Pandemia do Coronavírus provoca crise no turismo brasileiro
Os impactos da pandemia do Coronavírus no setor de turismo no Brasil começam a ser sentidos, segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo. O setor é responsável por uma receita de mais de 150 bilhões de dólares (cerca de 750 bilhões de reais). A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou, na segunda-feira, 30 de março, que as suas associadas já registram, em média, uma queda de 30% na demanda por voos domésticos, e redução de 50% nas viagens internacionais, em relação ao mesmo período do ano passado”.
A Gol e a Latam, gigantes do setor no Brasil e que fazem parte da Associação, já haviam alertado na semana passada para a “grave a crise econômica que afeta a aviação comercial brasileira neste cenário de pandemia do coronavírus”. Em nota, a Latam informou uma redução de 70% em suas operações, sendo 90% nos voos internacionais e 40% em viagens internas. A empresa “possui mais de 42.000 funcionários e opera aproximadamente 1.400 vôos diários”, segundo divulgado em nota da companhia.
O impacto no setor turístico não se faz sentir apenas no Brasil, como pode levar à quebra de algumas pequenas empresas do ramo. A Abav afirmou que esta é a “maior crise vivenciada pelo setor na era atual” e disse prever “um altíssimo índice de falências entre as empresas relacionadas ao turismo, resultando em milhares de pessoas desempregadas e impactos diretos e indiretos no PIB brasileiro”. Em nota, a entidade divulgou um balanço parcial que aponta para uma taxa de cancelamento de viagens de 85% no mês de março. “Os impactos imediatos já preocupam a sustentabilidade dos negócios, uma vez que não há previsões de novos faturamentos”, diz o texto. “O setor do turismo é um dos primeiros a sentir os impactos causados pelo fechamento de fronteiras (medida adotada por diversos países europeus e latino americanos e consequente cancelamento de viagens, encontrando-se totalmente paralisado”.
Para tentar atenuar o impacto devastador que a pandemia começa a ter no setor, a Abav solicitou ao Ministério do Turismo, algumas medidas para permitir a sobrevivência do setor, como a disponibilização de linha de crédito especial na Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil para as empresas de turismo, e a liberação do saque do FGTS para funcionários de empresas que exerçam atividade turística, dentre outros pontos. Ainda não há uma resposta oficial do Governo com relação a estas demandas. Em a CNN Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse não acreditar que é a responsabilidade do Governo ajudar diretamente essas empresas por meio de subsídios ou desonerações. “Companhias aéreas, quando o tempo é bom, ganham 1 bilhão, 2 bilhões, 3 bilhões. Mas quando o tempo é ruim para elas, precisam correr para os recursos públicos?”, disse o ministro.
Governo recua e libera cruzeiros
Na última sexta-feira o Ministério da Saúde havia proibido a partida e chegada de novos cruzeiros em toda a costa nacional. “Enquanto perdurar a declaração de emergência, os cruzeiros turísticos estarão interrompidos”, afirmou o secretário de vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira. “Não dá para aceitarmos ou permitirmos uma concentração de pessoas que vêm do exterior, que saem de outras partes do Brasil, em um navio, porque os cruzeiros turísticos historicamente são ambientes de confinamento. Muitos deles têm turistas internacionais”, disse Oliveira. A medida não durou sequer um dia. No sábado o Governo publicou a revogação da determinação anterior, liberando as embarcações turísticas.
Agora caberá às autoridades municipais e estaduais, juntamente com os órgãos de Saúde locais, autorizar a partida ou desembarque de navios de cruzeiro nos portos brasileiros. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o recuo ocorreu por pressão do Ministério do Turismo e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, preocupados com a crise no setor. A recomendação inicial para que todo viajante internacional ficasse confinado em casa por até sete dias para que seu estado de saúde fosse avaliado também foi re
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