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COVID-19 vitima jovem pesquisador

A vida de Nilton Barreto dos Santos, biomédico, que se destacava em sua profissão pelo gosto pelas pesquisas foi interrompida abruptamente pela Cobid-19. Ele deu o último suspiro dia 4 de maio, consternando familiares , colegas de trabalho e deixando uma lacuna nos estudos das sequelas dessa doença, que já matou mais 450 mil brasileiros. 

Nilton, que coincidentemente, investigava o impacto do novo coronavírus no sistema nervoso central teve parte dos tecidos do pulmão, do coração e do cérebro coletados após a morte para que a pesquisa desenvolvida por ele e seus colegas continue avançando.

A família dele autorizou a autópsia, justamente para ajudar a decifrar os mistérios de um vírus que já matou milhões em todo mundo e deixa sequelas ainda não totalmente entendidas pela ciência.

“Autorizamos a coleta do material tecidual dos pulmões, do coração e cérebro do Nilton para entender melhor essa doença. Por exemplo, por que ela está acometendo jovens sem comorbidades como ele, e evitar que outras famílias passem pelo sofrimento que estamos passando”, disse à BBC Brasil a engenheira Sâmia Maracaípe, viúva de Nilton. “Quero poder continuar o legado dele de alguma forma”, acrescenta.

Um legado de amor à pesquisa e à ciência

Nilton Barreto nasceu Em Abaetetuba, interior do Pará e mudou-se para os subúrbios da capital, Belém, onde conheceria a futura mulher Sâmia – os dois eram vizinhos e estudavam na mesma escola. Iniciaram o namoro no Ensino Médio e estavam juntos havia 16 anos.

Na capital paraense, Nilton cursou graduação e mestrado em neurociência e biologia celular pela Universidade Federal do Pará. Em 2012, mudou-se para São Paulo, onde ingressou no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

Foi aprovado no doutorado e em dois pós-doutorados. Ele investigava o processo de inflamação do cérebro, principalmente gerado pelo estresse, e como isso modifica o funcionamento das células, contribuindo para o desenvolvimento de doenças como a depressão.

Bolsa no exterior

O esforço com o qual se dedicava à essa pesquisa foi recompensado no ano passado: Nilton foi aprovado em um intercâmbio no hospital Mount Sinai, um dos mais prestigiados dos Estados Unidos.

Mas, infelizmente a pandemia da covid-19 mudou seus planos e a viagem, que aconteceria em janeiro de 2020, remarcada para janeiro do ano que vem, foi para outra esfera. 

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POR: Rita Moraes
Publicado em 27/05/2021