A Bahia e o Brasil perderam dia 7 de setembro um dos mais importantes artista, pesquisador e colecionadores da arte Afrobrasileira
A Bahia e o Brasil perderam dia 7 de setembro um dos mais importantes artistas, pesquisadores e colecionadores da arte Afrobrasileira
Emanoel Araujo, baiano de Santo Amaro da Purificação, faleceu aos 81 anos, em sua residência em São Paulo, deixando como rastro uma vasta obra e coleção de arte afro-brasileira.
Sua vida foi marcada pelo amor à arte, a qual se dedicou tanto como escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravurista, cenógrafo, como também professor, chegando a lecionar artes gráficas e escultura no Arts College, na The Universiy of New York.
À frente do Museu Afro Brasil soube valorizar a história da arte afrodescendente dedicando sua vida à pesquisa da diáspora africana. Premiado internacionalmente, Emanoel deixa obras de coleção particulares espalhadas em museus nas cidades de Nova York e Los Angeles (EUA), Firenze (Itália), Kansai (Japão) e Sidney (Autrália).
Atualmente estava trabalhando para levar ao Museu Afro Brasil uma exposição temática sobre o Bicentenário do 7 de setembro, e a proclamação da Independência da Bahia, ocorrida em 2 de julho de 1823. As duas exposições vão acontecer em novembro.
Segundo a amiga próxima e jornalista Olivia Soares, Emanoel tinha estado em Salvador para tratar dos tramites legais no transporte do Carro da Cabloca e do Caboclo, e claro, assistir as comemorações do 2 de Julho. “Visitou a Câmara Municipal de Salvador, as Fundações Pedro Calmon e Gregório de Matos e o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia – IGBA. Tudo aconteceria durante as comemorações do bicentenário da independência divididos entre o Museu do Ipiranga (recém-inaugurado) e o Museu Afro”, completa.
Para homenagear o artista e amigo, o jornalista e escritor Claudio Leal, escreveu um texto, onde destaca: “com seu jeito estovado, Emanoel mudou o cenário das artes brasileiras, levando suas curadorias a iluminar a contribuição central dos negros na construção do Brasil., desde cedo descontente com as narrativas, que só os situavam na dor da escravidão”.
Sua morte passou quase em branco na Bahia, sem qualquer alusão à importância do baiano Emanuel Araújo para a cultura nacional, a não ser uma moção de pesar por parte da Deputada Estadual Fabiola Mansur, do PSB. Sua morte foi destaque na imprensa pela maioria dos jornais e sites do Brasil, que se referiram a Emanoel como um “gigante das artes plásticas afro-brasileiras”.
O velório aconteceu no pavilhão do Museu Afro Brasil, que vai receber oficialmente o nome de Araújo, curador da instituição desde sua fundação desde 2004. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia decretou luto oficial no Estado pela morte.
Sobre o Museu Afro Brasil
O Museu Afro Brasil é uma instituição pública administrado pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura.
Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso Parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 8 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje.
O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.
O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano.
Para saber mais sobre Emanoel Araujo, acesse esse link: https://youtu.be/nmKm33EeOGk