A Coreia do Sul é o líder no que se refere as horas trabalhadas, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE. Esse fato fez com que a Assembleia Nacional da Coreia do Sul aprovasse uma lei que reduz a carga de trabalho de sua população: o limite máximo de horas trabalhadas por semana passará de 68 para 52. O governo sulcoreano acredita que esta redução significará mais qualidade de vida, crescimento na taxa de natalidade e ganhos de produtividade. 

O estudo da OCDE não incluiu o Brasil, mas segundo o escritório de St. Louis do Federal Reserve, o banco central americano, em 2014, a média anual de horas trabalhadas pelos brasileiros foi de 1.771 horas. Esse dado colocaria o Brasil em 16º na lista da OCDE, logo atrás dos Estados Unidos e à frente de países como Japão, Reino Unido e Alemanha, quarta economia do mundo e último da lista.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que trabalhadores de países com renda baixa e média tendem a trabalhar por mais tempo do que em países mais ricos. Isso graças a uma série de fatores, como uma maior proporção de trabalhadores autônomos, instabilidades no trabalho e questões culturais.

A Ásia é o continente em que mais pessoas fazem as jornadas mais longas de trabalho. A maioria dos países (32%) não tem um limite nacional para o volume de horas trabalhadas por semana; outros 29% dos países têm valores considerados altos (60 horas semanais ou mais). E somente 4% dos países seguem a recomendação da OIT de limitar o valor em 48 horas semanais ou menos.

Nas Américas e no Caribe, 34% das nações não têm um limite legal – entre elas, está os Estados Unidos. No Brasil, a Constituição determina o limite de 44 horas semanais. Mas é no Oriente Médio que os limites legais têm a maior abertura para longas horas: oito entre dez países permitem que elas passem de 60 horas semanais. Na Europa, por outro lado, todos os países têm limites estabelecidos. Apenas na Bélgica e Turquia esse valor passa de 48 horas.

A África é a região do mundo em que o maior número de países tem mais de um terço de sua força de trabalho atuando mais de 48 horas semanais. Essa é a situação de 60% dos trabalhadores na Tanzânia, por exemplo.

Os mexicanos, além de terem a maior soma de horas trabalhadas, também têm um tamanho tímido de férias remuneradas: um mínimo de 10 dias, como na Nigéria, Japão em China. Um valor bem distante do Brasil, que tem um mínimo de 20 a 23 dias úteis. Na Índia, não há limites legais para o volume de horas trabalhadas e nem um mínimo de férias remuneradas.