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Porque o cidadão é torturado? Artigo do jornalista Alex Ferraz

A superlotação do Estado brasileiro é notória. Centenas de milhares de funcionários entopem prefeituras, governos estaduais e, claro, Brasília e suas ramificações. Diante disso é espantoso constatar a via crucis à qual são submetidos os resignados cidadãos comuns quando necessitam de qualquer serviço público.

Uma bizarra solicitação de poda de árvore ou troca de uma lâmpada pública, assim como um recadastramento eleitoral ou, inferno dos infernos, uma consulta na rede pública de saúde podem significar uma tortura inominável.

Vemos diariamente nos noticiários pungentes queixas de cidadãos que protestam contra problemas obviamente de fácil solução, mas que trazem grandes incômodos, quando não resultados mais graves.

Como pode o simples conserto de uma escadaria demandar ANOS de espera, posto que, conforme o responsável público, é uma decisão que necessita  (sic) de “estudos”? Como entender que estradas e pontes sigam danificadas há anos, a despeito da notória urgência dos serviços? Por que a enorme – e dispensável – burocraci para tapar um simples buraco ou podar uma árvore?

Ainda na esfera do chamado poder público em geral, convém lembrar a postura no mais das vezes carrancuda, não raro agressiva, de grande parte dos funcionários que atendem diretamente o cidadão. Quando não partem para piadinhas e deboche.

É preciso que esses funcionários entendam que somos nós, a população comum, que paga os seus salários mediante uma brutal carga de impostos.

Aliás, vou além: é necessário que todos da esfera pública – do presidente ao vereador, do ministro ao governador, do prefeito aos secretários – entendam de uma vez por todas que ali estão para trabalhar para o PÚBLICO. São nossos funcionários porque de nós recebem pagamento e mordomias. Mas, convenhamos, este é um conceito dificílimo de ser entendido na esfera pública brasileira, onde a idéia de cargo público resume-se exclusivamente em ser “autoridade” e assim mandar e desmandar sobre a sociedade, sempre com base no que é “prioridade” para eles e ignorando ações demandadas pelo real  sentimento do cidadão no seu dia-a-dia.

POR: Rita Moraes
Publicado em 26/03/2018