PF recupera obra do século 19, com paisagens brasileiras pintadas à mão, furtada de biblioteca em SP há 18 anos
A Polícia Federal de São Paulo recuperou na ultima segunda-feira,17, uma das obras furtadas do acervo da biblioteca Mário de Andrade, em 2006. A ação contou com a cooperação da Polícia Metropolitana de Londres, na Inglaterra.
O livro “Souvenirs de Rio de Janeiro” com 12 ilustrações de paisagens brasileiras pintadas à mão pelo suíço Johann Jacob Steinmann, entre os anos de 1834 e 1835. Dentre os locais representados, estão os bairros cariocas de Santa Teresa e Botafogo, a praia Vermelha e a cidade de Nova Friburgo.
A obra estava nas mãos de um colecionador brasileiro, que a havia arrematado legalmente em uma casa de leilões em Londres.
Com a repatriação, o livro será submetido à perícia e, então, devolvido à cidade de São Paulo para que possa ser apreciado pelo público.
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“Souvenirs de Rio de Janeiro”, de Johann Jacob Steinmann — Foto: Reprodução/SMC
“A repatriação das obras literárias representa um marco fundamental para o Brasil, demonstrando um compromisso renovado com a preservação do patrimônio cultural e estabelecendo um precedente essencial para a recuperação de elementos históricos”, afirmou a Polícia Federal em comunicado emitido nesta segunda.
Roubo
Localizado nos fundos da Biblioteca Mário de Andrade, na Rua da Consolação, o acervo de obras raras, de acesso restrito, foi furtado em 2006.
O crime foi descoberto em agosto daquele ano, quando um funcionário pegou emprestada uma publicação do alemão Karl Hermann Konrad Burmeister e deu falta de algumas imagens. A partir daí, um levantamento revelou o tamanho do prejuízo.
- 58 gravuras de Johan Moritz Rugendas
- 42 gravuras de Jean Baptiste Debret
- 3 gravuras de Karl Hermann Konrad Burmeister
- “Souvenirs de Rio de Janeiro”, com 12 gravuras de Johann Jacob Steinmann
- “Hore intemerate Beate Marie Virginis”, livro de orações de 1501
Segundo informou a policia na época, o crime ocorreu ao longo de meses, de forma a não levantar suspeitas. Um estilete teria sido utilizado para retirar ilustrações dos livros.
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Litografias coloridas de Jean-Baptiste Debret — Foto: Reprodução/SMC