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O espetáculo “Pão e Circo”, sobre abandono paterno, encerra temporada neste domingo, dia 03/10

O que leva um atleta querido e campeão a decidir mudar o rumo de sua vida logo após uma partida histórica? Com direção de Isaac Bernat, o espetáculo “Pão e Circo”, que encerra temporada neste domingo (03/10), parte de um momento decisivo da carreira de um goleiro carioca para refletir sobre uma epidemia social silenciosa: o abandono paterno. Idealizada pelo ator e autor Pedro Monteiro, que assina a dramaturgia com Leonardo Bruno, a peça se inspira nos milhões de brasileiros que crescem sem o afeto do pai para criar, de maneira poética, uma história sobre paixão, sonhos, memória e a importância dos vínculos familiares. Ao adquirir o ingresso, o espectador tem acesso a uma gravação do espetáculo realizada em julho deste ano, com direção de vídeo de Cavi Borges, para assistir a qualquer dia e horário até o fim da temporada. O projeto tem patrocínio da CONTROL-LAB e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – Secretaria Municipal de Cultura através da Lei do ISS.

Mais de 5 milhões de brasileiros não têm o nome do pai na certidão de nascimento, e mais de 11 milhões de famílias são formadas por mães solo. O que esse abandono afetivo pode provocar na criança e no adolescente e que consequências deixa no adulto? “Neste espetáculo, quis trazer para o teatro um assunto relevante para a nossa sociedade: o papel do homem na criação dos filhos. E, para isso, optei por falar sobre a não criação. De que maneira essa lacuna influencia na vida do nosso personagem Edu? O pano de fundo da história é o futebol, uma paixão nacional, e um esporte que costuma criar vínculos fortes entre pais e filhos”, explica Pedro Monteiro, idealizador, coautor e protagonista do espetáculo.

Edu é um goleiro carioca, nascido e criado em Madureira, e titular do time Capela Futebol Clube. A história começa durante um jogo de decisão de campeonato e vai intercalar cenas da partida com outras que mostram a relação de um garoto e seu pai, um jogador de futebol. Um embate familiar vai mudar o rumo dos personagens. No elenco, estão Pedro Monteiro (Edu), Gabriela Estevão (narradora), Henrique Eduardo (jovem) e Osvaldo Mil (Júlio). “A trama mostra a importância dos vínculos familiares no nosso processo de amadurecimento. Muito do que a gente ouve aos 10, 11, 12 anos de um pai, mãe ou professor, fica guardado para sempre. Ao mesmo tempo, queremos mostrar o processo de cura de alguém que foi abandonado pelo pai. A personagem da Gabriela Estevão é, ao mesmo tempo, narradora, psicóloga e consciência, que vai levantar questionamentos e levar dados jornalísticos para a história”, explica o diretor Isaac Bernat.

 

Para Leonardo Bruno, coautor da peça, o espetáculo quer levar o espectador a pensar sobre o amor entre pais e filhos e a diferença entre os nossos sonhos genuínos e aqueles que herdamos da família. “Estamos em um momento de pandemia, com sentimentos como o luto, o medo, a tristeza a revolta, muito aflorados. E essa peça faz um retorno a um dos nossos sentimentos mais primitivos, que é o amor pela mãe e pelo pai. Temos a vontade de que a história faça o espectador abrir seu leque de afetos neste momento tão difícil”, observa. “A gente optou por não focar nos motivos que levam um pai a abandonar seu filho, mas no que isso vai provocar em quem foi abandonado. E de que maneira é possível superar as dificuldades e nos reconectar com nossos sonhos e com a criança que a gente foi um dia”, acrescenta.

 

“Pão e Circo” foi um espetáculo idealizado para os palcos e adaptado para o formato virtual devido à pandemia. A obra foi filmada em dois dias no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, em julho de 2021. “Essa experiência foi muito interessante porque tivemos um diretor de teatro e um de cinema, então a gente fez uma mistura de verdade dessas duas linguagens e pensamentos e não apenas um registro da peça. Filmamos plano a plano!”, comenta o cineasta Cavi Borges. Também fizeram parte da equipe criativa Doris Rollemberg (cenário), Bruna Falcão (figurino), Charles Kahn (direção musical), Andrea Jabor (preparadora corporal) e Aurélio de Simoni (iluminador).

 

 

Sobre Isaac Bernat

É ator, diretor e professor de teatro na Faculdade CAL. Doutor em Teatro pela UNIRIO, Isaac fez tese de doutorado sobre o griot africano e ator do grupo de Peter Brook, Sotigui Kouyaté, que deu origem ao livro “Encontros com o griot Sotigui Kouyaté”. Ficou três anos em cartaz como ator da peça “Incêndios”, estrelada por Marieta Severo, com direção de Aderbal Freire Filho. Entre as peças que dirigiu destacam-se: “Por Amor ao Mundo, um Encontro com Hanna Arendt”, “Deixa Clarear”, “Desalinho”, “Lili – Uma história de circo”; “Calango Deu – Os Causos de Dona Zaninha”; “Querida Helena Sergueievna”; “O Diário de Anne Frank” e “Sherazade”.  Fez inúmeros trabalhos como ator em cinema e televisão. Indicações a prêmios: Mambembe Infantil como ator (1986,1994 e 1997); APTR e Aplauso (2014) como ator coadjuvante por “Incêndios”; FITA (2014) de melhor direção por “Calango Deu”. Premiações: Coca-Cola (1995) de melhor ator por “As Aventuras de Pedro Malazartes”; Botequim Cultural (2014) de melhor ator e Aplauso (2014) de melhor elenco por “Incêndios”; Zilka Salaberry (2014) de melhor direção por “Lili – Uma história de circo”.

Sobre Cavi Borges

Cavi Borges é uma referência no cinema independente brasileiro. É diretor e produtor da CAVIDEO, locadora referência dos cinéfilos, que depois se tornou produtora e distribuidora. Já produziu 77 longas e 145 curtas ganhando 178 prêmios nacionais e internacionais. Seus filmes já foram exibidos nos Festivais de Cannes, Berlim e Rotterdam.

Sobre Pedro Monteiro

Dramaturgo, ator e diretor, Pedro Monteiro apresenta “Pão e Circo, o quinto espetáculo idealizado, coescrito e protagonizado por ele. Em 2016, estreou o espetáculo “Entregue seu Coração no Recuo da Bateria”, no Teatro Municipal Gonzaguinha (Praça Onze), em uma temporada de sucesso de público e crítica. Produziu e atuou no espetáculo “Um de Nós”, em 2015. Em 2012, realizou o musical “Funk Brasil – 40 anos de Baile”, que estreou no Teatro Miguel Falabella, levando pela primeira vez uma obra sobre o movimento funk para o teatro. Este projeto foi vencedor do edital de montagem cênica do governo do Estado do RJ 2011; do Prêmio Myriam Muniz da Funarte 2012; do edital do SESI 2014; do edital do Governo do Estado do Rio de Janeiro para iniciativas artísticas ligadas ao funk; e do pitching Favela Criativa em 2015. Em sua trajetória, totaliza mais de 100 apresentações. Antes, estreou a peça teatral “Os Ruivos”, no Espaço Cultural Sérgio Porto em 2008, que depois fez turnê nacional. Em parceria com a produtora Cavídeo, lançou em 2009 “Vida de Balconista”, primeiro longa-metragem que estreou na plataforma celular. Com direção de Pedro Monteiro e Cavi Borges e protagonizado por Mateus Solano, a obra ficcional participou do Festival do Rio em exibição especial no cinema Odeon pelo segmento “Novos Rumos”.

 

Sobre Leonardo Bruno

Leonardo Bruno é escritor e roteirista. Atuou durante 20 anos no mercado jornalístico carioca, como repórter, crítico e editor de Cultura. É autor de seis livros na área da cultura popular, entre eles “Canto de rainhas” e “Zeca Pagodinho – Deixa o samba me levar”. “Pão e circo” é sua primeira dramaturgia a ser encenada.

Sobre Osvaldo Mil

Osvaldo Mil se destaca por seus trabalhos em teatro, cinema e televisão. Alguns de seus trabalhos de destaque em teatro são “O Rei Leão”, “Os Cafajestes”, “Eu Te Amo Mesmo Assim”, “Dhrama, o Incrível Diálogo Entre Krishna e Arjuna”, “Se Eu Fosse Você, O Musical”, “Vamp, o Musical” “O Beijo No Asfalto” e “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. Nas telas pôde ser visto nas séries O Mecanismo”, “Preamar”, “Um Contra Todos 2”, “Os Homens São De Marte IV”, “Perrengue”, e “Amazônia” e nos filmes “Chico Xavier”, “Cinemas, Aspirinas e Urubus”, “Em Nome da Lei”, “A Máquina”, “Um Tio Quase Perfeito, “Tudo Por Um Pop Star”, “Divaldo” “DAS. Divisão Anti Sequestro”, “Macabro” e no inédito “Sala Escura”.

Sobre Gabriela Estevão

Gabriela Estevão é atriz, dubladora e dramaturga formada pela UNIRIO. Atuou recentemente nas séries “HOMENS?” de Fábio Porchat (Comedy Central) e “Me Chama de Bruna” (FOX PRIME-3a temporada), no longa-metragem “Sonho de Rui”, de Cavi Borges e Ulisses Mattos. Alguns trabalhos recentes no teatro incluem os espetáculos “Entregue Seu Coração no Recuo da Bateria” (2016-2017) e Um de Nós” (2015-2016), ambos dirigidos por Joana Lebreiro, “O Santo e a Porca”, dirigido por João Fonseca (2016), e “Silêncio” de Renata Mizrahi (2014-2018).

Sobre Henrique Eduardo

Henrique Eduardo Nascimento da Silveira Mendonça, ator juvenil de 15 anos, já mostrava seu dom de atuar aos 5 anos, quando criou uma história. Aos 9 anos, ingressou no curso de teatro da CAL fazendo cinco cursos com Alice Reis e três com Andrea Bacellar. Na pandemia, realizou quatro cursos on-line com Andrea Bacellar e três com a Laura Nilsen sobre interpretação para audiovisual. Realizou oito peças na CAL, vivendo os personagens Damião em “Maroquinhas Fru- Fru”, “O menino Maluquinho”, Pedro, o jardineiro, na peça “Dragão Verde”, Enrique Bulcone, o detetive, na peça “Quem matou o leão?”, O Benedito em “A Pena e a Lei”, Doutor Junqueira na peça “A Valsa”, Padre João e o apresentador em “O Auto da Compadecida”, Dubois Dupont e Almirante Sepulcro na peça “Mais que absurdo”. Além de atuar, Henrique toca violão, teclado e canta.

Ficha Técnica:

Idealização: Pedro Monteiro

Dramaturgia: Leonardo Bruno e Pedro Monteiro

Direção: Isaac Bernat

Direção musical: Charles Kahn

Direção do vídeo: Cavi Borges

Direção de movimento: Andrea Jabor

Elenco: Gabriela Estevão, Henrique Eduardo, Osvaldo Mil e Pedro Monteiro

Stand-in: Lucas Oradovschi

Cenógrafa: Doris Rollemberg

Cenógrafa assistente: Maria Clara Almeida

Figurinista: Bruna Falcão

Figurinista assistente: Raphael Elias

Iluminação: Aurélio de Simoni

Cenotécnico: Beto de Almeida

Contrarregra: PV Israel

Fotografia/câmera: Fabrício Mota

Câmera 2: André Morbach

Som direto: Toninho Muricy

Edição: J.C. Oliveira

Acessibilidade: Daniela Mahmud

Fotos de divulgação: Beto Roma

Fotógrafo assistente: Rodrigo Castro

Produção: Dani Carvalho, Pedro Monteiro e Tamires Nascimento

Ass. de produção: Gabriela Estevão

Assessoria de Imprensa e gestão de redes sociais: Rachel Almeida

Programação visual: Fernanda Precioso

Assessoria Jurídica: Bruno Assis

Coordenação e planejamento para lei de incentivo: Bárbara Arraes

Coordenação de produção: Tem Dendê! Produções – Tamires Nascimento

Serviço:

Pão e Circo

Temporada: de 20 de agosto e 3 de outubro

Dias e horários: Diariamente, a qualquer horário.

Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Vendas pelo Sympla (www.sympla.com.br/pao-e-circo__1288660)

Tempo de duração: 35 minutos

Classificação etária: Livre

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POR: Rita Moraes
Publicado em 01/11/2021