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Repórter de Ana Maria Braga se declara Lésbica e vítima de assédio no trabalho

Repórter da TV Globo há pelo menos 15 anos, Nadia Bochi usou sua página na rede social Linkedin, na noite desta quarta-feira (06/06), para falar sobre sua orientação sexual, machismo e assédio no trabalho.

No longo relato, que também foi publicado em sua página no Facebook, a repórter dos quadros Tem Visita e Na Estrada, do Mais Você, contou que se descobriu lésbica em uma época difícil:

“Me reconheci lésbica numa época em que ser homossexual não tinha nenhum glamour. Não existia beijo gay nas novelas, pelo contrário as lésbicas explodiam junto com os prédios. Aliás, até no cinema era difícil demais encontrar algum tipo de casal que me representasse. Tive que inventar o imaginário que não existia fora da ficção, bem lá na realidade crua onde a palavra homossexualismo ainda era nome de doença, segundo a Organização Mundial de Saúde”, começou Nadia.

“Parece distante, mas isso tudo foi ontem, nos anos 90. Década em que comecei a trabalhar como jornalista em um dos canais de TV a cabo mais importantes do mundo (a HBO) e tive o a oportunidade de descobrir que era possível ser gay e viver fora do armário”, continuou.

Ao lerem o relato de Nadia, colegas de emissora e de profissão, e também internautas, elogiaram a coragem da jornalista:

Chefe e produção de telejornais na TV Globo, Nélio Horta comentou: “Orgulhoso. Somos muitos, porém nossa coragem pode ajudar os mais jovens a se sentirem acolhidos na empresa. Muito importante seu depoimento”, escreveu. O jornalista Marcelo Bonfá também se manifestou: “Parabéns pela coragem”, comentou. “Texto sensacional e inspirador!”, disse uma internauta.

No texto, a jornalista de Ana Maria Braga contou que foi vítima de homofobia, de machismo, e revelou que já foi assediada por um de seus chefes:

“Algumas vezes tive que colocar a prova minhas convicções. Enfrentei situações de assédio, como a maioria das brasileiras. E acreditem, quando isso acontece com uma mulher lésbica a violência é muito cruel porque além do ato ser machista é homofóbico”, disse.

“Lembro da vez triste em que fui assediada por um chefe que insistia em, além de me beijar, questionar minha escolha de amar mulheres. Não permiti que o beijo acontecesse. Principalmente não deixei que aquele ato de violência colocasse em dúvida quem eu era. E mais uma vez, sei e reafirmo que tive muita sorte”, disse.

Fonte: Uol 

POR: Rita Moraes
Publicado em 07/06/2018