BABEL • SP e Hermes Artes Visuais apresentam a exposição coletiva “TODA VOLTA”
Os rastros, as memórias e a sua construção a partir de fragmentos. É sobre essa reflexão que os 22 artistas se debruçam na exposição “Toda Volta”, que ocupa, a partir deste sábado (28), a BABEL • SP, no bairro Jardim América, em São Paulo.
Sob a orientação e curadoria de Carla Chaim e Nino Cais, os artistas fizeram encontros semanais, promovendo o debate sobre as convergências em suas produções artísticas. Essas reuniões, caracterizadas por diálogos horizontais que estimulam trocas autênticas, evocam a ideia do círculo e da equidade entre todas as partes, permitindo a exploração de cada expressão artística em profundidade.
“Em boa parte dos trabalhos abundam os rastros, fragmentos e memórias. Elementos cotidianos condenados ao desaparecimento aqui parecem se eternizar, tendo seu potencial expressivo amplamente explorado. O mundo em que habitamos está presente em todas essas poéticas, por mais distintas que elas sejam entre si, e os artistas nos fazem prestar atenção em todos os elementos, que facilmente passariam batidos por um olhar menos treinado. Artistas, como são, que tornam visível, que dão a ver.”, afirma Theo Monteiro, responsável pelo texto crítico da exposição.
SERVIÇO
TODA VOLTA
Curadoria: Carla Chaim e Nino Cais
Texto Crítico; Theo Monteiro
Realização: BABEL galeria e Hermes Artes Visuais
Local: BABEL • SP
Rua Estados Unidos 2205 • Jardim América • São Paulo SP + 55 11
3062 0252
Abertura: sábado, 28 de outubro • 11 – 17h
Performance Minha Amiga Imaginária, Profana por Flavia Renault:
sábado, 28 de outubro • 16h
Visitação: 30 de outubro à 25 de novembro de 2023
Segunda à sexta, das 10h às 19h
Sábado, das 11h às 17h
Entrada Franca
Classificação – Livre
https://www.galeriadebabel.com.br/
https://www.instagram.com/galeria_de_babel
ARTISTAS NA COLETIVA:
Adriana Amaral
André Felipe Cardoso
André Ianni
Cali Cohen
Cristina Lisot
Cynthia Loeb
Flavia Renault
Ilka Lemos
Kika Simonsen
Luana Lins
Luiza Lavorato
Malu Tigre
Maria Lucia Simonsen
Michelle Rosset
Miriam Bratfisch Santiago
Rosana Pagura
Sheila Kracochansky
Simone Dutra
Simone Fontana Reis
Suely Bogochvol
Susy Miranda Aziz
Yohana Oizumi (artista representada pela BABEL galeria)
TEXTO CRÍTICO DA EXPOSIÇÃO:
Em uma era moldada pela rede social, o acesso à imagem nunca foi tão
democrático e facilitado. Somos bombardeados por imagens a cada
instante, e quase nenhum passo (ou clique?) é dado sem antes sermos
confrontados com uma sequência de estímulos visuais. A consequência
de se viver na era da imagem, uma delas, e talvez a mais
decepcionante para os iconófilos é que, uma vez mais acessível do que
nunca, a imagem nunca foi tão descartável. Se consumimos milhares
delas num único dia, as descartamos (ou esquecemos delas) quase que
na mesma velocidade. Paradoxalmente, em um momento no qual as
mais refinadas tecnologias são empregadas na construção das
mesmas, tornando-as cada vez mais chamativas e atraentes. Todo esse
engenho é empregado em um artifício cada vez mais efêmero.
A presente exposição reúne o trabalho de vinte diferentes artistas, todos
integrantes do Hermes Artes Visuais, grupo de acompanhamento
dirigido por Carla Chaim, Nino Cais e Marcelo Amorim. Falamos aqui de
trabalhos muito distintos entre si, e de artistas com trajetórias
completamente singulares. Mesmo assim, existe algo que parece os
unir para além da participação no grupo (ou seria justamente por causa
dela?): em uma era onde a imagem parece progressivamente ser
reduzida a uma “lágrima na chuva” (para citar o não tão utópico assim
Blade Runner), esses artistas tem algo a dizer.
Em boa parte dos trabalhos abundam os rastros, fragmentos e
memórias. Elementos cotidianos condenados ao desaparecimento aqui
parecem se eternizar, tendo seu potencial expressivo amplamente
explorado. O mundo em que habitamos está presente em todas essas
poéticas, por mais distintas que elas sejam entre si, e os artistas nos
fazem prestar atenção em elementos que facilmente passariam batidos
por um olhar menos treinado. Artistas, como são, que tornam visível,
que dão a ver.
Na era da imagem, é peculiar que os nomes aqui reunidos não se
detenham somente no conteúdo apenas temático das mesmas: em um
momento no qual a arte parece regressar a uma certa primazia do tema,
flertando com uma narrativa por vezes quase que publicitária, os
membros desse coletivo parecem, com procedimentos algo
arqueológicos, buscar a essência dos elementos, sua alma, coisas cuja
efemeridade não caberia talvez em um método quantificável ou
científico, mas que ecoam naquilo que temos de onírico, de íntimo e,
porque não, de humano.
Eduardo Galeano é autor da frase “os cientistas dizem que somos feitos
de átomos, mas um passarinho me diz que somos feitos de histórias”.
Histórias essas que nos compõe, que falam sobre aquilo que somos, e
que revisitamos para compreender ou reafirmar nossa essência. A
linearidade da cultura do descarte acaba cedendo lugar para o aspecto
circular das memórias e, porque não, de nossa existência.
Theo Monteiro / Outubro 2023
SOBRE A BABEL SP • NY
Fundada em 1999 por Jully Fernandes, a BABEL é uma galeria
contemporânea que ganhou reconhecimento pela especialização
pioneira em fotografia atuante nas primeiras 2 décadas e credibilidade
pelos seus 24 anos de trabalho no mercado de arte. Guiada por seus
valores, destaca uma atitude independente e inovadora de visão
audaciosa onde a concretização dos projetos idealizados é sempre
presente.
A BABEL se tornou referência por sempre ultrapassar padrões e
superar as expectativas em relação à apresentação de suas
exposições; seus artistas e projetos inusitados. Compreende a
importância cultural da qual opera e tem projeção internacional onde
trabalha ativamente em torno de um programa de exposições, feiras de
arte, palestras e workshops.
Está em localização privilegiada em São Paulo possui grande espaço
expositivo de três (3) andares na Rua Estados Unidos 2205, Jardim
América. Em Nova York inaugurou em 2009 a segunda unidade da
galeria na popular Orchard Street 92 no Lower East Side, pontuada pela
Vogue (22/05/2021 – runaway by Emily Farra) como “The Place to Be”
(O lugar para estar).
SOBRE O HERMES ARTES VISUAIS
Espaço independente que, desde 2011, tem atuado na lacuna existente
entre a formação e o mercado. Por meio de cursos, debates,
exposições, propostas coletivas, residências artísticas e dos grupos de
acompanhamento de projetos, tem buscado promover o
amadurecimento crítico do artista, em um espaço onde práticas teóricas
estão vinculadas à produção artística.
Dirigido pela artista Carla Chaim, o Hermes se tornou um ambiente para
compartilhar conhecimentos e experiências em diferentes níveis e
configurações, proporcionando vivências, estímulos e formação
complementar para os artistas, além de ser uma plataforma capaz de
impulsionar e intensificar a arte na vida das pessoas: ampliando o olhar
e tornando-o mais crítico e sensível. Atualmente, o Hermes atua com
três grupos regulares de Acompanhamento de projetos, orientados
pelos artistas Carla Chaim, Marcelo Amorim e Nino Cais. Com isso,
recebe semanalmente cerca de 50 artistas frequentadores do espaço.
Além dos grupos regulares, há uma programação de falas, cursos e
oficinas, sempre voltados para a produção contemporânea.
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