Brasil decreta fim da emergência da Covid-19
Foi anunciado no último domingo, 17, durante pronunciamento do Ministro da Saúde Marcelo Queiroga, o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional – ESPIN, referente à pandemia da Convid-19. Em cadeia nacional de rádio e TV, ele justificou que a atual situação do coronavírus no país permite a adoção dessa medida.
“Graças à melhora do cenário epidemiológico, à ampla cobertura vacinal da população e à capacidade de assistência do SUS temos hoje condições de anunciar o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional”, declarou durante o pronunciamento.
Desde o início do mês, nos bastidores já havia conversas que apontavam que o Governo Federal logo adotaria essa medida, mas até então não havia a confirmação por parte do Ministério da Saúde.
Em seu pronunciamento, Queiroga disse que “nos próximos dias será editado um ato normativo” referente a essa decisão.
O ministro argumentou que a decisão ocorreu em razão dos dados mais recentes sobre a pandemia. Ele destacou que mais de 73% da população brasileira completou o esquema vacinal com as duas doses ou dose única contra a covid-19 e disse que 71 milhões de brasileiros já tomaram a dose de reforço.
Mas Queiroga mencionou que a medida não significa o fim da covid-19. “Continuaremos a conviver com o vírus. O Ministério da Saúde permanece vigilante e preparado para adotar todas as ações necessárias para garantir a saúde dos brasileiros em total respeito à Constituição Federal”, afirmou.
Nas últimas semanas, medidas que marcaram os dois últimos anos têm sido revogadas no país, como o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em diversos locais.
Enquanto o Brasil e outros países relaxam as medidas no combate à doença, a Organização Mundial de Saúde (OMS) ressaltou na última quarta-feira, 13, seguindo um parecer do comitê de emergências da entidade, que a covid-19 ainda é uma “Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional”. Ou seja, ainda estamos em uma pandemia.
A pandemia não acabou
É fundamental ressaltar que a prerrogativa para declarar o início e o fim de uma pandemia é da OMS.
O que o Ministério da Saúde poderia fazer em relação aos cuidados referentes à covid-19 seria justamente acabar com a Espin, o que permite aliviar muitas das medidas adotadas no combate ao coronavírus.
Por meio da Espin foi possível, por exemplo, a compra e venda de insumos para o tratamento de pacientes com a covid-19 e até mesmo o uso de vacinas aprovadas de modo emergencial.
O que muda após o anúncio do ministro neste domingo e como isso impacta o combate à pandemia no país ainda não está claro. Os detalhes devem ser esclarecidos após a publicação do ato do Ministério da Saúde sobre o tema.
De acordo com o jornal Valor Econômico, a Espin não será revogada imediatamente e haverá um prazo de vacância entre a edição da nova portaria e o efetivo fim da Emergência. Esse prazo, segundo o Valor, ainda é discutido entre técnicos do governo, mas deve ser de 30 a 90 dias.
Vírus matou 661.960 brasileiros, deixando orfãos e muitas famílias marcadas para sempre
Atraso na compra de vacinas, negação do presidente Jair Messias Bolsonaro e corrupção nos governos fez o Brasil ser manchete no mundo. Houve queda de dois ministros, Cesar Gaglioli (menos de um mês no cargo), depois Eduardo Pazuello, ambos pressionados pelo presidente a comprar e divulgar que a Cloroquina era eficiente nos casos graves, fato esse jamais comprovado pelos cientistas. Os casos de mortes multiplicavam, com crises sanitárias graves, incluindo a falta de respiradores, compras irregulares e pessoas morrendo sem qualquer atendimento médico. Somente após pressão popular, o governo brasileiro iniciou a campanha de vacinação, mas muitos brasileiros perderam suas vidas. A falta de esclarecimento, o mal exemplo do Presidente, que aparecia publicamente sem usar máscaras e chegou a afirmar que não passava de uma “gripezinha”, o negacionismo e a fraca procura pelas vacinas inicialmente foram responsáveis pelo alto número de mortes diárias.
Com o passar do tempo, a maioria do povo foi aderindo a campanha de vacinação organizada pelas prefeituras e os números de mortos foram diminuindo, enquanto o número de imunizados subiu. O Coronavírus matou 661.960 brasileiro, deixou 130 mil orfãos, 12 mil de até 6 anos de idade. A conta chegou para Bolsonaro, que viu despencar sua popularidade e pelo que indicam as pesquisas pré-eleitorais, não deve se reeleger.
Doença foi a que mais matou brasileiros em 2021
A Covid-19 foi a maior causa isolada de mortes no Brasil em 2021, com 92 mil óbitos, aponta levantamento feito pela CNN com base em dados do Portal da Transparência de Registro Civil da Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) no período de 1º de janeiro a 18 de março. O número corresponde a 28% do total das mortes no ano.
Dados de anos anteriores do Datasus (Departamento de informática do Sistema Único de Saúde) mostram que, com 272 mil mortes em um ano, a doença seria a principal causa de óbitos no país, quando comparada com a média anual de óbitos por outros motivos.
Em 2022, a Covid deixou de ser a principal causa de morte no país
A covid-19 deixou a ser a principal causa de morte no Brasil em março de 2022. A doença tinha voltado a liderar o ranking em janeiro e fevereiro. Subiu em janeiro impulsionada pela ômicron, variante mais transmissível do coronavírus. Com o arrefecimento da nova onda, ficou na 7ª posição entre os males que mais mataram os brasileiros em março.
O Poder360 comparou a data real das mortes por covid-19 em março de 2022 com a média de mortalidade no mesmo mês de 2016 a 2020 de todas as causas de morte no Brasil.
Desde que a pandemia começou o coronavírus só não foi a principal causa de morte em 5 meses.
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