ConexãoIn


Formato Drive-in para filmes e shows é solução para área cultural na pandemia

Com a pandemia do Coronavírus aglomeração são proibidas em todas as cidade do Brasil. Esta situação afetou em especial salas culturais de cinemas, casas de shows e circos. A solução das empresas de eventos culturais, em especial de cinemas, foi apelar para a volta do drive-in e o formato tem dado certo.

O primeiro a acontecer foi organizado pelo Cine Petra Belas Artes em parceria com o Memorial da América Latina, em São Paulo. O cinema ao ar livre exibiu em sua estreia, clássicos do cinema em um telão de 15 metros de largura por 9 de altura o inédito, com capacidade para 100 carros. Tudo pensado para oferecer ao público nos carros a sensação de estarem em uma sala de cinema. Antes do filme, são apresentados os trailers e depois as luzes vão baixando devagar até a quase escuridão.

Depois do Cine Petra Belas Artes, foi a vez dos show musicais. A banda Jota Quest se tornou um dos primeiros artistas a voltar aos palcos, durante a pandemia. O show aconteceu no sábado,27, em São Paulo, no Allianz Parque. Seguindo medidas de segurança, a apresentação aconteceu no formato “drive-in”, ou seja, as pessoas foram de carro e ficaram dentro de seus veículos durante todo o show. Os aplausos foram trocados por “buzinaços” ao fim de cada música tocada.

No total, foram ao show 280 veículos, sendo 130 em uma área vip. “Um dia pra não se esquecer!! Em tempos difíceis, vamos nos reinventando, acreditando e construindo!!! Com a certeza de que Dias Melhores virão!!”, escreveu a banda em seu perfil no Instagram. 

Depois de São Paulo, Florianópolis vai realizar, dia 18 de julho, o Drive Park, localizado no Music Park, em Jurerê Internacional.  O primeiro show no drive-in será com os baianos da Banda Eva, comandada por Felipe Pezzoni. O espaço tem capacidade para 280 carros e a venda de ingressos está sendo feita através do site Blueticket. A produção é assinada pelo  grupo catarinense All, responsável pela realização do Folianópolis, uma das três maiores micaretas do Brasil, ao lado do Fortal e do Carnatal. A escolha da Eva não foi por acaso. A banda tem uma legião de fãs no estado e sempre que se apresenta por lá atrai grandes plateias.

Drive-ins

Na década de 50, auge do cinema “de dentro do carro”, os Estados Unidos contavam com 3000 espaços. Hoje, 25 dos cerca de 300 drive-ins estavam abertos no último fim de semana, segundo a Associação de Proprietários de Cinemas Drive-in. Inicialmente, a ideia de cinemas ao ar livre surgiu na cidade de Las Cruces, no México, por volta de 1915. Porém, ganhou maior projeção quando passou a ser drive-in (em estacionamentos), em 1932, nos Estados Unidos. Seu criador foi Richard M. Hollingshead Jr.: ao presenciar as queixas de sua mãe que estava acima do peso, em relação às cadeiras dos cinemas tradicionais, resolveu inovar para agradá-la. Ele pendurou uma tela entre duas árvores, estacionou o carro de frente para ela e instalou um projetor em cima do veículo. Assim, surgia oficialmente o cinema drive-in.

Esse novo estilo de ver filme teve o seu auge nos anos 50 e 60, principalmente. Nos EUA, nesse período, contou com mais de 4 mil espaços funcionando como drive-in. Foi um marco na história americana, como mostra em diversos filmes, por exemplo, Twister. O primeiro local da experiência contava com 400 vagas. Posteriormente, devido ao grande sucesso, foram ampliando essa quantidade: um dos maiores que existiu em Nova York podia abrigar 2.500 veículos.

Além de exibir filmes, os donos dos drive-ins estão se preparando para utilizar o espaço para cultos, formaturas, shows ao vivo e reuniões de igreja. Josh Frank, proprietário do Blue Starlite, um drive-in urbano no Texas, espera que os negócios prosperem no verão e que tenha um “grande pico” nas vendas de ingressos nos próximos dois a três meses. “As experiências de cinema ao ar livre serão procuradas por, pelo menos, nos próximos um ou dois anos. Mesmo quando as coisas começarem a reabrir, será a maneira mais segura e confortável de assistir, disse Frank ao jornal The Guardian.

História dos Cinemas Drive-in no Brasil

No Brasil, os drive-ins chegaram apenas no fim dos anos 60. Em 1973, foi instalado, em Brasília, o Cine Drive-in, que funciona até hoje. Teve que suspender suas atividades devido à pandemia do novo coronavírus, mas já retomou suas atividades no dia 28/04. Na época, outras cidades também receberam a novidade, algumas delas foram: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Campo Grande e Porto Alegre.

 Esses cinemas tiveram sua decadência quando os custos dos grandes terrenos passaram a custar muito e caro e, devido ao surgimento do VHS (Video Home System), e então, agora, as pessoas passaram a preferir assistir aos filmes de casa. Apesar disso, alguns projetos conseguiram se manter de pé e, atualmente, nos Estados Unidos, há aproximadamente 400 em funcionamento. No Brasil, só restou o de Brasília, o primeiro do país.

Em 2019, na estreia do filme Star Wars: A Ascensão de Skywalker, o Cine Drive-in fez sua exibição e, ainda, a produção contou com instalação de food truck, show de cosplaysquiz infantil e adulto e ainda um show de sabres de luz. O evento contou com cerca de 300 pessoas, o que mostra que ainda é possível inovar com sucesso algo feito à moda antiga.

Outros que surgiram no Brasil e continuam em funcionamento são o Cine Autorama, que é itinerante e já funcionou em 70 cidades, incluindo o interior, de 10 estados brasileiros. A maioria de suas sessões são gratuitas. Apesar de haver a expectativa de voltar às atividades em julho, ainda não há uma previsão correta sobre isso. O CineCar, em Interlagos, que, além de filmes, também transmite partidas de futebol aguarda a liberação dos órgãos governamentais para voltar a funcionar.

#conexaoin99

#conectadocomanoticia 

POR: Rita Moraes
Publicado em 07/07/2020