Biden afirma ter certeza de que a Rússia vai declarar guerra contra Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse estar convencido de que Vladimir Putin tomou a decisão de invadir a Ucrânia. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa na Casa Branca após uma ligação com demais líderes ocidentais.
Questionado pelos repórteres se acreditava que a Rússia já havia tomado a decisão de invadir, o presidente respondeu “sim” e acrescentou que sua percepção era baseada nos relatórios da inteligência americana. Desde a semana passada o país alerta que a Rússia pode invadir “a qualquer momento”.
Biden fez uma ligação com líderes do Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Polônia e Romênia, além da União Europeia e da Otan, para manter uma posição unificada com relação às tensões na Ucrânia.
Hoje os Estados Unidos disseram que cerca de 190.000 soldados russos estavam dispostos dentro e perto da Ucrânia, apesar dos anúncios russos de retirada das tropas nos últimos dias. O número é muito maior que os 130.000 do fim de janeiro.
Os americanos também repetiram os avisos de que Moscou tentaria fabricar uma provocação da Ucrânia para justificar uma invasão de seu vizinho menor. Além de acusar a Rússia de ser responsável por recentes ataques cibernéticos contra o Ministério da Defesa ucraniano e grandes bancos.
A reunião entre os líderes e as novas acusações da Casa Branca ocorreram após intensos bombardeios na noite desta quinta-feira nas duas regiões separatistas pró-Rússia da Ucrânia, Donetsk e Luhansk. O movimento aumentou o receio de que a Rússia usaria os conflitos na bacia de Donbass para justificar uma invasão à Ucrânia. As províncias informaram nesta sexta-feira que estão retirando seus civis.
Ao mesmo tempo, o Kremlin anunciou a realização de grandes exercícios nucleares neste fim de semana que incluirão o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro, disse o Ministério da Defesa do país. Os movimentos serão acompanhados de perto pelo presidente Vladimir Putin.
Entenda a crise
As tensões no Leste Europeu concentram os olhares do mundo todo, principalmente diante da possibilidade de um conflito armado na região de fronteira entre Rússia e Ucrânia.
Mas, além desses dois países, surge também a figura dos Estados Unidos, que, junto com os demais membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), acusam os russos de planejar um ataque a qualquer momento.
O Kremlin, sede do governo do presidente Vladimir Putin, nega que haverá uma invasão, mas pede que a Otan se afaste da Ucrânia e de suas intenções de tornar o país fronteiriço mais um de seus membros no Leste Europeu.
No meio do fogo cruzado, a Ucrânia se defende como pode, armando seu exército na região de fronteira e contando com o apoio logístico e militar dos Estados Unidos e de demais potências europeias, como o Reino Unido.
No entanto, embora as tropas já estejam posicionadas há semanas, os países envolvidos nas tensões negam a possibilidade de tomar o primeiro passo no sentido de um embate que leve ao conflito armado.
As tensões parecem se elevar na região leste da Ucrânia, onde rebeldes separatistas, apoiados pela Rússia, dizem ter sofrido ataques das forças do governo ucraniano.
Pelo setivo, separatistas pró-Rússia que estão em guerra com a Ucrânia há anos disseram ter ficado sob fogo de morteiros e artilharia das forças ucranianas. A Rússia também noticiou que cada vez mais unidades de infantaria e tanques estão se voltando para suas bases.
Onde fica a Crimeia?
A península da Crimeia, também conhecida simplesmente como Crimeia é uma massa de terra na costa do norte do mar Negro, pelo qual é cercada quase completamente, e pelo mar de Azov ao nordeste. A península está localizada ao sul da região ucraniana de Kherson e a oeste da região russa de Cubã.
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