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Reinaldo Lorenço lança desfile com roupas feitas por imigrantes ex-escravos

Um grupo de refugiados e recém libertos do trabalho escravo — cidadãos de outros Países da América Latina e da África — foram selecionados para um estágio de qualificação profissional na fábrica do famoso estilista brasileiro  Reinaldo Lourenço, um dos mais respeitados e talentosos nomes da moda brasileira e ícone da São Paulo Fashion Week.

A ação faz parte do projeto “Trabalho Escravo, Nunca Mais”, do Ministério Público do Trabalho de São Paulo. Os imigrantes participaram do passo a passo da criação de uma coleção, desde a ideia da roupa à escolha de tecidos, da costura à finalização dos looks. Além de Reinaldo Lorenço,  participaram o conceituado personal stylist Yan Acioli, responsável pelo visual de Juliana Paes e GKay, entre outras famosas.

O desfile com as peças resultantes da ação conjunta será exibido nesta segunda-feira, dia 8 de março, às 19h, no @ellebrasil, perfil da edição brasileira da revista ‘Elle’ no Instagram. “A adesão de formadores de opinião ajuda a disseminar de maneira lúcida a mensagem de que o trabalho escravo precisa ser erradicado e o ser humano não pode ser tratado como produto inanimado”, afirma o procurador Gustavo Accioly. “O trabalho gera inclusão social. Por meio de um trabalho decente, você tem acesso à alimentação, saúde, educação e conquista integração social. Todas as pessoas merecem viver com dignidade. Nossa missão é conscientizar a sociedade a respeito desse direito e também do crime de trabalho escravo previsto no Código Penal.”

O projeto é uma das ações deum acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a mão de obra forçada gera a cada ano 150 bilhões de dólares, o equivalente a R$ 850 bilhões. O projeto ‘Trabalho Escravo Nunca Mais #SomosLives’ combate essa mazela social. Ações efetivas do procurador do Ministério Público do Trabalho Gustavo Accioly atraíram o apoio de artistas e formadores de opinião.

os atores Wagner Moura e Elisa Lucinda gravaram vídeos em apoio à campanha contra o trabalho escravo. “Desde 1995, mais de 55 mil pessoas foram resgatadas da situação análoga à escravidão no Brasil”, informa o ator, que é também embaixador da Boa Vontade da OIT. Em seu depoimento, Lucinda ressalta que a maioria dos escravizados no País são negros e negras. “Ainda usam o mesmo método (da época da escravidão): tráfico humano, cativeiro, condições indignas de sobrevivência e de exercício do labor.”

Serviço 

Denúncias contra o tráfico de pessoas e o trabalho análogo à escravidão podem ser feitas pelos telefones 100 e 180 ou pelo app MPT Pardal. Nas redes sociais, use as hashtags #trabalhoescravonuncamais e #todoscontraotraficodepessoas.

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POR: Rita Moraes
Publicado em 09/03/2021