CFM pede à Anvisa banimento do uso do PMMA no Brasil
Na terça-feira, 21, às 16h, o Conselho Federal de Medicina (CFM) se reúne com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para solicitar oficialmente o banimento do PMMA no Brasil. Na avaliação da Autarquia, o produto, que vem causando lesões e até morte de pacientes em procedimentos invasivos, deve ser proibido: da fabricação até sua comercialização e uso.
Aline Maria Ferreira da Silva
A influenciadora digital Aline Maria Ferreira da Silva morreu aos 33 anos, na terça-feira, 2, após fazer um procedimento estético para aumentar o bumbum, com a aplicação de PMMA – ela recebeu aplicações de 30 ml da substância em cada glúteo (veja mais abaixo a linha do tempo do estado de saúde da influenciadora).
PMMA é uma sigla para polimetilmetacrilato, um componente plástico com diversas utilizações na área de saúde e em outros setores produtivos. Ou seja, é uma matéria-prima com vários tipos de aplicações que vão variar de acordo com as formas de seu processamento e desenvolvimento.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige registro para uso do PMMA para preenchimento subcutâneo, pois é uma substância considerada de máximo risco. De acordo com o órgão, há registros de produtos para essa finalidade há mais de 10 anos no país.
Com o registro, o PMMA só pode ser usado em duas situações:
- Correção de lipodistrofia (alteração no organismo que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo) provocada pelo uso de antirretrovirais em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
- Correção volumétrica facial e corporal, que é uma forma de tratar alterações, como irregularidades e depressões no corpo, fazendo o preenchimento em áreas afetadas por meio de bioplastia.
Apenas profissionais treinados e habilitados podem aplicar o produto, e a dose usada depende de avaliação médica.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) não recomenda o uso de PMMA para fins estéticos, por conta do risco de complicações graves como: necroses, cegueiras, embolias, o que pode levar à morte.
A longo prazo, o PMMA pode causar danos no corpo de difícil reparação. Ele não é reabsorvível pelo organismo e dura para sempre. É impossível retirar todo o PMMA do corpo sem causar um estrago grande, segundo especialistas.
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