O Centro Cultural São Paulo, amplamente conhecido como CCSP, chega aos seus brilhantes 40 anos de existência. Para comemorar esse importante marco, a instituição realiza, no dia 04/08, na sala Jardel Filho, um seminário internacional intitulado “CCSP 40: da criação ao tombamento”. Guiado por uma série de palestras que relacionam arquitetura, política e arte, o evento será aberto às 10h com o vídeo “CSSP 40: Memórias e Horizontes: Arquitetura”. Na primeira mesa, às 10h30, Carlos Augusto Calil e Marcos Cartum discutem Luiz Telles e Eurico Prado Lopes sob o tema “A construção é o que sobra de uma ideia”; às 13h15, Cesar Shundi Iwamizu e Fábio Malavoglia levam “CCSP: a vocação do espaço”; Flávia Camargo Toni e Vera Cardim conversam sobre o projeto de preservação de Mário de Andrade, às 14h30; “Repensando o CCSP” será debatido pelos coletivos “Banga”, “Arquitetura Ecológica” e “Comuns” às 16h30; e, por fim, Nivaldo Andrade Júnior e Walter Pires, às 18h, congregam de algum modo os temas todos em “Tombamento: entre a estética e a memória”; o encerramento se dará às 19h15, com Catherine Otondo, presidente do CAU/SP – Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo. O público em geral poderá participar e, para isso, será necessário apenas realizar um cadastro online. Além dessas mesas, acontece no espaço, desde o dia 23/07, uma exposição gratuita com acervos variados da arquitetura do equipamento cultural. A entrada será gratuita e a mostra ficará em cartaz até 25/09. Ambos projetos receberam um Fomento de Parceria da CAU/SP, através da Associação dos Amigos do Centro Cultural São Paulo.
O terreno que abriga hoje o CCSP era originalmente visado para incorporar a expansão da Biblioteca Municipal, a atual Biblioteca Mário de Andrade, mas o projeto foi inviabilizado na época pelo então prefeito Prestes Maia. Após um período de 30 anos, a ideia foi retomada por Noemi do Val Penteado – diretora do Departamento de Bibliotecas Públicas na época -, que, em 1975, negociou o terreno para ampliação da Biblioteca Mário de Andrade junto a Sábato Magaldi e ao prefeito Olavo Setúbal. Com sinalização positiva, foi organizada uma comissão de estudos para viabilização da proposta e, em 1976, o projeto de arquitetura da Plae Arquitetura e Urbanismo, comandada pelos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Benedito Castro Telles, venceu a concorrência pública. Porém, entre 1978 e 1982, houve mudança no curso da construção: na gestão do Secretário de Cultura Mario Chamie, o intuito do edifício foi de biblioteca para centro cultural; a infraestrutura do Departamento de Informação e Documentação Artísticas foi absorvida pelo Centro Cultural São Paulo, tal como a coleção de arte, discoteca, centro de pesquisa e arquivo multimeios e a gráfica. O arquiteto Ricardo Ohtake, entre os anos 1979 e 1981, foi o primeiro diretor do Centro Cultural São Paulo.
Hoje, a instituição é um patrimônio tombado. Em 1937, o interesse de Mário de Andrade por um plano de preservação levou à elaboração do projeto que deu origem à criação do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (SPHAN). A ideia de proteção transita historicamente entre a importância estética e memorial de um patrimônio. Conhecer a história ajuda a população a se valorizar e a entender que faz parte desse todo.
O pensamento de Luiz Telles é uma espécie de mola propulsora a essa abertura da instituição e se faz presente até hoje em sua atmosfera: “Ou a gente abraça as pessoas ou jamais se faz um espaço público…”.
SERVIÇO
CCSP 40: da criação ao tombamento
04 de agosto (quinta-feira)
A partir das 9h30, na sala Jardel Filho
Classificação indicativa: livre
Grátis
*É recomendável o uso de máscara
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