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Brasil pode ter o primeiro Santo surfista

Guido Shaffer, morreu em 2009, aos 34 anos quando estava prestes a ser ordenado padre. Era feriado do Dia do Trabalho e ele pegava onda com amigos no Recreio, quando foi atingido na parte de trás do pescoço por uma prancha desgovernada. O golpe o fez desmaiar e ele acabou morrendo afogado.

O jovem pode se tornar o primeiro Santo surfista. Já corre no Vaticano o processo de beatificação do médico e seminarista que adorava o mar e era conhecido em toda a zona sul do Rio de Janeiro por seu trabalho de atendimento aos mais pobres e sua pregação religiosa.

Em 1º de maio, deste ano, data que marcou os nove anos de sua morte foi realizada uma missa na Praia do Recreio dos Bandeirantes pelo cardeal arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta.  Mais de mil pessoas compareceram ao culto, o que mostra a crescente popularidade da candidatura de Guido ao panteão dos santos católicos. Para que Guido seja proclamado beato será necessária ainda a comprovação de um milagre – no caso, uma cura que não possa ser explicada pela ciência. Para a canonização, é preciso comprovar um segundo milagre.

Quem entra na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na zona sul, tem uma noção da importância de Guido na comunidade. Desde que os restos mortais do surfista foram transferidos para a igreja, em 2015, os fiéis se reúnem ali para agradecer as graças alcançadas. A quantidade de velas, flores e ex-votos (presente dado pelo fiel ao santo de devoção) dão a dimensão da popularidade de Guido. “Eu sou um dos grandes milagres de Guido”, disse Tatiana Ribeiro, de 35 anos.

Milagres

Ela conta que há três anos se submeteu a uma cirurgia bariátrica, sofreu complicação e quase morreu. Sua mãe sonhou com um jovem que apontava, num exame de imagem, o lugar exato onde havia uma fístula. A mãe de Tatiana não conhecia Guido e tempo depois, vendo um santinho, reconheceu o jovem que aparecera no sonho.

“Guido era um São Francisco do Rio”, compara padre Jorjão, da paróquia da Nossa Senhora da Paz, amigo pessoal de Guido e autor do livro O Santo Surfista. “Ele reunia grupo de jovens médicos para atender os pobres gratuitamente; resgatava a dignidade de pessoas que moravam na rua; atendia os drogados”.

Biografia

Guido nasceu em 22 de maio de 1974, em Volta Redonda. Filho do médico Guido Vidal Schäffer e da dona de casa Maria Nazareth Schäffer, mudou-se para Copacabana, zona sul, onde passou a juventude entre a escola, a praia e a igreja. Seguia a vida típica de jovem de classe média criado na zona sul nos anos 90: formou-se em medicina, começou a trabalhar e, namorando sério há alguns anos, chegou a marcar a data do casamento.

Em 2000, numa excursão religiosa com a família a Roma, ele percebeu que deveria seguir o sacerdócio. Mas, o destino não permitiu.

 

POR: Rita Moraes
Publicado em 07/05/2018