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Isso é que é um protesto! Artigo do jornalista Alex Ferraz.

É a maior democracia do planeta? Bem, digamos que sim. É um gigantesco país onde a maior economia do mundo traz bons resultados para a maioria dos seus cidadãos? Sim. Porém, é também um império implacável contra muitos regimes políticos que ousam desafiar o seu estilo de vida. Não titubeiam em invadir nações, massacrar povos e até enforcar governantes inimigos nas suas praças publicas. Vide o caso Saddam Hussein.

Mas, produto esquizofrênico de suas bases democráticas, embora tenham uma população que em 90% dos casos olha sempre para o seu próprio umbigo, acabam dando ao mundo, sempre, exemplos de como reagir maciça e convincentemente quando a situação que se apresenta oprime de alguma forma a cidadania.

Falo, ou escrevo, sobre os Estados Unidos. Recém saído de uma presidência invejável, a do Obama, e agora mergulhado numa situação que se aproxima das trevas, o país, melhor dizendo, sua população jovem e esclarecida, mesmo assim deu mais um exemplo ao mundo de como fazer um protesto de verdade, sem piquetes, sem coação de qualquer tipo para “obrigar” as pessoas a comparecerem.

Refiro-me às multidões – no sentido amplo do termo – que foram  às ruas das principais cidades americanas para exigir maior controle sobre a venda de armas, saturadas que estão de sofrer inúmeros massacres em escolas, shows, boates etc., num país onde, hipocritamente, um adolescente não pode comprar uma cerveja, mas pode adquirir pistolas e rifles.

Quem quer que tenha visto, nos últimos dias, as emocionantes imagens das gigantescas multidões na capital Washington e em dezenas de outras cidades americanas, com certeza se emocionou.
E, mais do que isso, quando brasileiros, sentiu uma pontada de inveja.

POR: Rita Moraes
Publicado em 28/03/2018