7 pessoas cegas após cirurgias de catarata no Amapá
Pelo menos sete pessoas ficaram cegas após participarem de um mutirão de cirurgias de catarata realizado pelo Programa Mais Visão, em Macapá, capital do Amapá, em razão de contaminação por esse tipo de micro-organismo.
Conforme o Ministério da Saúde, esses fungos estão presentes no ambiente na forma de esporos, de saprófitas do solo e em patógenos comuns de plantas e cereais. “Os fungos do gênero Fusarium têm sido relacionados a infecções localizadas ou invasivas em pacientes imunocomprometidos, sobretudo naqueles portadores de neoplasias hematológicas ou submetidos ao transplante de medula óssea, bem como em pessoas imunocompetentes.”
Segundo a com a Secretaria de Saúde do Amapá (Sesa), do total de 141 pessoas atendidas, 104 foram contaminadas pelo fungo Fusarium, que provocou um quadro de endoftalmite, um tipo raro de infecção caracterizada pela ação de micro-organismos que penetram na parte interna do olho, como tecidos, fluídos e estrutura. Dentre os pacientes com complicações, sete deles precisaram passar por evisceração, quando o globo ocular é removido do crânio.
Tratamento
O tratamento também pode envolver a aplicação de injeção de antibióticos dentro do olho ou a realização de cirurgias. Cada caso deve ser tratado individualmente pelo médico profissional.
As medidas de prevenção
A principal forma de prevenção e controle a ser tomada é adotar hábitos de higiene para evitar a exposição direta ao fungo.
“Recomenda-se a lavagem das mãos dos profissionais de saúde que manejam os pacientes, especialmente aqueles em isolamento, e o monitoramento constante da qualidade do ar e da água para reduzir o número de infecções oportunistas no ambiente hospitalar”, orienta o ministério.
Nota do governo do Amapá
“O Estado entende que a trajetória do Mais Visão ajudou milhares de pessoas com casos bem-sucedidos e com inúmeros relatos de retorno total da visão. Ainda assim, diante do ocorrido, os Capuchinhos paralisaram os atendimentos imediatamente após os primeiros relatos de infecção e, no dia 6 de outubro, o programa foi suspenso.”
Investigação
O caso continua em investigação pela Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá para tentar entender como o fungo chegou ao local das cirurgias. O Ministério Público do Amapá também está investigando a ocorrência. Ainda na semana passada, ouviu representantes das entidades envolvidas no mutirão.
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