Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo pelo 14° ano

Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo pelo 14° ano


De acordo com o ranking anual da Transgender Europe (TGEU), o Brasil é líder mundial de assassinatos de pessoas trans no mundo pelo 14º ano consecutivo, correspondendo a 29% de todas as mortes sofridas por travestis e transexuais. Dos 327 casos registrados pela organização, 96 aconteceram no Brasil.

Mortes no 1° semestre de 2022

O Brasil teve 80 pessoas transexuais mortas no 1º semestre deste ano, segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

Os dados da pesquisa foram coletados entre 1º de outubro de 2021 e 30 de setembro deste ano. De acordo com a TGEU, a faixa etária das vítimas está entre os 31 e 40 anos, mas o Brasil registrou quatro das cinco mortes contra adolescentes de 15 a 18 anos e a outra foi nos Estados Unidos, que está em terceiro lugar no ranking com 51 assassinatos. México, com 56 registros, está na vice-liderança.

Assassinatos na Estônia e na Suíça foram registrados pela primeira vez pela organização. Os casos se referem a mulheres imigrantes e negras, a brasileira Cristina Blackstar e a jamaicana Sabrina Houston. O relatório mostra que 95% de todas as mortes listadas no último ano correspondem a vítimas do gênero feminino.

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) realiza o monitoramento no Brasil, que registrou menos assassinatos motivados por transfobia do que no ano anterior. A maioria deles foi cometida por esfaqueamento, tiros, tortuta, espancamento, estrangulamento ou atropelamento. A própria residência das vítimas e as ruas são os locais mais frequentes dos crimes.

O relatório foi criado em 2008 e, desde o início, o Brasil ocupa a liderança dos países que mais mata trans. “O alto número de assassinatos relatados na América Latina e no Caribe podem ser consideravelmente atribuídos à existência de sistemas de monitoramento bem estabelecidos”, afirma a TGEU.

A instituição aponta ainda que os episódios de violência dessa região, que concentra 69% de todas as ocorrências, devem ser considerados “no contexto social, político, econômico e histórico específicos em que ocorrem”.

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