Interesse em viajar aumentou com a pandemia, mas brasileiro quer segurança e bons preços

Interesse em viajar aumentou com a pandemia, mas brasileiro quer segurança e bons preços

A pandemia do Coronavírus interrompeu as atividades de turismo em todo o mundo afetando um mercado importante no Brasil, que movimentou R$ 238,6 milhões, só  no ano passado. O setor é responsável por 319 postos de trabalho e o crescimento do mercado de viagens ficou a frente dos cuidados com a saúde (3,1%) e tecnologia da informação ( 1,7%), só perdendo para o de manufaturas ( 4%), segundo dados divulgados pelo WTCC – Conselho Mundial de Viagens e Turismo, em março de 2019.

No primeiro momento em que as viagens tradicionais começam a voltar, as companhias de “tours” tiveram que encontrar outras formas de se adaptarem ao distanciamento social. Empresas que complementam as experiências virtuais com itens reais: por exemplo, enviando chocolate para a casa das pessoas antes de uma degustação do produto a distância. Outras promovem aventuras reais perto da casa dos clientes, como passeios de caiaque. E há ainda aquelas que reduzem os grupos mesmo em viagens ao ar livre.

Passada a primeira onda da pandemia, onde alguns estados acusaram estabilidade nos números, as viagens foram retomadas, seguindo protocolos de segurança da OMS. Mas, como está o brasileiro nesse quesito? Segundo pesquisa do Booking.com, plataforma de aluguel temporada, dois a cada três brasileiros afirmam que vão se sentir confortáveis para viajar, quando a vacina chegar. Mas, destas pessoas pesquisadas, 98% seguiram com interesse em pesquisar viagens.

A pesquisa da empresa – além do comportamento das pessoas nas buscas e reservas da plataforma de acomodações – mostra seis tendências para o turismo pós-pandemia. Veja abaixo as mudanças de destinos, prioridades e propostas dos viajantes do Brasil:

Preços menores

A crise gerada pela pandemia, que agravou a situação econômica do país, que já não vinha muito bem, aumentou a importância do preço na decisão de compra dos brasileiros. Grande parte (84%) passou a prestar mais atenção ao preço na hora de planejar uma viagem e 78% estão mais propensos a procurar promoções e descontos.

Transparência

Se antes já era importante ficar de olho nas letras miúdas, agora, 82% dos brasileiros dizem esperar mais clareza nas políticas de cancelamento, processos de reembolso e seguro-viagem, por exemplo. Para 36%, ter reembolso na hospedagem é essencial para decidir a próxima viagem; e para 40%, é essencial ter flexibilidade para alterar datas sem multa. Mas essas políticas não podem encarecer demais as viagens, visto que o preço é um fator muito importante para o mercado brasileiro.

Proximidade

Mesmo que as empresas aéreas estejam reafirmando a segurança de andar de avião neste momento de pandemia, a preferência é por deslocamentos mais curtos, de preferência de carro. Esse meio de transporte – junto com o crescimento de adoção de cães e gatos na quarentena – fez dobrar o uso do filtro por acomodações que aceitam pets. Segundo a pesquisa, metade (55%) dos brasileiros quer conhecer um novo destino na região onde mora e 59% pretendem ir para um destino de natureza próximo. Num momento de incerteza, 63% também disseram que planejam viajar a algum lugar que já conhecem, independentemente da distância.

Na lista de desejos de viagens feitas pelos usuários da Booking.com, os destinos domésticos ganharam espaço. Aparecem em 83% das wish lists criadas entre maio e junho – no mesmo período de 2019, apareciam em 68% delas. Entre os mais buscados pelos brasileiros na última semana de agosto, estão Campos do Jordão (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto de Galinhas (PE), Ubatuba (SP) e Gramado (RS).

Medidas sanitárias

Se a limpeza já era um fator importante na escolha de uma acomodação, agora 91% dos viajantes brasileiros dizem que tomarão mais precauções para evitar a contaminação pela covid-19. Assim como a maioria diz que vai evitar certos destinos e espera que as atrações sejam adaptadas para garantir o distanciamento físico, 81% só vão reservar a hospedagem se tiverem clareza das medidas de higiene e saúde adotadas. Mesmo assim, 53% vão evitar o uso de transporte público – reforçando a tendência de viagens de carro, próprio ou alugado.

Natureza

A pandemia teve como efeito ressaltar a importância do contato com a natureza e os espaços abertos – especialmente para quem passou meses dentro de um apartamento numa cidade grande. No mundo todo, desde o início da pandemia, aumentaram as recomendações de atividades ao ar livre por hóspedes que passaram por acomodações da Booking.com: fazer trilhas (95%), aproveitar a natureza (44%) e respirar ar puro (50%). A tendência é buscar prazeres simples e relaxar. Por isso, também aumentou a busca por destinos rurais, junto com a família.

E, para 71%, também contam mais opções sustentáveis de turismo, que fujam da alta temporada e dos lugares superlotados. Outra mudança é no tipo de acomodação buscada. Se, em 2019, 60% dos brasileiros preferiam se hospedar em hotéis, 43% dos viajantes que estão indo para um destino próximo escolhem casas de temporada ou apartamentos.

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