Morre artista plástico Florian Raiss conhecido por suas esculturas fantásticas
O pintor e escultor carioca Florian Raiss faleceu na madrugada de terça-feira, 26, vítima de um infarto fulminante. Ele estava hospitalizado há duas semanas devido a um problema renal.
Importante nome da arte contemporânea brasileira, Raiss ficou conhecido por suas esculturas em bronze, argila e baixo esmalte, nas quais mostrava seus quadrúpedes – seres humanos em quatro apoios – caminhando em alguma direção, rumo ao futuro incerto.
As esculturas mostram o lado animalesco de homens e mulheres por meio de suas linhas fortes, com braços e pernas roliças e olhos profundos, geralmente colocados em contraponto com uma de suas mãos carregando uma flor, cheirando-a, ou então estendendo o dedo indicador.
Suas criações têm também um traço erótico e mítico, onde sereias e centauros aparecem em pinturas e desenhos num mundo onírico. Segundo o artista, “O desenho me levou à escultura, que surgiu como uma necessidade, como uma vontade de materializar figuras que eu tinha em mente”.
A notícia da morte de Florian Raiss deixou consternados amigos e profissionais ligados a arte. “Florian era uma pessoa muito generosa e tinha uma visão clara do que era a arte. O que produziu dizia muito sobre sua ética e sua estética. Em nossas conversas em seu ateliê ou diante das obras de outros artistas, ele sempre nos ensinava a olhar, fazer uma leitura completa daquilo que estávamos vendo, sem preconceitos”, diz Ian Duarte, dono da Galeria Verve e amigo de Raiss. A produtora cultural portuguesa, Filomena Leite de Castro, que produzia as exposições de Raiss, em Lisboa, fez uma homenagem emocionada ao artista, no seu instagram @filomenaleitedecastro, postando um vídeo dele em plena criação de uma escultura.
Ele nasceu em 1955, o artista estudou na Accademia di Belle Arti di Firenze (Academia de Belas Artes de Florença) entre 1973 e 1974 e ingressou, nesse mesmo ano, na Accademia di Belle Arti di Roma (Academia de Belas Artes de Roma), onde permaneceu até 1975. Estudou desenho no México entre 1975 e 1977, com Gilberto Aceves Navarro, na Academia de San Carlos da Universidad Nacional Autónoma de México.
Florian participou de diversas exposições coletivas no Brasil e no exterior (Alemanha, Suécia, Venezuela, Holanda, Portugal e Estados Unidos), com destaque para mostras “MAM na OCA, Arte Brasileira do Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP”, em 2006 e “Modernos, Pós-Modernos, 80/90”, em 2007, no Instituto Tomie Ohtake, também em São Paulo.
Em agosto deste ano aconteceria uma mostra individual com obras do artista, na Galeria Lume, em São Paulo, que agora deve receber tom de homenagem.
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