C4IR Brasil participa do “Inteligência de Mercado e Competitividade do Agro” realizado pelo CNA e Sebrae
O diretor-executivo do Centro para a Quarta Revolução Industrial do Brasil (C4IR Brasil), Marcos Vinícius de Souza, foi um dos painelistas no evento “Inteligência de Mercado e Competitividade do Agro”, realizado pelo Sistema CNA/Senar e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
No Bloco 3 – “Inovações tecnológicas e gestão de dados nas tomadas de decisão”, Marcos Vinícius falou sobre “Governança e monetização de dados produtivos” dentro do contexto de rastreabilidade digital da cadeia de alimentos.
“Rastreabilidade digital é o acompanhamento de informações de um produto desde a origem até seu destino final: existe um fluxo de dados sendo gerado ao longo desse processo. E a coleta e consolidação desses dados é o “combustível” que irá alimentar as tecnologias adotadas que irão consolidar um conjunto de informações essenciais para o empreendedor, seja utilizando softwares, aplicativos ou meios automatizados, como sensores”, explicou.
Durante a apresentação, o gestor do C4IR Brasil expôs os benefícios e os desafios encontrados dentro do projeto sobre o mesmo tema, que o Centro brasileiro está desenvolvendo em parceria com os Centros da Índia e Colômbia. “A nível nacional e mundial, identificamos que a governança de dados a partir da rastreabilidade digital proporciona vantagens competitivas para as grandes empresas, inclusive para pequenas e médias, o nosso nicho principal de estudo e investigação”, destacou.
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Os benefícios incluem: transparência e visibilidade; segurança alimentar e recall de alimentos; garantia de confiabilidade de indicadores de ESG; cumprimento de regulamentações ao longo da cadeia de valor; maior confiabilidade e precisão dos dados; redução de erros e omissões no registro; mais agilidade na coleta, registro, compartilhamento e análise dos dados; acesso fácil e detalhado para consumidores, reguladores e parceiros de negócio.
Há cerca de um ano o C4IR Brasil trabalha nesse projeto com o objetivo de que esse assunto entre com força na agenda pública e para mostrar como o uso de dados pode beneficiar os pequenos e médios produtores. Marcos Vinícius disse que “o resultado desse projeto se dará na elaboração de uma proposição de política pública para o setor junto aos órgãos do governo”.
“Para que essas vantagens sejam bem utilizadas é importante envolver diversos atores do ecossistema: produtores, empresas industriais de agro; varejistas; organizações do setor; companhias de tecnologia, a sociedade civil e órgãos do governo. Isso porque cada um desempenha um papel específico”, detalhou Marcos Vinícius. Ele complementou detalhando a função específica de cada um: “o produtor gera dados; as empresas têm potencial de acelerar a rastreabilidade; as companhias de tecnologia fornecem as ferramentas necessárias; o setor público apoia com regulações, oferecimento de linhas de crédito”.
O diretor-executivo do Centro no Brasil também falou daquele que é o maior desafio enfrentado na tomada de decisão de adoção de tecnologias para rastreabilidade digital: a mudança de processos internos e de cultura da gestão. “Pela nossa experiência nesse projeto que estamos desenvolvendo, entre os diferentes casos analisados, o principal problema nunca é a tecnologia, mas a gestão de cultura de processos internos da empresa”, destacou.
Marcos Vinícius ressaltou que a capacidade tecnológica é importante, mas sem a capacidade de gestão do que fazer com os dados encontrados a partir da inovação aplicada, a informação gerada será inútil. “Uma das empresas que participam dos nossos projetos, uma empresa de grande porte de equipamentos e sistemas para agro, disse que do total de dados que o equipamento deles geram de dados, as melhores fazendas atendidas por eles usam somente 20% das informações para tomada de decisão. Os outros 80% não têm capacidade de gestão do que fazer com aqueles dados para melhorar o processo da fazenda”, finalizou
Sobre o C4IR Brasil
O C4IR Brasil tem a missão de fomentar a criação de um ambiente favorável à adoção de tecnologias emergentes, e para isso atua em rede, sempre contando com a expertise dos membros e parceiros.
No Brasil, o Centro foi criado a partir da parceria público-privada entre o Fórum Econômico Mundial, Governo Federal do Brasil, Governo do Estado de São Paulo e a iniciativa privada. Desde 2020, o país integra a rede mundial dos 19 Centros afiliados ao Fórum Econômico Mundial.
A sede do C4IR Brasil fica no campus do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), na cidade de São Paulo. O comitê gestor é composto pelo IPT, pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e por agentes do setor privado. O C4IR Brasil também integra a rede de governança global de tecnologia junto com China, Japão, Índia, Colômbia, Israel e Emirados Árabes.
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