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Um quarto da população do Brasil vive com menos de R$ 387 por mês

Brasileiros estão cada vez mais pobres e a crise econômica que se abateu sobre o país, desde o início da Lava Jato só acentuou as desigualdades sociais, colocando milhares de brasileiros abaixo da linha da pobreza, em especial pela falência de grandes construtoras e as dificuldades financeiras da Petrobrás.

Em 2016, 52,1 milhões de brasileiros, ou seja, um quarto da população, vivia em situação de pobreza. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais 2017, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É considerado pobre quem ganha menos do que US$ 5,5 por dia. Esse valor equivale a uma renda domiciliar per capita de R$ 387 por mês, ao considerar a conversão pela paridade de poder de compra.

A pobreza atinge principalmente as crianças e adolescentes, nas idades de 0 a 14 anos (42%), homens e mulheres pretos/pardos (67%), famílias formadas por mulheres sem companheiros e com filhos de até 14 anos (55% do total desse tipo de família), e mulheres pretas/pardas também sem companheiro e com filhos de qualquer idade (64%).

Segundo a SIS 2017, do total da população, 64,9% tinham restrição de acesso a pelo menos um dos direitos analisados pelo levantamento – à educação, à proteção social, à moradia adequada, aos serviços de saneamento básico e à internet. As mulheres pretas ou pardas sem cônjuge com filhos de até 14 anos se mostraram o grupo mais vulnerável, representando 81,3% das pessoas com restrição de ao menos um direito analisado (pobreza multidimensional).

Pobreza Extrema 

Cerca de 13,4 milhões de pessoas vivem na pobreza extrema no Brasil. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), obtidos na pesquisa Síntese dos Indicados Sociais, realizada no ano passado. Cerca de 6,5% da população vivia com até US$ 1,90 por dia o país. A nota de corte considera a classificação de pobreza extrema definida pelo Banco Mundial. Quando convertido para o câmbio da época, o rendimento dessas pessoas fica em R$ 133,70 por mês. Por outro lado, um quarto da população brasileira vive no nível menos agudo de pobreza, com renda de até US$ 5,50 por dia, ou R$ 387 mensais. De acordo com a Folha, não existe uma classificação oficial no Brasil do que se considera pobreza extrema.O IBGE mensurou o percentual de população nessas condições conforme definições diversas.

Além daquela do Banco Mundial, outro conceito analisado foi o das pessoas aptas a serem beneficiárias do programa Bolsa Família. Segundo o IBGE, 17,5 milhões de pessoas são elegíveis para o programa. Do total da população brasileira, 4,2% (8,6 milhões) vivem com renda de até R$ 85 por mês, a primeira elegível para obter benefícios do programa. Na segunda faixa, de R$ 85 a R$ 170, o contingente chega a 4,3% da população (8,9 milhões). O terceiro conceito analisado foi o de pessoas que recebem até um quarto do salário mínimo por mês, R$ 220, o que representa 12,15% da população (25 milhões de pessoas). O contingente salta para 36 milhões (17,8% da população) quando avaliada a faixa que recebe de um quarto do salário até meio salário mínimo. Nos dados por estado, 15 das 27 unidades federativas estão acima da média nacional para pobreza extrema. Todos estão no Norte e no Nordeste. Maranhão (52,4%), Amazonas (49,2%), Acre (46,6%), Pará (45,6%) e Ceará (44,5%) estão entre os estados com mais pessoas vivendo na pobreza. Santa Catarina é o estado onde o dado é menor, 9,4%. 

POR: Rita Moraes
Publicado em 19/06/2018