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“Babenco Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou”, de Bárbara Paz, estreia nos cinemas

Representante do Brasil no Oscar de 2021, o filme “Babenco algúem tem que ouvir o coração e dizer: parou”, estreia nos cinemas de 9 capitais brasileiras. Dirigido pela atriz e estreante diretora, Bárbara Paz, ex-mulher do cineasta, o documentário retrata a momentos na vida de Hector Babenco, acometido por uma leucemia, que acabou por ceifar sua vida em 2016, aos 70 anos. 

A película aborda a vida pessoal do cineasta, uma imersão que desnuda suas angústias e aceitação e protagonismo de Hector ante sua morte. Ao realizar o filme, Barbara atende um pedido do próprio Hector.  “Eu ja vivi minha morte, agora só falta fazer um filme sobre ela” – disse o cineasta Hector Babenco a Barbara Paz, ao perceber que não lhe restava muito tempo de vida. 

Nesta imersão amorosa na vida do cineasta, ele se desnuda, consciente, em situações intimas e dolorosas. Revela medos e ansiedades, mas também memorias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e fragilidade fisica que marcou sua vida.

Do primeiro câncer, aos 38 ate a morte, aos 70 anos, Babenco fez do cinema remédio e alimento para continuar vivendo. BABENCO – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou e o primeiro filme de Barbara Paz mas, também, de certa forma, a ultima obra de Hector – um filme sobre filmar para não morrer jamais.

Prêmios

Vencedor do prêmio de Melhor Documentário no Festival de Veneza

Bisato D”Oro 2019

Prêmio da crítica Independente no Festival de Veneza

Biografia de Hector Babenco

Babenco nasceu na Argentina em 1946 e se mudou para o Brasil aos 19 anos. Naturalizou-se em 1977. Fez aqui uma carreira com filmes de peso. Antes de fazer seu primeiro longa, assinou a produção e codireção do documentário “O fabuloso Fittipaldi” (1973), em parceria com Roberto Farias.

Seu primeiro trabalho de ficção como cineasta foi “O rei da noite” (1975). Estrelado por Paulo José e Marilia Pêra, o filme mostra a história de Tertuliano, narrada por ele mesmo, desde sua infância até a velhice.

Nascido em uma família paulistana tradicional, mas já arruinada, Tertuliano tem de conviver com a doença mental do pai, o ocaso familiar e uma série de casos amorosos.

Depois, veio um clássico do cinema nacional, como “Lúcio Flávio, o passageiro da agonia” (1977), em que Reinaldo Faria interpreta o bandido que ganhou notoriedade nos anos 1970 pelos roubos e fugas espetaculares. 

Indicação ao Oscar
Um dos principais trabalhos de Babenco é “O beijo da Mulher-Aranha” (1985), pelo qual foi indicado ao Oscar de melhor diretor. O longa rendeu a estatueta de melhor ator para William Hurt e concorreu também nas categorias de roteiro adaptado e de melhor filme. Sônia Braga e Raul Julia (“Família Adams”) também estavam no elenco.

Baseada no livro homônimo de Manuel Puig, a história se passa num presídio de um país latino-americano, em que um militante de esquerda e um homossexual dividem uma cela.

Outra obra marcante de Babenco foi seu trabalho seguinte, “Pixote: A lei do mais fraco” (1982), que conta a história de um garoto que faz parte de um grupo de crianças de rua. Após sofrer muito em um reformatório, ele faz aliança com uma prostituta, interpretada por Marília Pera.

Na vida real, “Pixote” terminou em tragédia. O ator Fernando Ramos da Silva, que interpretou o protagonista do filme, acabou não seguindo carreira. Sete anos após o lançamento do filme, foi assassinado por policiais em São Paulo.

Confira os cinemas

Barueri: Cinépolis Iguatemi Alphaville
Belo Horizonte: Cineart Ponteio • Cinemark Patio Savassi
Brasília: Espaço Itaú Brasília • Kinoplex Park Shopping
Campinas: Cinépolis Galleria Shopping • MovieCom Unimart Campinas
Curitiba: Cine Passeio
João Pessoa: Cinépolis Manaíra Shopping
Jundiaí: Cinépolis Jundiaí Shopping
Limeira: Centerplex Limeira
Manaus: Cinépolis Millennium • Cinépolis Ponta Negra

POR: Rita Moraes
Publicado em 26/11/2020