planeta em termos de feminicídio, com 13,9 mulheres mortas a cada 100.000, de acordo com o UNODC. Em seguida, aparecem Jamaica (11 a cada 100.000), República Centro-Africana (10,4 – estatística de 2016), África do Sul (9,1 – dados de 2011) e Honduras (8,4 – 2017).
Das quase 90.000 vítimas de 2017, 57% (50.000) morreram em ações de “seus companheiros, ou de membros da família”, destaca o UNODC. Um terço (30.000) destas mulheres foram assassinadas pelo ex-cônjuge, ou atual parceiro, “alguém em quem normalmente deveriam confiar”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou no final de 2017 o dado: 38% dos assassinatos de mulheres foram cometidos por seu parceiro.
“Estes crimes não são geralmente consequência de atos espontâneos, ou isolados, e sim de um acúmulo de violência relacionada com o gênero, com um caráter possessivo, de ciúme e medo do abandono”.
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