Jair Bolsonaro estaria enfrentando uma depressão, após derrota para Lula
Segundo informações do colunista do grupo Folha de São Paulo, Chico Alves, é cada vez maior a preocupação de amigos e aliados com o abatimento emocional demonstrado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde a derrota no segundo turno da eleição e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro vem demonstrando comportamento passivo, sem a energia ou as explosões de fúria que sempre foram sempre suas características.
Imagens de tvs em que generais do Exército prestam continência ao presidente circulam nas redes sociais com o comentário irônico de internautas, de que há um clima de “velório”, pela expressão catatônica de Bolsonaro.
Presidente esperava por um golpe
“Bolsonaro acreditava que haveria alguma mudança no quadro político, por conta das manifestações à porta dos quartéis e nas rodovias, mas acho que percebeu que não tem jeito”, disse um amigo do presidente que esteve com ele no último fim de semana, na formatura de cadetes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), no Rio, e que mantém contato frequente por telefone com o colunista Chico Alves.
Evento público: apático e triste
Enquanto Generais prestavam continência a Bolsonaro, em Brasília, segundo imagens transmitidas pela TV Brasil, durante formatura da Aman, ocorrida no último sábado, 26 de dezembro, o vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão incentiva Bolsonaro a ir ao encontro dos apoiadores que estavam nas proximidades da formatura, algo que fez nos quatro anos de governo. Mas, Bolsonaro optou por sair sem falar com os simpatizantes.
Abandonou o “Cercadinho”
Desde o resultado do segundo turno, Jair Bolsonaro nunca mais encontrou com os visitantes à frente do Palácio da Alvorada, em Brasília, o chamado cercadinho.
Segundo pessoas próximas do presidente, a antecipação da diplomação de Lula, marcada para 12 de dezembro, fez Bolsonaro ficar ainda mais abatido. “À medida que a mudança de governo se aproxima, ele nota que a situação é irreversível”, diz um político, que não quis se identificar e que esteve recentemente com Bolsonaro. “A tristeza dele é preocupante, talvez seja caso médico”.
Esse mesmo parlamentar diz acreditar que Bolsonaro teme “retaliações” do Poder Judiciário quando deixar a Presidência, especialmente por parte do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O próprio presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem comentado nos bastidores que esperava de Bolsonaro uma postura mais ativa após a eleição, já que a ideia é que ele se torne uma espécie de líder popular da oposição. A passividade do presidente, no entanto, deixou os aliados sem saber o que fazer.
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