Raquel Dogde não foi reconduzida ao cargo na PGR e Bolsonaro indica Augusto Aras
A atual Procuradora da PGR, Raquel Dogde, primeira mulher a ocupar o cargo no país, não será reconduzida ao cargo, segundo afirmou pelo twitter o Presidente Jair Bolsonaro. Ela chegou a afirmar na última sexta-feira, 7, em São Paulo estar “à disposição da instituição e do país” para continuar no cargo.“Eu estou à disposição, tanto da minha instituição quanto do país, para uma eventual recondução, eu não sei se isso vai acontecer”, disse Dodge ao falar com a imprensa antes do início de um encontro regional de promotoras e procuradoras sobre questões de gênero que está sendo realizado em São Paulo. O mandato da atual procuradora-geral acaba em setembro deste ano.
Dez integrantes da carreira do MPF se inscreveram como candidatos ao cargo e uma lista tríplice, enviada ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) para escolher seu sucessor. A surpresa foi a falta do nome de Raquel Dodge entre os candidatos. O presidente escolheu o subprocurador Antonio Augusto Brandão de Aras como o novo procurador-geral da República pelos próximos dois anos. A indicação foi anunciada na quinta-feira, 5, por Bolsonaro em evento no Ministério da Agricultura. O nome será oficializado em edição especial do Diário Oficial da União.
Pelo twuitter Bolsonaro explicou: “Outros acusam um montão de coisa porque eu teria escolhido esse cara e não outro. A Raquel Dodge estava na fita, ontem teve o problema. Alguém viu o problema de ontem? Estava na fita. Não vou acusá-la de nada”, disse Bolsonaro ao chegar ao Palácio da Alvorada.
Desentendimentos
O grupo de trabalho da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizou um pedido de demissão coletiva em protesto contra a procuradora-geral Raquel Dodge na noite desta quarta-feira. Os seis procuradores que compõem o grupo de trabalho da Lava-Jato na PGR, Raquel Branquinho, Maria Clara Noleto, Luana Vargas, Hebert Mesquita, Victor Riccely e Alessandro Oliveira avisaram sobre a demissão por meio de mensagem enviada nesta noite a grupos coletivos de trabalho das forças-tarefas da Lava-Jato em Curitiba e no Rio, assinada por seis procuradores do grupo.
Na manifestação, eles citam “grave incompatibilidade” com uma manifestação enviada por Dodge ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite da última terça-feira. Os procuradores não citam detalhes do motivo. De acordo com fontes que acompanham o assunto, a insatisfação se deve a uma manifestação de Dodge sobre a delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
Dodge enviou a delação de Léo Pinheiro na terça-feira pedindo para homologar o acordo. A insatisfação, porém, se deveu ao fato de que a procuradora-geral pediu para arquivar preliminarmente trechos da delação que envolviam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ex-prefeito de Marília (SP) José Ticiano Dias Toffoli, irmão do presidente do Supremo Tribunal Federal, José Antonio Dias Toffoli.
Na proposta de delação, Léo Pinheiro diz ter feito doações oficiais e repasses via caixa dois a Maia em troca da defesa de interesses da OAS no Congresso. Já no anexo em que cita o ex-prefeito de Marília, Pinheiro o acusa de ter recebido caixa dois e propina. #conexaoin99#conectadocomanoticia
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