A carnificina e o eterno estresse de viver no Brasil. Artigo do jornalista Alex Ferraz

A carnificina e o eterno estresse de viver no Brasil. Artigo do jornalista Alex Ferraz

Em apenas duas semanas, grupos de extermínio mataram mais de 60 pessoas na Grande Belém. Vingança pela morte de um policial. Isso aconteceu entre o final de abril e este início de maio.
 
Corta para números relativos a 2016, em todo o Pais: 61,6 mil homicidios.
 
Vamos retroagir só um pouquinho mais. Até 2015. Foram cerca de 59 mil assassinatos.
 
Neste mesmo ano, a Europa, um CONTINENTE que abriga mais de 743 milhões de habitantes (o Brasil, bom lembrar, tem cerca de 207 milhões), registrou 22 mil homicídios.
 
Além do crime organizado talvez mais organizado e bem armado do planeta, o Brasil tem a polícia mais letal do mundo, eliminando em torno de 8 mil pessoas anualmente. Assinalar que em grande parte são pessoas inocentes, fulminadas por serem pobres e negras.
 
Flagrante, pois, a infernal situação brasileira, onde o cidadão não tem um minuto de sossego, estando todo o templo em alta tensão, sobressaltado a cada pipocar do escapamento de uma moto ou o pipoco de uma bola de soprar na festinha de aniversário da criança do vizinho.
 
“Não esboce reação” , “não leve nada valioso para a rua, exceto uma pequena quantia para não irritar o assaltante”, “não use o celular em locais públicos”, “evite bares e restaurantes à noite, em locais mais abertos”, “não pare em sinaleiras após anoitecer”. UFA! São os conselhos das ineficientes autoridades da “seguranca” pública.
Em outras palavras, não VIVA. Não  saia de casa, fique neurótico dentro do ônibus, olhe sempre para trás ao andar na rua.
 
E tem mais: se a pessoa, como acontece com a imensa maioria da população brasileira, for humilde e residir em bairros pobres, que durma sobressaltada, porque a qualquer momento, além dos bandidos, a própria polícia pode arrombar a porta e entrar atirando antes de perguntar.
 
Afinal, na selva em que vivemos, onde não há qualquer respeito pela vida humana (muitas vezes com o apoio ignorante de parte da própria população “inocente”, que aplaude o extermínio em vez de um combate sério  e inteligente ao crime, na sua raiz), não se tem o direito de ser feliz.
 
 

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