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Berlusconi se diz ‘diretor’ de coalizão vencedora na Itália

 
 

Dois dias depois das eleições legislativas na Itália, realizada dia 4, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi rompe o silêncio e parabeniza o ultranacionalista Matteo Salvini, pela vitória e afirmou que ele será o “regista” da aliança.

Em italiano, a palavra “regista” pode significar tanto “diretor” quanto, no futebol, o meio-campista que dita as ações de uma equipe – Berlusconi é um apaixonado pelo esporte mais popular do mundo e presidiu o Milan por cerca de 30 anos.

“Nossa coalizão é a primeira formação política [do país], e isso deve ser determinante para receber o encargo de governo. Estou feliz por Matteo Salvini, feliz pela Liga, com quem estivemos por longos anos no governo e com a qual governamos regiões importantes. Confirmo, no respeito aos aliados, que permaneço líder do FI [Força Itália, seu partido] e que serei o ‘regista’ da centro-direita e o fiador da coalizão”, afirmou o ex-premier em uma mensagem.

A Liga recebeu cerca de 17% dos votos nas eleições, contra 14% do FI, e Salvini pleiteará a cadeira de primeiro-ministro. Berlusconi não pode ocupar cargos públicos até 2019, mas havia indicado o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, para governar a Itália.

O outro pilar da aliança, o partido ultranacionalista Irmãos da Itália (FDI), com 4% dos votos, já reconheceu publicamente a liderança do secretário federal da Liga na coalizão conservadora, que é, de certa forma, uma repetição do grupo que levara Berlusconi ao poder pela primeira vez, em 1994.

Antissistema

Outro partido que pleiteará o direito de governar a Itália é o Movimento 5 Estrelas (M5S), comandado por Luigi Di Maio, vice-presidente da Câmara dos Deputados. A sigla foi a mais votada individualmente em âmbito nacional, com 32%, mas teria de formar uma aliança para alcançar maioria no Parlamento.

Juntos, M5S e Liga teriam quase a metade das cadeiras, mas Salvini já excluiu romper a coalizão de direita. No entanto, o responsável econômico do partido ultranacionalista, Claudio Borghi, admitiu nesta terça a hipótese de atrair o movimento antissistema para a aliança conservadora.

“Teríamos uma maioria avassaladora e que poderia encontrar mais de um tema em comum”, disse. As negociações, entretanto, não seriam fáceis. Os partidos teriam de entrar em acordo sobre quem seria o primeiro-ministro, e o M5S precisaria explicar a seus eleitores uma aliança com Berlusconi, a quem sempre criticou.

Fonte: Terra

POR: Rita Moraes
Publicado em 06/03/2018