Religião e gastronomia na Catedral da Sé em São Paulo
Visitar São Paulo é mergulhar na Cultura e na Gastronomia brasileiras. Mas, estar em uma igreja e poder se deliciar com um brinco assinado por uma conceituada chef é a grande novidade paulistana.
Mensalmente, e sempre aos domingos, acontece o Brunch na Catedral, assinado pela chef Gil Gondim, especialista em banqueteria com influência italiana.
A experiência gastronômica é completada por um tour pela catedral que reúne histórias e curiosidades. Além de explorar pontos únicos do monumento, como uma visita à cúpula – que apresenta uma vista panorâmica de parte da região central.
Os ingressos podem ser adquiridos ao valor de R$375 por pessoa – e é necessário fazer reserva. O valor arrecadado é revertido para a Associação Amigos da Catedral Metropolitana de São Paulo para contribuir na conservação e preservação do patrimônio histórico.
“Como todas as grandes catedrais do mundo, a Catedral da Sé, além de servir à liturgia da igreja, é um espaço de expansão da boa arte, seja ela musical, arquitetônica e, no nosso caso, também gastronômica”, disse o padre Luiz Baronto. “Com esse evento, podemos manter as finanças em dia, oferecendo aos fiéis e turistas um ambiente belo, limpo e em condições de acolher a todos”, completou. O próximo brunch é neste domingo. A ação tem apoio da Casa Flora com vinhos Carolina. Reservas pelo telefone 98496-9702 e @brunchnacatedral no Instagram.
Conheça a história da Catedral da Sé
Em 1913, iniciou-se a construção da Catedral como é hoje, elaborada pelo alemão Maximilian Emil Hehl, professor de Arquitetura da Escola Politécnica. O templo foi inaugurado em 25 de janeiro de 1954, na comemoração do 4º Centenário da Cidade de São Paulo, ainda sem as duas torres principais.
A primeira versão da igreja foi instalada em 1591, quando o cacique Tibiriçá escolheu o terreno onde se encontraria o primeiro templo da cidade, construído em taipa de pilão (parede feita de barro e palha socados, estruturados em toras).
Em 1745, a “velha Sé”, como era chamada, foi elevada à categoria de catedral. Por isso, neste mesmo ano, iniciou-se a edificação da segunda matriz da Sé, no mesmo local da anterior. Ao lado dela, em meados do século XIII, levantou-se a Igreja de São Pedro da Pedra. Em 1911, os dois templos foram demolidos para dar espaço ao alargamento da Praça da Sé e, finalmente, à versão atual da catedral.
O monumento também teve a sua importância na vida política do País. Em tempos de despotismo militar, D. Agnelo Rossi (1964-1970) assumiu o arcebispado, inaugurando a fase da teologia da libertação e da opção preferencial pelos pobres. Desde 1970, sobressaiu-se a figura do cardeal arcebispo D. Paulo Evaristo Arns, que dedicou todo o seu tempo e o seu esforço ao combate à ditadura militar, denunciando os crimes, as torturas e cedendo a catedral para as manifestações políticas e ecumênicas pelos desaparecidos políticos e pela anistia.
A catedral possui ainda uma cripta aberta à visitação, inaugurada em 1919. Com trinta câmaras mortuárias, mantém, até os dias atuais, os sarcófagos dos bispos e arcebispos, além de guardar os restos mortais do cacique Tibiriçá, o primeiro cidadão de Piratininga, e do padre Feijó, Regente do Império.
Também encontramos, bem à sua frente, o Marco Zero da cidade de São Paulo. O pequeno monumento de mármore em forma hexagonal, construído em 1934, traz um mapa das estradas que partem de São Paulo com destino a outros estados. Cada um de seus lados representa, simbolicamente, outra cidade ou estado brasileiro: o Paraná (araucária), Mato Grosso (vestimenta dos Bandeirantes), Santos (navio), Rio de Janeiro (Pão de Açúcar e suas bananeiras), Minas Gerais (materiais de mineração profunda) e Goiás (bateia, material de mineração de superfície).
Sendo um dos cinco maiores templos neogóticos do mundo, a catedral da Sé, foi reaberta em 2002, após três anos de reformas e voltou a oferecer missas diárias. Além disso, agora há visitas monitoradas durante toda a semana.
Serviço
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 19h; sábado, das 8h às 17h; domingo, das 8h às 13h.
Horário das missas: de segunda e sexta, às 9h, às 12h e às 18h; terça, quarta e quinta, às 12h e às 18h; sábado às 12h; domingo às 9h, 11h e 17h.
End.: Praça da Sé, s/n – Centro – São Paulo (Metrô Sé).
Tel.: (11) 3107-6832
Deixe um comentário