ABORDANDO O LEGADO DE CHICO MENDES E A LUTA DOS SERINGUEIROS, EMPATE CHEGA AOS CINEMAS EM 05 DE DEZEMBRO

ABORDANDO O LEGADO DE CHICO MENDES E A LUTA DOS SERINGUEIROS, EMPATE CHEGA AOS CINEMAS EM 05 DE DEZEMBRO

Distribuído pela Descoloniza Filmes, o documentário é dirigido pelo premiado cineasta Sérgio de Carvalho

Às vésperas da Semana Chico Mendes de 2024, chega aos cinemas o documentário EMPATE, de Sérgio de Carvalho, estreia nos cinemas no dia 05 de dezembro, com produção da Saci Filmes e distribuição da Descoloniza Filmes. O longa fez sua estreia mundial na 22ª Mostra de Tiradentes.

Todos os anos, entre 15 de 22 dezembro o comitê Chico Mendes realiza no Acre, em Xapuri e Rio Branco, atividades para honrar o legado do Chico, e o longa terá sessão publica no Acre. As datas do evento coincidem com o da do nascimento e assassinato do seringueiro, que, em 2024, completaria 80 anos. Mais informações estão na página do evento.

O filme aborda o movimento seringueiro no Acre das décadas de 1970 e 1980, e nasceu do encontro entre o diretor e a filha do seringueiro, sindicalista e ativista Chico Mendes, Elenira Mendes, que procurou Sérgio na ocasião dos 20 anos da morte do pai, em 1988.

O longa foi filmado justamente quando se completou 30 anos, em um momento que o Brasil estava passando ali uma turbulência política. Um golpe que levou ao afastamento da presidenta Dilma. E desde sempre a gente queria retratar esses companheiros do Chico, não como pessoas do passado que tiveram uma história, mas como seres agentes políticos também do presente”, explica Machado, que desde sua chegada no Acre, há duas décadas, frequenta a Reserva Extrativista, Chico Mendes.

A sua experiência em documentário (Alimentando a Alma) e ficção (Noites Alienígenas) permitiu ao cineasta um trânsito entre as duas formas na construção de EMPATE. “Eu acho que essas fronteiras entre documentário e ficção são muito mais tênues do que a gente acredita, do que parecem ser, na verdade. Eu não acredito muito num cinema documentário que captura a verdade ou a realidade tal como ela é. Para mim é sempre uma interpretação dessa realidade. E os personagens, sempre que estão na frente da câmera, eles de alguma maneira estão performando no documentário a sua verdade.

Filmado logo depois do impeachment de Dilma Rousseff, Carvalho acredita que o seu documentário captura uma espécie de mal-estar do momento. “Era como se todos estivessem pressentindo uma ameaça muito grande que tivesse por vir, e a gente não sabia exatamente qual, e foi muito pior do que a gente pudesse imaginar naquele momento. Então acho que o filme ele captura esse momento, é como se ele tivesse o primeiro e o segundo ato, e o terceiro ato do filme, ele está ali implícito, que seria o avanço da extrema do Brasil da maneira que está acontecendo.”

Por isso, ele considera o longa como um chamado à luta ao mostrar o trabalho de resistência e os enfrentamentos dos seringueiros. “A partir das histórias e memórias desses companheiros que enfrentaram tanta coisa, enfrentaram os latifundiários, enfrentaram um sistema que estava completamente contra eles, a polícia estava contra eles, a política estava contra eles, o poder econômico estava contra eles, e eles existiram, lutaram e avançaram, e a gente vê, assim, nesses personagens do filme, esse chamado à luta, chamado à organização o tempo todo. Por isso, acho que é um filme super atual, que acaba adquirindo um outro contexto, quando a gente assiste hoje, e vê tudo que o Brasil passou.

Além das entrevistas feitas exclusivamente para o filme, EMPATE também conta com um rico material de arquivo que regatam a história da Amazônia. Primeiro, são as filmagens do Adrian Cowell, esse cineasta inglês que veio registrar a década de 80 na Amazônia e tudo que estava acontecendo com a expansão da estrada da BR-364 que estava ali sendo aberta em Rondônia e depois no Acre. Ele capturou toda a devastação que estava acontecendo na região, na sua série para BBC. E enquanto ele estava filmando conheceu Chico Mendes, e se dedicou a filmar e a acompanhar o Chico nesse período e fez um episódio. E outro material de arquivo potente no filme são as filmagens do jornalista Edilson Martins, que também que faz a última entrevista com o Chico Mendes, semanas antes dele morrer.

EMPATE será lançado no Brasil no dia 05 de dezembro pela Descoloniza Filmes.

Sinopse:
Empate é um documentário que dá voz aos protagonistas do movimento seringueiro das décadas de 70 e 80, no Estado do Acre, refletindo como este momento histórico ecoa ainda hoje na Amazônia e no resto do mundo.
Ficha Técnica
Direção:
 Sérgio de Carvalho
Produção Executiva: Diego Medeiros e Talita Oliveira
Direção de Produção: Juliana Barros
Roteiro: Sérgio de Carvalho e Beth Formaggini
Direção de fotografia: Leonardo Val (ADF) e Pablo Paniagua
Som: Marcelo Noronha
Montagem: Lorena Ortiz
Pesquisa: Beth Formaggini
Mixagem: Ariel Henrique
Trilha Sonora: Felipe Kim
Desenho de som: Leo Bortolin
Personagens: Assis Monteiro, Gomercindo Rodrigues (Guma), João Martins, Marlene Mendes, Sabá Marinho e Raimundo Barros (Raimundão)
País: Brasil
Ano: 2019
Duração: 90 min
Sobre Sérgio de Carvalho
Sérgio de Carvalho é formado em Cinema pela Universidade Estácio de Sá, no RJ. Após a graduação, mudou-se para o Estado do Acre, na Amazônia brasileira, onde criou a produtora de audiovisual Saci Filmes.Na direção, assina as séries de TV:  “Nokun Txai – Nossos Txais”, sobre os povos indígenas do Acre, “O Olhar Que Vem de Dentro”, sobre religiões brasileiras a partir do ponto de vista infantil, e “Alimentando a Alma”, sobre culinária e espiritualidade; também o documentário em longa-metragem “Empate”, sobre os companheiros do líder seringueiro Chico Mendes, o longa-metragem NOITES ALIENÍGENAS e o curta-metragem em animação “Awara Nane Putane – Uma História do Cipó”, que aborda um mito de criação da cultura yawanawa.

Também é idealizador e diretor artístico do Festival Internacional Pachamama – Cinema de Fronteira desde 2010, além de curador  e produtor do festival People of the Rain Forest, que acontece em Amsterdam, Holanda, desde 2021.

Produziu o documentário em longa-metragem “Bimi, Shu Ikaya”, dirigido por Isaka e Gilson Huni Kuin, que circulou em diversos festivais pelo mundo e ganhou o prêmio de melhor filme no Fórum Doc, de Belo Horizonte, e no Festival do Cinema Livre, em Brasília.

É autor do livro de contos “Outros Morangos” e de ficção NOITES ALIENÍGENAS, que inspirou o longa-metragem homônimo, vencedor do concurso Garibaldi Brasil de Literatura de 2010, da prefeitura de Rio Branco, por meio da Fundação Garibaldi Brasil.

Sobre Saci Filmes
Saci Filmes é uma produtora amazônica de audiovisual, focada na produção de conteúdo para cinema, internet, streamings e televisão. Também, na  realização de projetos culturais, como eventos e de formação.Entre seus principais projetos, destacam-se a realização do Festival Internacional Pachamama – Cinema de Fronteira, desde 2010, as séries “Nokun Txai – Nossos Txais” ,  “O olhar Que Vem de Dentro” e “Alimentando a Alma”.

Ainda, os documentários “Empate”, dirigido por Sérgio Carvalho, e “Bimi Shu Ykaya”, dirigido por Isaka, Siã e Yube Huni Kuin, e a animação “Juvenal e Oliver”, dirigida por Italo Rocha e Marcelo Zuza.

Em 2021, a Saci finalizou seu primeiro longa-metragem de ficção, NOITES ALIENÍGENAS, dirigido por Sérgio de Carvalho.

Sobre a Descoloniza Filmes
A Descoloniza Filmes é uma distribuidora e produtora paulistana fundada por Ibirá Machado em 2017 e lançou comercialmente seu primeiro filme em 2018, a produção  argentina “Minha Amiga do Parque”, de Ana Katz, que teve seu roteiro premiado no Festival de Sundance. Na sequência, ainda em 2018, distribuiu o filme “Híbridos – Os Espíritos do Brasil”, de Priscilla Telmon e Vincent Moon, o chileno “Rei”, de Niles Atallah, que levou menção honrosa do Festival de Rotterdam, e “Como Fotografei os Yanomami”, de Otavio Cury.Em 2019, a Descoloniza codistribuiu junto à Vitrine Filmes a obra “Los Silencios”, de Beatriz Seigner, que fez sua estreia na Quinzena dos Realizadores, de Cannes, seguindo com a distribuição de “Amazônia – O Despertar da Florestania”, de Christiane Torloni e Miguel Przewodowski, e encerrou o ano com “Carta Para Além dos Muros”, de André Canto, que foi licenciado à Netflix e ocupou o Top 10 da plataforma por mais de duas semanas.

Em 2020, devido ao cenário pandêmico, a distribuidora lançou comercialmente diretamente nas plataformas digitais apenas o filme “Saudade Mundão”, de Julia Hannud e Catharina Scarpelini, obra contemplada com o Edital de Distribuição da Spcine, de 2019. O cenário retomou parcialmente em 2021, quando a distribuidora lançou a obra “Castelo de Terra”, de Oriane Descout, “Cavalo”, de Rafhael Barbosa e Werner Salles, “Parque Oeste”, de Fabiana Assis,e “Aleluia, o canto infinito do Tincoã”, de Tenille Barbosa.

Em 2022, a Descoloniza retomou os lançamentos e levou aos cinemas as obras “Sem Rosto”, de Sonia Guggisberg, “Gyuri”, de Mariana Lacerda, e “Aquilo que Eu Nunca Perdi”, de Marina Thomé. Prepara ainda o lançamento de “Êxtase”, de Moara Passoni.

Em 2023, a distribuidora lançou nos cinemas o filme “Muribeca”, de Alcione Ferreira e Camilo Soares, “Para’í”, de Vinicius Toro, “Espera”, de Cao Guimarães, “Seus Ossos e Seus Olhos”, de Caetano Gotardo, “Luz nos Trópicos”, de Paula Gaitán, “Máquina do Desejo”, de Lucas Weglinski e Joaquim Castro, “Para Onde Voam as Feiticeiras”, de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral, e “Incompatível com a Vida”, de Eliza Capai.

Já em 2024, já estão confirmados os lançamentos de “Amanhã”, de Marcos Pimentel, “Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos”, de Daniela Broitman, “Toda Noite Estarei Lá”, de Tati Franklin e Suellen Vasconcelos, “A Música Natureza de Léa Freire”, de Lucas Weglinski, “Maputo Nakuzandza”, de Ariadne Zampaulo, “Peréio eu te odeio”, de Allan Sieber e Tasso Dourado, e “Empate”, de Sérgio Carvalho.

Como produtora, a Descoloniza absorveu a experiência pregressa de Ibirá Machado como produtor executivo de longas e curtas e assumiu a coprodução do filme “Nós Somos o Amanhã”, de Lufe Steffen, contemplado nos editais do Proac Expresso 2021 e de finalização da Spcine 2021.

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