Será o fim das Superbactérias? Estudo aponta remédio, ainda em fase de experimentação

Será o fim das Superbactérias? Estudo aponta remédio, ainda em fase de experimentação

Um estudo publicado na revista The Lancet mostra que, no mundo, mais de 1,2 milhão de pessoas morreram diretamente por causa de superbactérias em 2019. O número é quase o mesmo das mortes causadas por doenças como aids e malária. Perde apenas para covid-19 e tuberculose. Outros 4,9 milhões de óbitos ainda estariam associados a organismos resistentes a medicamentos.

Números de casos no Brasil

No Brasil, um relatório da Fiocruz, apontou que, entre janeiro e outubro de 2021, mais de 3 mil e setecentas amostras analisadas em laboratório eram de bactérias resistentes a antibióticos. Esse número é o triplo do que foi registrado em 2019, antes da pandemia.

A resistência aos medicamentos que algumas bactérias criam é um processo natural, mas o uso indiscriminado e inadequado de antibióticos piora o problema.

Durante a crise sanitária, o uso desses medicamentos aumentou fora e dentro dos hospitais. Nas unidades, cresceu a quantidade de pacientes que ficam muito tempo internados em CTIs e precisam combater as infecções, como explica o médico infectologista Adelino Freire Junior.

Cientistas da Universidade McMaster, do Canadá, descobriram um novo antibiótico capaz de matar uma espécie mortal de superbactéria com a ajuda da Inteligência Artifical  O medicamento ainda em fase experimental é chamado  de “abaucin” e passará agora por testes de segurança antes de ser utilizado em pessoas. Essa é a primeira prova de que a IA pode ser utilizada no desenvolvimento rápido de medicamentos, afirmam os pesquisadores.

As superbactérias são um desafio para a medicina. São evoluções de espécies que desenvolvem resistência aos antibióticos comumente utilizados pelos médicos e por isso exigem estudos constantes para criação de novos medicamentos.

No estudo, os pesquisadores focaram na espécie Acinetobacter baumannii, descrita pela OMS como uma das três superbactérias mais “críticas”. Ela é capaz de captar o DNA de outras espécies de bactérias no ambiente, incluindo genes de resistência a antibióticos.

Jonathan Stokes, um dos responsáveis pelo estudo, descreve a superbactéria como “inimigo público número um”. Isso porque, além de ser resistente a quase todos os antibióticos, ela também é muito comum em hospitais e casas de repouso.

Geralmente, sobrevive em superfícies e equipamentos médicos e infecta feridas, causando pneumonia e levando à quadros graves de saúde.

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