Filme brasileiro “Carvão” será exibido no Festival SAN SEBÁSTIAN

Filme brasileiro “Carvão” será exibido no Festival SAN SEBÁSTIAN

CARVÃO, primeiro longa da premiada curta-metragista Carolina Markowicz, será exbido no Festival de Cinema de San Sebastian, que acontece entre 16 e 24 de setembro. Antes disso, a produção terá sua première mundial na Mostra competitiva do Festival Internacional de Toronto, onde é o único filme latino selecionado, que será entre 8 e 18 de setembro.

Protagonizado por Maeve Jinkings e o argentino César Bordón (“Relatos Selvagens”, CARVÃO traz no elenco ainda Romulo Braga, Camila Márdila e Aline Marta, e será lançado nos cinemas pela Pandora Filmes, com previsão de estreia para o primeiro trimestre de 2023. O filme é produzido por Zita Carvalhosa, e coproduzido pela Biônica Filmes.

Carolina, que também assina o roteiro do longa, conta que o desejo de fazer o filme veio da angústia de ver o Brasil a cada dia mais imune aos absurdos. “Ouvimos nosso presidente dizer que preferiria ter um filho morto a um filho gay. Ouvimos o executivo da maior seguradora de saúde dizer que foram orientados por seus CEOs a deixar as pessoas morrerem durante a pandemia porque ‘morte é alta hospitalar’.”

No filme, Maeve interpreta Irene que, com seu marido, Jairo (Romulo Braga), tem uma pequena carvoaria no quintal de casa. Eles têm um filho pequeno, Jean (Jean Costa), e o pai dela não sai mais da cama, não fala, não ouve.

A família recebe uma proposta rentosa, mas também perigosa: hospedar um desconhecido em sua casa, numa pequena cidade no interior. Antes mesmo da chegada dele, no entanto, arranjos precisarão ser feitos, e a vida em família começa a se transformar – nem sempre para melhor.

O filme foi rodado em Joanópolis, interior de São Paulo, uma cidade próxima à qual a diretora cresceu, e ela confessa conhecer bem esse ambiente rural e retrógrado. “Lá, vivenciei tudo o que uma pequena cidade conservadora pode oferecer: pessoas cuidando da vida umas das outras, famílias unidas pelo fato de que “a família deve ficar unida”, casamentos onde os casais quase se odiavam (mas como é vergonhoso ser solteiro, vamos manter o status quo!). E claro: você pode ser um assassino, mas por favor não seja gay.”

Carolina passou, então, a prestar atenção nesse mundo ao seu redor, notando coisas que acabou trazendo para o filme. “Esse ambiente bucólico, mas ao mesmo tempo agitado, fez de mim uma observadora da natureza humana no seu melhor e no seu pior. E também uma admiradora de um senso de humor áspero, áspero e ácido, capaz de retratar todos os maiores desastres humanos e idiossincrasias de uma maneira bastante estranha.”

CARVÃO surge então da sua tentativa de “entender como a violência, religião e hipocrisia tomaram conta de nossas vidas e corpos de uma forma que nem percebemos mais.”

Sinopse

Numa pequena cidade do interior, uma família recebe uma proposta rentosa, mas também perigosa: hospedar um desconhecido em sua casa. Antes mesmo da chegada dele, no entanto, arranjos precisarão ser feitos, e a vida em família começa a se transformar. Porém, nenhum dos familiares, e muito menos o próprio hóspede, vê suas expectativas cumpridas.

“Carvão” é um retrato ácido de um Brasil onde impera a naturalização do absurdo.

Ficha Técnica

Diretora: Carolina Markowicz        

Roteirista: Carolina Markowicz

Produtora: Zita Carvalhosa

Coprodutores: Karen Castanho, Alejandro Israel  

Elenco: Maeve Jinkings, César Bordón, Jean Costa, Camila Márdila, Romulo Braga, Pedro Wagner, Aline Marta

Fotografia: Pepe Mendes

Edição: Lautaro Colace

Música: Filipe Derado e Alejandro Kauderer

Edição de Som: Diego Martinez/Filipe Derado

Direção de Arte: Marines Mencio/Natalia Krieger

Figurino: Gabi Pinesso

Sobre Carolina Markowicz

Carolina é roteirista e diretora radicada em São Paulo.

Ela escreveu e dirigiu 6 curtas-metragens selecionados para cerca de 300 festivais como Cannes, Locarno, Toronto, SXSW, AFI e foi premiada mais de 70 vezes.

O “Orfão” é o curta-metragem mais reconhecido de sua carreira. Estreou na Quinzena dos Realizadores – Cannes e foi o vencedor do Queer Palm, sendo o primeiro filme brasileiro a ganhar este prêmio.

“Tatuapé Mahal” representou outro destaque em sua carreira. Estreou no TIFF – Toronto Intl’ Film Festival em 2014, onde Carolina foi considerada uma das “cinco cineastas a serem observadas” pelo curador Shane Smith. Após seu lançamento online, foi incluído entre os Melhores do Ano do Vimeo Staff Picks 2017.

Carolina foi uma das 10 cineastas emergentes convidadas a fazer parte do TIFF Talent Lab. Ela também foi selecionada para o Berlinale Talents e para a Locarno Filmmakers Academy, onde fez parte de uma seleção no Indiewire que apresentou “Alguns dos novos cineastas mais emocionantes do mundo”.

Em 2019, foi convidada a fazer parte da SEE Factory, na qual co-escreveu e co-dirigiu o curta-metragem “Spit”, exibido no dia de abertura da Quinzena dos Realizadores – Cannes 2019.

Carolina também é co-criadora da série Netflix “Nobody is Looking”, vencedora do Emmy Internacional 2020.

Em 2021, Carolina foi convidada para ser membro da AMPAS, a Academia responsável pelo Oscar.

Atualmente está na pós-produção de seus dois longas-metragens “Carvão”, e “Pedágio” em pós-produção.

Sobre a Biônica Filmes

A Biônica Filmes foi fundada em 2012 por Bianca Villar, Karen Castanho e Fernando Fraiha. Produziu a série para a HBO: “PSI” indicada ao Emmy Awards 2015 na categoria “Melhor Série Dramática”; e os longas: “Os Homens São De Marte… E é Pra Lá Que Eu Vou!” (2014) de Marcus Baldini, visto por mais de 1,8 milhão de espectadores e ganhador do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2015 na categoria “Melhor Comédia”; “Reza a Lenda” (2016), de Homero Olivetto, uma das 5 maiores bilheterias de 2016 e ganhador do Prêmio Especial do Júri no Tallin Black Nights 2016; “TOC – Transtornada, Obsessiva, Compulsiva” (2017) de Paulinho Caruso e Teo Poppovic, selecionado para o South by Southwest (SXSW) 2018.

No ano de 2017 foram lançados dois longas em que a Biônica é produtora associada: o documentário “Divinas Divas” de Leandra Leal, vencedor do Prêmio do Púbico – Global no South by Southwest (SXSW) 2017 e a comédia “La Vingança” de Fernando Fraiha, uma coprodução Brasil – Argentina vencedora do prêmio de Diretor Estreante do Brooklin Film Festival 2017.

Em 2018, três longas serão rodados pela Biônica Filmes: “Turma da Mônica -Laços” de Daniel Rezende, o primeiro live action baseado nas histórias da Turma da Mônica, “Eu Não Sou Cachorro, Não” de Rafael Gomes, uma comédia romântica musical com trilha original assinada por Arnaldo Antunes; e “Pedro” de Laís Bodanzky, uma coprodução Brasil-Portugal que contará a história de Dom Pedro I.

Em 2019 a produtora vai produzir “Rita Lee, uma autobiografia” (um longa-metragem de ficção e um documentário).

Sobre a Ajimolido Filmes

A Ajimolido Films é uma produtora criada em 2008 por Alejandro Israel. É co-produtora do filme “Carvão” de Carolina Markowicz. Desde a sua criação produziu filmes como “Los que Vuelven” de Laura Casabé, “Angélica” de Delfina Castagnino, “EL Invierno” de Emiliano Torres, “Invasión” de Abner Benaim e “La Forma Exacta de Las Islas” de Daniel Casabe & Edgardo Dieleke. Além disso, co-produziu “Pássaros Voadores” de Nestor Montalbano, “Maids and Bosses”de Abner Benaim, e seu produtor associado de “Argentina” de Carlos Saura.

Sobre a Pandora Filmes

A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho.

Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida.

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