Foto: Marcela Bonfim/Amazônia Real |
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O Rio Madeira segue em processo de descida e, nesta terça-feira (20), chegou à cota de 2,17 m em Porto Velho (RO). É o que mostra boletim de monitoramento hidrológico divulgado nesta terça-feira (20) pelo Serviço Geológico do Brasil. Essa marca é a mais baixa para o período desde 1967 (início da série histórica), sendo que a média é de 4,25 m.
“O rio nunca esteve em um nível tão baixo nesse período do mês de agosto, o que é preocupante porque as mínimas anuais normalmente são observadas no final de setembro. Ou seja, está em um nível muito baixo e deve continuar o processo de vazante por algum tempo, a depender de quando será o início da estação chuvosa”, explica o pesquisador em geociências Marcus Suassuna.
Em outubro e novembro do ano passado, o Madeira alcançou as cotas mais baixas, quando chegou à mínima histórica de 1,10 m. Neste ano, os níveis mais baixos chegaram cedo e já foi registrada a 7ª menor cota da história, em Porto Velho: 1,97 m, no dia 6 de agosto. Na estação de Ji-Paraná (RO), o Madeira registra 6,19 m – a 5ª mínima da série histórica.
Diante das projeções, é possível que a seca deste ano seja tão grave quanto as dos últimos anos, quando os níveis ficaram abaixo dos 2 m. Uma das causas é a escassez de chuvas, relata Suassuna: “Essa escassez perdura desde o final do ano passado. Este ano houve a subida do Rio Madeira, mas a cheia foi mais baixa que o normal em razão das chuvas reduzidas ao longo de toda a estação chuvosa, que começa em outubro”.
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Na estação de Jirau Jusante Beni, no município de Nova Mamoré (RO), a cota é de 9,92 m; e, em Guajará-Mirim (RO), a cota é de 5,76 m. Ambos estão dentro da faixa de normalidade para o período. É importante ressaltar que as cotas indicadas são valores associados a uma referência de nível local e arbitrária, válida para as réguas linimétricas específicas de cada estação.
As projeções sobre as mínimas para Porto Velho (RO) serão apresentadas na sexta-feira (23), no evento Alerta de Vazante, realizado na Superintendência Regional de Manaus (SUREG-MA), às 10h.
Desde março, o SGB tem compartilhado as previsões sobre a seca acentuada na Bacia do Rio Madeira, em reuniões institucionais e por meio da emissão dos boletins de monitoramento. As informações apoiam a tomada de decisões que visem reduzir os impactos da seca. Além disso, são realizados estudos para identificar os melhores locais para a perfuração de poços destinados ao abastecimento
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