Operação Ábaco prende agiotas faziam vitimas em vários estados do Brasil
Operação deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta, quinta-feira, 16, prendeu integrantes da maior quadrilha de agiotas do estado do Rio. O bando de agiotagem chegava a ligar para parentes e vizinhos dos devedores fazendo ameaças e cobrando as dívidas. Em muitos dos casos investigados, as pessoas já tinham pago todo o montante do empréstimo ou nem haviam sacado um valor com o grupo. Os criminosos utilizavam sites de consultas para descobrir os contatos das vítimas e fazer as cobranças. Batizada de Operação Ábaco, o objetivo é cumprir 65 mandados de prisão e 63 de busca e apreensão. Até as 8h, 32 pessoas foram presas, dos quais 10 já estavam na prisão.
O grupo acabou se espalhando por várias regiões do país e, ao todo, foram aberto 70 escritórios em estados como Ceará, Santa Catarina, Espírito Santo e Minas Gerais para empréstimo de dinheiro com juros altíssimos.
— Eles terceirizavam a mão de obra criminosa. Um grupo era responsável pelo empréstimo, e esse grupo (da operação de hoje) fazia a cobrança, a extorsão, a terceirização do serviço. Essa é a primeira fase. O bando de hoje não emprestava dinheiro. Eles só cobravam. Ou seja, recebiam para cobrar dessas vítimas — disse o delegado Luiz Henrique Marques, titular da 76ª DP.
De acordo com as investigações, a quadrilha extorquiu pelo menos R$ 70 milhões das vítimas nos últimos quatro anos e continuou atuando mesmo na pandemia. Durante um ano o grupo foi investigado, e os agentes descobriram que em várias ocasiões as vítimas jamais tinham feito empréstimos com a quadrilha. Em outros casos, mesmo já com a quitação das supostas dívidas, as extorsões continuavam. Os juros chegavam a 30% ao mês.
Líder foi preso em janeiro deste ano
Guilherme Andrade Aguiar, de 39 anos, foi preso em janeiro deste ano e é apontado pela Polícia Civil como o líder da organização criminosa, foi preso em Belo Horizonte, em Minas Gerais, por agentes da 76ª DP. Conhecido como Macarrão, o homem é dono de um quiosque na Praia de Camboinhas, região nobre de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Ele, segundo a Civil, era o responsável por dar ordens e comandar as extorsões. Mesmo de dentro da cadeia, a polícia afirma que ele continuou à frente do esquema.
Durante as investigações, outros nove integrantes do esquema criminoso foram presos pelos policiais da delegacia de Niterói, em diferentes cidades do Rio. Três deles possuíam mais de 15 mandados de prisão, cada um.
Segundo as investigações, os agiotas teriam repassado as cobranças para um grupo especializado em ameaças. Os suspeitos usavam dados de sites de consulta para ameaçar as vítimas. O grupo criminoso contratado, por telefone, fazia as chantagens. Em parte dos casos, parentes e vizinhos também recebiam ligações com as extorsões.
Para evitar que não fossem presos, e para dificultar as investigações, o bando trocava de celular com frequência, a fim de evitar possíveis interceptações telefônicas. Além disso, eles também mudavam de escritório constantemente, utilizavam olheiros para observar as movimentações policiais e usavam nomes de pessoas jurídicas.
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