Armas de guerra no interior: 57% dos fuzis apreendidos na Bahia estavam fora de Salvador

Armas de guerra no interior: 57% dos fuzis apreendidos na Bahia estavam fora de Salvador

 

 

O interior da Bahia está na rota das armas de guerra que chegam nas mãos de grupos criminosos. Apesar de Salvador sediar grande parte das ocorrências violentas, concentrando 19,2% dos homicídios dolosos, o interior apresenta números preocupantes em relação à presença de armamento de alto calibre. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA), dos 26 fuzis apreendidos pelas forças policiais na Bahia neste ano, 15 estavam no interior. No ano passado, foram 66 fuzis apreendidos durante todo o ano, e 22 num recorte de janeiro a junho, segundo dados nacionais da segurança pública.

O último deles foi apreendido em Entre Rios no último domingo (9), quando um criminoso identificado como Jaílson Jesus de Sousa entrou em confronto com policiais da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e da Cipe Litoral Norte. Mais conhecido como Fumaça, o traficante era membro da facção do Bonde do Maluco (BDM). Na sua ficha, a reportagem encontrou dois indiciamentos do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) por crimes contra o sistema nacional de armas.

Professor de Estratégia e Gestão Pública do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e professor licenciado da Escola de Administração da UFBA, Sandro Cabral tem pesquisas na área de segurança. Ele explica que os fuzis são valiosos para grupos que travem disputas por territórios. “São armas desejadas pelo seu poder de destruição. Os fuzis são fundamentais para assegurar tomada de territórios ou manutenção de áreas conquistados e são importantes instrumentos para ações violentas como roubos a banco. Então, o apelo de ter fuzis é muito grande”, fala o professor.

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