Racismo: modelo é vítima por ter cabelos grandes e crespos

Racismo: modelo é vítima por ter cabelos grandes e crespos

A modelo, ativista e comunicadora mineira Ludmila Cassemiro, de 21 anos, denunciou ter sido vítima de injúria racial no bairro Cachoeirinha, na Região Nordeste de Belo Horizonte, no último sábado,9.

Ela compartilhou nas redes sociais um vídeo em que mostra um homem dizendo que o cabelo dela “assusta” as pessoas. Ele se afasta após ela falar: “Guarda o seu racismo para você”.

Não é a primeira vez

Esta não é a primeira vez que ela é vítima de racismo. A jovem já chegou a perder oportunidades de trabalho e até o emprego por causa do cabelo.

“Não foi um caso isolado, infelizmente. Já fui demitida do serviço sob a justificativa de que meu cabelo poluía o ambiente. Sempre sou invalidada porque minha imagética é colocada à frente da minha capacidade intelectual”, falou.

A modelo ainda não procurou a polícia, mas pretende denunciar o caso ao Ministério Público.

Após publicar o relato nas redes sociais, Ludmila foi procurada por fotógrafos que ofereceram ensaios gratuitos para mostrar a beleza do cabelo dela, motivo de orgulho e símbolo de resistência.

“É a minha identidade. Eu sempre usei muito produto para tirar o volume, tentar definir o cabelo, até entender que meu cabelo é crespo. Conheci o ativismo, a história, e aprendi a me amar e me respeitar. Hoje eu me amo do jeitinho que eu sou e não mudaria nada”, falou.

Racismo é crime 

A Constituição Federal de 1988 determina, no Art. 3, inciso XLI, que “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”; e no Art. 5º, inciso XLI, que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”.

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