Talento, drama e tragédia. Vida e obra do estilista Alexander MacQueen vira documentário

Talento, drama e tragédia. Vida e obra do estilista Alexander MacQueen vira documentário

Esse mês estreia nos cinemas, em data a ser divulgada, o documentário sobre o estilista inglês Alexander McQueen, que se suicidou em 11 de fevereiro de 2010, aos 40 anos. O estilista foi encontrado morto no seu apartamento, no elegante bairro de Mayfair, em Londres. Tudo aconteceu um dia antes do funeral de sua mãe. O talentoso estilista tinha um histórico de depressão, ansiedade e insônia e havia tentado se suicidar outras vezes. 

McQueen deixou uma marca em suas criações, que mesclava força emocional no uso de matérias-primas energéticas, bem como a natureza romântica, mas essencialmente contemporâneo em suas coleções. Suas peças traduziam a dualidade de seu espírito: fragilidade e a força, tradição e modernidade, fluidez e intensidade. Tinha um profundo respeito e forte influência pela tradição artística e artesanal. Suas coleções sempre combivam conhecimento profundo e trabalho de alfaiataria britânica sob medida, o fino acabamento dos atelier franceses de alta costura e o acabamento impecável da fabricação italiana.

A Caveira se tornou símbolo máximo do estilista, quando surgiu nos lenços da coleção Verão 2003. A pegada meio pirata fez do símbolo um best-seller em sua moda.  A Dramaticidade era uma das características fortes de Alexander, tudo era um espetáculo, para isso nos seus desfiles usou chuva, robôs disparando sprays de tintas e chegou a criar um Salão de Dança da época da grande Depressão nos EUA, com toda a atmosfera de 1929. Em 1996 levou fashionistas para dentro de um Igreja e mostrou a coleção Divina Comédia, de Dante Aligheri. Um esqueleto humanos estava na primeira fila para assistir a uma coleção cheia de referências vitorianas e modelos com chifres. Essa coleação é considerada um divisor de águas em sua carreira.

Assinou figurinos do West End, David Bowie e BjÖrk. Suas modelos preferidas eram Annabelle Nielson (morta recentemente), Kate Moss (que em 2006 parou o mundo fashion ao desfilar o modelo HOLOGRAMA, um look vaporoso de babados contra o vento, performance de três minutos que terminou com a Kate se dissipando como uma galáxia). Outra musa de MacQueen foi a modelo negra Naomi Campbell. Em 2015, as três se juntaram para a última homenagem ao amigo, no Fashion far Relief, evento beneficente organizado por Campbell. Elas vestiram looks da última coleção assinada por ele. (confira a foto).

A responsável pelo ponta pé inicial na carreira do estilista foi a editora inglesa Isabela Blow, que comprou TODA a sua  coleção de MA (formatura) em 1992. Esse fato o tornou famoso no meio fashionista. Contam que usar o nome Alexander foi ideia de Isabela, que o apelidou de Alexander, o Grande, alusão ao imperador romano. No final ficaram inimigos e ela também cometeu suicídio. 

Em 2011, aconteceu o MET NY, evento dedicado ao trabalho do estilista. Intitulada Savage Beaty, fez sucesso estrondoso, que foi prolongada pelo museu e ganhou nova versão em 2015, no Victoria & albert e bateu record de público.

Outra personalidade importante na carreira de Alexander MacQueen foi Katy England, sua stylist e braço direito até o fim. Ela lembrou que a única vez que o viu chorar de emoção em um desfile foi quando a modelo Shalom Harlow recebeu disparos de tinta, em um desfile de sua coleção.

Suas criações não eram unanimidade, tanto que em 2002,  Gwyneth Paltrow ao aparecer na cerimônia do Orcar com um modelo assinado pelo estilista, a atriz foi direto para a lista de mais mal vestidas. (confira a foto)

Trabalhou com maestria os UNIFORMES militares, como no desfile cheio de referências reais e imperiais, de Napoleão a Elizabeth II, na coleção Inverno 2008. Tarefa explorada pela sua sucessora Sarah Burton, na grife. (confiara a foto)

Brasil na passarela de MacQuenn

A modelo brasileira Raquel Zimmermann desfilou alguns dos looks mais marcantes do estilista. Entrou com chifres enormes na coleção Inverno 2006 e foi a estrela da última campanha assinada por Alexander. (confira foto)

Romantismo

Alexander MacQueen era romântico convicto. Seu processo criativo era muito influenciado pelas nações exploradas por esse movimento artístico, surgido no século 19, mas nas mãos do estilistas tudo era levado ao extremo!

Sucesso meteórico na carreira

Em menos de 10 anos McQueen se tornou um dos estilistas mais respeitados do mundo. Em outubro de 1996, foi nomeado Designer Chefe do francês Givenchy Haute Couture Casa, onde trabalhou até março de 2001. Em dezembro de 2000, 51% de Alexander McQueen foi adquirida pelo Grupo Gucci, onde permaneceu Director Criativo. As coleções incluem mulheres pronto-a-vestir, pronto-a-vestir masculino, acessórios, óculos e fragrâncias (Reino MyQueen 2003 e 2005). Expansão seguida e retomada a abertura de lojas próprias em Nova York, Londres, Milão, Las Vegas e Los Angeles. Os seguintes prémios reconheceram Alexandre McQueen realizações na moda: Designer britânico do ano de 1996, 1997, 2001 e 2003, a International Designer do Ano pelo Conselho da Fashion Designer of America (CFDA), em 2003, mais um comandante Os britânicos do Empireï (CBE) pela Rainha de Inglaterra em 2003, GQ Designer Masculina do Ano em 2007.

A exposição Alexander McQueen: Savage Beauty] foi concebida em 2010 após a morte do estilista britânico e estreou em Nova York, onde atraiu 661 509 visitantes entre 4 de maio e 7 de agosto de 2011. A mostra foi a exposição de moda mais visitada do Costume Institute do Metropolitan Museum of Art de Nova York.

Biografia

Nasceu em Londres em 17 de março de 1969, o caçula de seis filhos. Ele deixou a escola aos 16 anos de idade e foi oferecido um estágio na tradicional alfaiates de Savile Row Anderson e Shephard e depois em Gieves vizinhos e Hawkes, ambos mestres na técnica de construção da roupa. De lá, ele se mudou para o figurinista teatral Angels and Bermans onde domina 6 métodos de padrão de corte a partir do século XVI para o melodramático alfaiataria nítida que se tornou uma assinatura de McQueen. Com idade de 20 ele foi contratado pelo designer Koji Tatsuno, que também tinha suas raízes em alfaiataria britânica. Um ano depois McQueen viajou para Milão, onde foi empregado como Romeo Gigliï, assistente de design. Em seu retorno a Londres, ele completou um mestrado em Design de Moda no Central Saint Martini. McQueen era abertamente gay. No verão de 2000, casou com o documentarista George Forsyth.

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