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Na guerra EUA versus China, a Huawei está levando a melhor e segue líder de mercado

Na guerra tecnológica EUA X China, o país oriental leva a melhor. Pelo segundo trimestre deste ano, a Huawei foi a empresa que mais vendeu smartphones em todo o mundo.  A chinesa é a primeira empresa a quebrar o duopólio entre Apple e Samsung no mundo e está no topo da lista de fornecedores globais de ‘smartphones’, segundo relatório da empresa de análise global de negócios, Canalys. O feito, apesar de estar diretamente relacionado à queda do concorrente sul-coreano, deve-se à forte recuperação do mercado chinês, cujo governo conseguiu controlar a epidemia do Covid-19.

Mesmo com a crise causada pela pandemia, os chineses seguem mantendo a liderança no mercado doméstico, embora analistas consideram difícil o grupo chinês de telecomunicações manter a posição. Segundo o analista de mercados da Canalys é difícil o grupo chinês de telecomunicações seguir com essa posição, pois a Huawei registou uma queda homóloga de 5% nas vendas, para 55,8 milhões de dispositivos, ante a crise do Coronavírus. Entretanto, o desempenho da sua rival direta, a Samsung, foi ainda pior: o conglomerado sul-coreano vendeu 53,7 milhões de dispositivos, ou seja, 30% a menos do que no mesmo período de 2019.

Crise EUA X China

Em meio a prisão, em dezembro de 2019 de sua filha, Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, a pedido do governo americano,  o fundador da Huawei, Ren Zhengfei e pai de Meng, disse que “não há a menor possibilidade de os Estados Unidos destruírem” a gigante de tecnologia chinesa. A declaração foi dada em entrevista exclusiva à BBC News, em fevereiro de 2020. Wanzou foi solta posteriormente, mas continua sob vigilância no Canadá enquanto tramita um processo de extradição para os EUA.

O caso gerou uma crise diplomática envolvendo China, Estados Unidos e Canadá. Na entrevista à BBC News, Ren Zhengfei afirmou que a prisão de sua filha tem motivações políticas. Os EUA acusam a Huawei e Meng Wanzhou de lavagem de dinheiro, fraude bancária e roubo de segredos tecnológicos. A Huawei nega ter cometido irregularidades.

Segundo Ren Zhengfei, sua empresa de tecnologia chinesa é “mais avançada” e, por isso, não tem como ser seriamente afetada ainda que os EUA convençam “mais países” a não comprarem produtos da companhia. “Sempre podemos reduzir um pouco nossa operação”, disse.

Ele reconhece, porém, que a potencial perda de clientela pode ter um impacto significativo.

‘Se as luzes do Ocidente se apagarem… Outras se acenderão’

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, alertou países aliados de que seria “mais difícil manter a parceria” se essas nações usarem tecnologia da Huawei. Além dos EUA, Austrália e Nova Zelândia proibiram ou impediram que a Huawei fornecesse equipamento nos seus territórios para o futuro uso de tecnologia 5G. O Canadá, por sua vez, está analisando se os produtos da empresa chinesa representam uma “ameaça à segurança” nacional.

Já no Reino Unido, grandes companhias telefônicas, como Vodafone, EE e Three, trabalham em conjunto com a Huawei para desenvolver suas redes 5G. Elas aguardam uma avaliação do governo britânico, prevista para ser concluída em março ou abril, que decidirá se poderão continuar comprando tecnologia da empresa chinesa.

“Se as luzes se apagarem no Ocidente, as do Oriente se acenderão. Se as do Norte se apagarem, ainda há as do Sul. Os Estados Unidos não representam o mundo. Os Estados Unidos representam uma parcela do mundo”, afirmou Ren Zhengfei.

Perguntado sobre a possibilidade de a Huawei ser banida do Reino Unido, Ren disse: “Ainda confiamos no Reino Unido e esperamos que o Reino Unido confie em nós. Vamos investir ainda mais no Reino Unido. Se os Estados Unidos não confiam em nós, vamos deslocar os investimentos para o Reino Unido numa escala ainda maior.”

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POR: Rita Moraes
Publicado em 04/08/2020