51 ANOS DO GOLPE MILITAR NO CHILE: ‘PRISÃO NOS ANDES’ REFLETE OS HORRORES DA DITADURA

51 ANOS DO GOLPE MILITAR NO CHILE: ‘PRISÃO NOS ANDES’ REFLETE OS HORRORES DA DITADURA

Filme que estreia no dia 19 de setembro é uma coprodução entre Brasil e Chile

O cinema desempenha um papel fundamental na maneira como conhecemos e entendemos a História. Por meio dos filmes, podemos revisitar eventos passados, explorar diferentes perspectivas e nos conectar emocionalmente com experiências que moldaram o mundo em que vivemos.

O Golpe Militar no Chile, ocorrido há 51 anos, em 11 de setembro de 1973, é o pano de fundo para o enredo de PRISÃO NOS ANDES, filme que chega aos cinemas brasileiros em 19 de setembro.

O Golpe foi marcado por um ataque brutal ao Palácio de La Moneda, em Santiago, onde militares bombardearam e invadiram a sede do Poder Executivo. O governo democraticamente eleito de Salvador Allende foi derrubado, dando início a 17 anos de um violento regime militar liderado por Augusto Pinochet. Durante esse período, o Chile viveu sob um regime de repressão extrema, com a suspensão de direitos civis, a perseguição de opositores políticos e a prática de tortura, desaparecimentos forçados e execuções sumárias.

A ditadura de Pinochet também implementou mudanças econômicas no Chile, adotando políticas neoliberais que privatizaram empresas estatais e reduziram o papel do Estado na economia. Essas reformas aumentaram as desigualdades sociais e deixaram uma herança controversa que ainda divide a sociedade chilena.

Em 1990, o Chile retornou à democracia, mas as feridas deixadas pelo golpe e pela ditadura ainda são sentidas até hoje. O golpe de 1973 permanece como um lembrete sombrio dos perigos da erosão da democracia e da importância de se proteger as liberdades civis e os direitos humanos.

Dirigido por Felipe Carmona em seu primeiro longa-metragem, PRISÃO NOS ANDES explora as consequências desse evento trágico e transformador da história chilena. O filme não se limita a revisitar o passado doloroso, mas também questiona o presente, explorando como o legado da ditadura ainda influencia a sociedade chilena.

O filme aborda a polêmica em torno de prisões como Punta Peuco, construída para abrigar ex-militares condenados por crimes de tortura. Esses presídios mais parecem hotéis de luxo com piscina, jardins e aviários, e os presos são vigiados por guardas que mais parecem empregados. Em 2013, uma entrevista com Manuel Contreras, ex-chefe do serviço de inteligência de Pinochet, transmitida sem edições, causou revolta no Chile, e fez com que as pessoas se manifestassem contra as condições privilegiadas dos prisioneiros.

Agora imagine só como os ditadores se sentiram no momento que descobriram que poderiam ser transferidos para pagar pelos seus crimes numa prisão comum? O estado de delírio e violência deles é o ponto de partida para que Carmona conte a história que em breve veremos nos cinemas.

PRISÃO NOS ANDES foi exibido em diversos festivais, incluindo o Festival de Londres, a Mostra de São Paulo, Festival de Cinema Latino de Chicago, Festival de Marrakesh, Festival de Guadalajara e o Festival de Huelva, onde ganhou o prêmio de Melhor Elenco. Além disso, o filme recebeu o Fipresci Award no Festival de Kerala, Menção Honrosa e Melhor Roteiro no Festival Cinema de Fronteira, e Felipe Carmona foi premiado como Melhor Diretor no Festival de Punta del Este. O filme é uma produção da Multiverso Produções, em parceria com Cinestación.

FICHA TÉCNICA
Direção: Felipe Carmona
Roteiro: Felipe Carmona
Elenco: Andrew Bargsted, Hugo Medina, Bastián Bodenhöfer, Mauricio Pešutić, Alejandro Trejo, Óscar Hernández, Daniel Alcaíno
Produção: Daniel Pech, Omar Zúñiga, Dominga Sotomayor
Direção de Fotografia: Mauro Veloso
Direção de Arte: Francisca Correa
Montagem: Olivia Brenga
Som: Carlos Arias
Desenho de Som: Daniel Turini
Trilha Sonora: Mariá Portugal
Produtoras: Multiverso Produções, Cinestación
Duração: 105 min
RETRATO FILMES é uma distribuidora audiovisual fundada por Daniel Pech, focada em longas independentes com perfil autoral, com o objetivo de ampliar a distribuição de obras brasileiras e coproduções latinas. Daniel Pech se lança na distribuição após atuar por anos como produtor à frente da Multiverso Produções em obras selecionadas para festivais como Berlim, Londres, Locarno, San Sebastián, Rotterdam, dentre outros, e licenciadas para diversos canais e plataformas como Netflix, Mubi, Globoplay e HBO. A distribuidora conta ainda com Carmen Galera, que já passou por empresas como Bonfilm e Pagu Pictures, como Gerente de Lançamentos. Com um início sólido, com lançamentos fortes e de gêneros diversos programados para os próximos meses, a empresa vem também estabelecendo parcerias e montando sua carteira de lançamentos para 2025.

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