Por ser também produzido na Eslováquia, chocolate Tobleroni está proibido de usar desenho da montanha Matterhorn em suas embalagens
Ícone na bagagem de viagens internacionais, o chocolate Toblerone teve a cidadania suiça “cassada”. A marca de chocolate não pode mais se apresentar como chocolate suiço e usar a imagem da montaha Matterhorn na embalagem para gerar associação com o país.
A mais emblemática das montanhas suíças, o Matterhorn, está gradualmente a desaparecer das embalagens de Toblerone, para corresponder aos requisitos da legislação suíça, revelou esta segunda-feira, 6, o proprietário da famosa barra de chocolate nougat em forma de prisma.
Criado em 1908 na fábrica da família Tobler, o Toblerone foi até agora produzido apenas em Berna, a capital da nação alpina. No entanto, a partir do outono, a famosa barra de chocolate também será produzida em Bratislava, na Eslováquia, “para responder ao aumento da procura global”, explicou uma porta-voz da gigante norte-americana de alimentos Mondelez International.
Esta realocação parcial obriga a marca a retirar a denominação “da Suíça” que surge logo abaixo da marca na embalagem, para corresponder aos requisitos da legislação suíça, adotada em 2017 para proteger os produtos fabricados no país.
Debates na Suíça
Mas a troca do Matterhorn, a mítica montanha na fronteira entre a Itália e Suíça com a altura de 4.478 metros, por uma montanha estilizada e genérica, provocou um debate na Suíça.
“Temos que adaptar as nossas embalagens à legislação suíça”, frisou à agência France-Presse (AFP) uma porta-voz da Mondelez. “O redesenho da embalagem apresenta um logótipo de montanha modernizado e simplificado, em linha com a estética geométrica”, para ser “mais triângulo”, especificou.
O novo desenho – que no entanto mantém a silhueta do urso – símbolo de Berna – inscrito na encosta da montanha, começou a ser implantado desde o outono do ano passado.
Toblerone produz sete mil milhões das suas famosas barras de chocolate por ano, 97% das quais são exportadas para 120 países. O nome é um trocadilho com Tobler e “torrone” – o nome italiano para nougat de mel e amêndoa.
O diário Tribune de Genève questionou se esta opção é um “suicídio comercial”, mas para o chefe da agência de comunicação Trio, Michael Kamm, a marca está “muito bem consolidada para além do logótipo”.
Olivier Furrer, professor de marketing da Universidade de Friburgo, considera, por sua vez, que este é um problema da Suíça. “O Matterhorn é especialmente importante para os consumidores suíços, porque é uma questão de orgulho, mas se os suíços podem ficar chateados, não tenho certeza se os estrangeiros notarão a diferença”, destacou, citado pelo diário suíço.
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